Polícia Civil apura e o Ministério Público também já está atuando no caso

Duas educadoras do Maternal 1 estão afastadas de suas funções no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) “Pedacinho de Céu”. A  educadora efetiva saiu de licença para usufruir de férias-prêmio e a outra, contratada, por uma decisão da Prefeitura possivelmente em atendimento aos pais que exigiram uma postura “mais firme” da Administração em relação às duas profissionais. Imagens do circuito interno mostram que as pedagogas presenciaram uma colega de trabalho maltratando crianças e não tomaram providências, conforme afirmam alguns pais que tiveram acesso ao vídeo.

O mesmo material levou à demissão da educadora acusada de maus-tratos. Há informações que o desligamento da suspeita aconteceu em maio, porém os pais descobriram o caso somente no início de junho, passados 32 dias do ocorrido, e pelas redes sociais. Eles se manifestam indignados porque não foram comunicados pela diretoria do CMEI, Secretaria de Educação ou Procuradoria-Geral do Município que se mantiveram em silêncio até a última segunda-feira (12) quando os pais foram convocados para uma reunião. Se dizem inconformados ainda porque não foi registrado Boletim de Ocorrência e o Conselho Tutelar e a Polícia Civil só foram informados do acontecido na terça-feira, 6 de junho, após o caso ter “vazado” nas redes sociais, o que gerou reportagem em um veículo de imprensa da cidade.

O Maternal 1 atende crianças na faixa dos dois anos de idade. A educadora demitida tinha sob seus cuidados seis (ou sete) crianças – conforme relatam os pais, que tiveram acesso às imagens do circuito interno de segurança, depois de muita insistência durante a reunião desta segunda-feira (12). Solidários e agora tomados de incertezas quanto ao tratamento que seus filhos vêm recebendo no referido CMEI outros pais, mães e responsáveis abraçam a causa e também pedem para ver as imagens. Há ainda aqueles que afirmam estar preocupados porque suas crianças presenciaram os supostos maus-tratos e podem estar de alguma maneira sendo afetadas em sua saúde mental, emocional. Outros, amedrontados, preferem não mais levar seus filhos à “creche”.

Pais pedem que vereadores criem Comissão de Investigação

Também na segunda-feira (12), um Requerimento foi protocolado na Câmara de Vereadores. Pelo documento, os pais solicitam a criação de uma Comissão de Investigação para elucidar as denúncias de maus-tratos no CMEI “Pedacinho de Céu”.

Na sessão, à noite, foi dada a oportunidade de fala na tribuna legislativa. Expuseram suas decepções e preocupações os senhores pais, Walace Lourenzo e Bryan Felipe. Eles opinaram sobre a falta de preparo das servidoras, reforçaram o pedido de esclarecimentos, de maior fiscalização, a união dos pais em defesa dos direitos de seus filhos e também se colocaram à disposição no sentido de ofertar sugestões para que o serviço seja melhorado, consequentemente, a segurança dos pequenos aumentada.

Apuração Policial

Assim que tomou conhecimento dos possíveis maus-tratos, na terça-feira, 6 de junho, a Polícia Civil de Três Pontas abriu inquérito e deu início à investigação. O delegado, Dr. Gustavo Gomes, reafirmou hoje (14) pela manhã, que tudo está sendo analisado com cautela e precisão. As oitivas começaram na segunda-feira (12).

A Prefeitura lançou Edital para contratação temporária para o cargo de Educador Infantil para 01 vaga no CMEI “Pedacinho de Céu”. Na reunião com os pais, assegurou que disponibilizará assistência às crianças e responsáveis através de equipe multidisciplinar. Tanto o prefeito Marcelo Chaves Garcia (PSD), quanto o procurador-Geral, Yves Duarte, garantem que os procedimentos administrativos foram e continuam sendo colocados em prática para apurar responsabilidades, por exemplo, a sindicância pedida pela Secretaria Municipal de Educação (SME).

O Ministério Público também já está atuando no caso, inclusive, algumas mães foram ouvidas na Promotoria de Justiça na tarde de ontem (13).

NOTA

“Todas as providências relacionadas ao caso vêm sendo tomadas pela Prefeitura de Três Pontas e, após análise da Procuradoria Municipal e Secretaria Municipal de Educação, todas as servidoras envolvidas no vídeo foram afastadas da creche. Uma sindicância administrativa foi aberta para apurar suas condutas e o caso encaminhado para todas as instituições competentes.” (Prefeitura Municipal de Três Pontas)