Conheça um pouco da jornada da amazona de apenas 12 anos  que é destaque no cenário esportivo brasileiro e ainda assim ensina: “ganhar é bom, mas aprender e praticar o Hipismo com alegria é o melhor de tudo”

Ela tem apenas 12 anos e seu nome já aparece em destaque no cenário esportivo nacional. Helena Coimbra Veiga Brito conquistou em 2023, o título de Campeã do Ranking Brasileiro de Hipismo Adestramento – Categoria Preliminar Mirim. Pelo segundo ano consecutivo, a amazona de Três Pontas é primeiro lugar no respeitado ranking da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH).

Com sua meiguice e certa timidez, Helena fala sobre o momento em que recebeu a notícia. “Foi muito emocionante. Eu achava que ficaria bem no ranking porque pontuei em várias provas importantes, mas de verdade, eu não esperava este primeiro lugar. Então, foi uma grande surpresa para mim e foi ótimo”, recorda.

A bicampeã Brasileira explica que começou as provas de 2023  competindo com Faísca e, depois também com seu outro Lusitano, Guri. Além de ouvir com atenção as orientações do treinador e se dedicar verdadeiramente aos treinos, ela revela que para obter bons resultados e chegar ao pódio, é preciso manter uma sintonia com o cavalo. “Não sou eu que estou competindo. Sou eu e o cavalo. Se eu estiver nervosa, vou transmitir isso para ele e provavelmente não vamos fazer uma boa prova. Então não adianta, tenho que me acalmar para não passar nervosismo para o cavalo e a técnica que eu uso sempre é respirar”, conta demonstrando o carinho e respeito pelos seus animais, seus parceiros de pista, de superações, de certas derrotas e vitórias.

A abertura do calendário de competições 2024 está prevista para março. Helena segue treinando e pretende estar presente. “Participar é muito importante para o atleta que ganha experiência e porque várias provas somam pontos para o ranking. Eu fui em muitas provas ano passado e consegui pontuar, então venci o nacional. E tem outra coisa: para o cavalo também é muito importante porque ele é um ser vivo e, participando, vai se acostumando com o ambiente diferente da sua rotina, do seu dia a dia”, registra com sabedoria.

Além de garantir o primeiro lugar no ranking da CBH por duas vezes, a amazona trespontana tem, entre outros títulos, o de Campeã Mineira de Hipismo e Campeã do Desafio Brasil de 2023, Campeã Brasileira e Campeã Mineira de Adestramento em 2022.

Nas fotos acima, a amazona Helena monta com habilidade: amor e respeito pelos cavalos, seus parceiros na bonita e desafiadora arte do Hipismo Adestramento (Crédito: arquivo pessoal)

Dedicação nas pistas, dedicação nos bastidores

Helena é filha do renomado cavaleiro e instrutor de Equitação, Carlos Renato Veiga Brito, atualmente diretor de Adestramento da Federação Hípica de Minas Gerais (FHMG). A menina treina desde os três anos na Hípica Da Veiga, propriedade da família. Já tem o gosto pela modalidade correndo nas veias, mas o fato de ter nascido, de estar inserida neste ambiente não significa que ela tem, obrigatoriamente, que seguir os mesmos passos, que tem moleza ou privilégio em relação aos demais alunos.

A rotina de Helena na Hípica Da Veiga vai além das horas de treino. Quem vê a bicampeã Nacional com toda a elegância característica da modalidade esportiva, não imagina que ela cumpre pequenas tarefas fundamentais para o seu desenvolvimento pessoal, prioridade segundo os pais, e que ajuda a família nas puxadas obrigações do dia a dia. Soltar os cavalos e auxiliar no banho dos animais são alguns afazeres. Além disso, ela apoia Carlos Renato no adestramento dos cavalos aplicando suas habilidades, experiência, conhecimentos.

“Nós fazemos questão que a Helena aprenda sobre responsabilidades porque a vida nos exige isto, que sejamos responsáveis, que lutemos por nossos objetivos porque nada vem de graça. Ser uma atleta é consequência. É opção dela. A Helena gosta, tem talento, mas precisa ser persistente porque na vida, portanto também no mundo dos esportes, nem tudo são flores”, comenta a mãe, Lucinéia.

Questionada sobre os afazeres, Helena responde que os cavalos, assim como outros animais, merecem todo cuidado e que na Equitação eles são estrelas. Então, explica, eles precisam estar preparados. “Se a gente não tiver esse entendimento de que em primeiro lugar tem que ser o companheiro de provas, a gente não vai conseguir os objetivos”, ensina com pontualidade. 

Passo a passo

Na preparação para a vida e para o esporte existem prioridades. Além de ajudar na rotina da Hípica, Helena estuda com seriedade, cuida da alimentação e das horas de descanso.

Cada conquista é comemorada, mas ela já sabe que perder faz parte e também traz ensinamentos. Outra lição, segundo os pais, é que a caminhada é longa e para se chegar ao destino desejado tem que ser dado um passo por vez, degrau por degrau, com calma e perseverança.

“Nós focamos muito no aprendizado para formar cavaleiros completos. Nossos alunos não precisam ser profissionais da Equitação, mas precisam aprender a Equitação da maneira correta”, comenta o professor Carlos Renato. E continua: “a Helena, se ela quiser ser uma profissional da área terá sempre o nosso apoio, mas a gente deixa claro que ser a campeã é uma primeira conquista, nada de vaidades ‘subindo à cabeça’. Ela já tem naturalmente esse desprendimento, mas a gente reforça. O Hipismo é diferente de outras modalidades, ele tem vida longa, não impõe limite de idade ao cavaleiro ou à amazona e, o mais importante, o resultado não é imediato, estamos sempre aprendendo. Então, logicamente, receber o título do Ranking Nacional da CBH é uma grande alegria, é mérito, é aprender, dedicar-se, participar das provas no decorrer do ano, é um conjunto vivido e respeitado etapa por etapa, mas é apenas um passo. A dedicação, a persistência farão a diferença sempre, sempre mesmo!” detalha.

Exemplar filha, ser humano e esportista que é, a amazona Helena completa: “concordo com meus pais. Os pais têm que incentivar seus filhos e respeitar porque às vezes a gente erra, o cavalo erra. Ganhar é bom, mas aprender e praticar o Hipismo com alegria é o melhor de tudo”.

Helena Coimbra Veiga vai escrevendo sua história no
Hipismo Adestramento de Minas e do Brasil (Crédito: arquivo pessoal)

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