Alimentação na Quaresma: como fazer substituições saudáveis e manter o equilíbrio?
Nutricionista dá dicas de como tornar o período de abstinência mais leve, com opções nutritivas para substituir carnes, doces e até bebidas alcoólicas
A Quaresma é marcada por penitências, jejuns, orações e principalmente pela abstenção de carne vermelha e aumento do consumo de carne branca, especialmente de peixe. O peixe é rico em proteínas de alta qualidade, ômega-3 e diversos nutrientes que fazem bem para o coração e para o cérebro. Seja grelhado, assado ou cozido, ele é uma excelente escolha. Que tal aproveitar esse período para incluir mais peixes na sua rotina e descobrir novos sabores?
Além do peixe, outras substituições saudáveis podem deixar a Quaresma mais leve, como o consumo de leguminosas, vegetais e grãos integrais, garantindo equilíbrio e variedade na alimentação. Veja!

Alternativas nutritivas
Reduzir ou excluir determinados alimentos pode parecer complicado, mas segundo especialistas da Nutrição, as substituições saudáveis se tornam uma estratégia para facilitar a transição. Para aqueles que desejam evitar os doces, as frutas frescas, tais como abacaxi com canela, banana e melancia, ou ainda as frutas secas como damasco, ameixa e tâmara, são excelentes escolhas. Além disso, smoothies de frutas, barras de cereais caseiras e oleaginosas, como castanhas e nozes, são alternativas nutritivas e deliciosas.
Para diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, é possível recorrer a escolhas simples, refrescantes e saudáveis. Sucos naturais, chás gelados, água de coco, água com gás e limão ou kombucha são ótimas opções para desfrutar de uma bebida saborosa sem comprometer o propósito desse período de reflexão.
“Quanto aos alimentos substitutos da carne, você pode optar por outras fontes de proteína de origem animal, como os ovos, leite, queijo, iogurte. São excelentes fontes de proteínas, cálcio e outras vitaminas”, explica a nutricionista, Daniela Brito. Ela destaca ainda que um excelente suplemento é o whey protein – além de fontes de proteína de origem vegetal como feijões, lentilha, ervilha, grão de bico, soja, grãos e sementes como a semente de chia, semente de linhaça, castanhas, semente de abóbora. “Aqui você pode variar a preparação entre pastas, cozidos e servidos com a salada, em forma de hambúrguer ou quibe. Dê asas à imaginação na preparação. Só não vale deixar de ingerir”, orienta. De acordo com Daniela, “é importante que a carne seja substituída pelos alimentos certos, para que não haja baixa ingestão de proteína na alimentação e comprometa a sua saciedade, massa muscular, emagrecimento”.


Frutas e fontes de proteínas de origem animal, tais como ovos e queijos, e ainda de origem vegetal, por exemplo, feijões e lentilha também entram no cardápio
(Créditos: Gimme Delicius / Júnior Souza-JC Imagem)
Jejuando com sabedoria
Em relação ao jejum, Daniela Brito comenta que a pessoa que optar por este tipo de privação deve atentar-se a alguns sinais como: sensação de fraqueza, vômitos, dores de cabeça, sensação de desmaios, mãos trêmulas, ponta dos dedos formigando, hálito forte e gosto ruim na boca. “Ao apresentar estes sintomas, recomendo que faça uma alimentação leve, de preferência que tenha carboidrato, pois este estágio é o limite tolerável pelo seu corpo. Todos estes sintomas são sinais de que uma alimentação precisa ser feita. Para reduzir um pouco estes desconfortos, a refeição anterior ao jejum, à noite, deve conter vegetais: folhas no geral, carboidrato: arroz, batata, inhame, mandioca; frutas e proteínas. A junção de fibras e proteína faz com que a digestão dos macronutrientes seja mais lenta e, por isso, a glicose será lançada lentamente na corrente sanguínea, postergando o desconforto do jejum”, detalha.
A Quaresma pode ser um ótimo momento para repensar os hábitos alimentares e incluir opções mais saudáveis no dia a dia. Embora o período seja voltado à reflexão espiritual, essas adaptações na alimentação também favorecem o bem-estar físico e mental, ajudando a cultivar mudanças que podem se estender além dos dias de abstinência.

Assim, a Quaresma não deve ser vista apenas como um período de sacrifício e privação, mas também como uma oportunidade para adotar mudanças positivas, especialmente na alimentação. “Em vez de encarar a abstinência como algo exclusivamente restritivo, você pode aproveitá-la para experimentar hábitos mais saudáveis que, com o tempo, podem se tornar permanentes, contribuindo para um estilo de vida melhor a longo prazo”, finaliza a nutricionista.
(Fonte complementar: metrópoles.com/Juliana Andrade)
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