Sonda capta eclipse inusitado entre luas de Marte e de Júpiter

A sonda Mars Express da Agência Espacial Europeia (ESA), a cerca de 100 milhões de quilômetros da Terra, enquanto monitorava Marte, captou um eclipse envolvendo a pequena lua marciana Deimos, e Júpiter com suas quatro luas galileanas.

O alinhamento desses corpos astronômicos foi registrado em fevereiro de 2022, em uma série de 80 imagens que foram então costuradas em um filme. De acordo com um comunicado emitido pela ESA, “tal alinhamento é extremamente incomum porque Deimos deve estar exatamente no plano orbital das luas de Júpiter para que o alinhamento ocorra”.

O vídeo mostra a lua Deimos, de apenas 15 quilômetros de comprimento, movendo-se lentamente através da tela da esquerda para a direita. Conforme ela atravessa o plano, Deimos oculta a lua de gelo Europa e a lua gigante Ganimedes, de Júpiter, que aparecem como pequenos pontos ao fundo, semelhantes às estrelas. Em seguida, Deimos cobriria o disco de Júpiter, seguido pela lua vulcânica Io; e finalmente Calisto, a segunda maior do planeta Júpiter.

A partir dessas observações, os cientistas que observam Marte puderam medir com mais precisão a posição e a órbita de Deimos. Essa averiguação é mais difícil de ser feita a partir da Terra, já que as luas marcianas são pequenas e, consequentemente, têm luminosidade fraca.

O possível futuro das luas de Marte
Compreender as órbitas das luas pode ser a chave para entender de onde elas vieram. Ainda não está claro se Deimos e Phobos, a maior das luas, já fizeram parte de um corpo maior que se partiu, ou se elas asteroides que foram capturados pela gravidade de Marte.

Os cientistas acreditam que a caracterização de suas órbitas permitirá que os cientistas modelem melhor o que vai acontecer com as luas de Marte no futuro. Até agora, sabe-se que Phobos está atualmente se movendo lentamente em direção a Marte. De acordo com as estimativas dos cientistas, nos próximos 100 milhões de anos estará Phobos estará tão perto de Marte que sua gravidade destruirá a lua em pedacinhos, que formarão um disco de detritos ao redor de Marte.

Em contrapartida, Deimos está se afastando lentamente do planeta vermelho, e se essa tendência continuar, os astrônomos concluem que a lua acaba escapando do controle gravitacional de Marte e trilhará o seu próprio caminho pelo Sistema Solar.