Cocatrel lança projeto inovador de descarbonização na cadeia do café, com expectativa de atrair mais de R$ 1 bilhão em investimentos
Iniciativa, que já atraiu a atenção de investidores estrangeiros, visa captar recursos para serem aplicados em práticas regenerativas em cerca de 60 mil hectares de cafezais
A Cocatrel acaba de lançar um projeto pioneiro para remunerar pequenos produtores pela descarbonização da cadeia produtiva do café. A iniciativa, que já atraiu a atenção de investidores estrangeiros, visa captar mais de R$ 1 bilhão para ser aplicado em práticas regenerativas em cerca de 60 mil hectares de cafezais pertencentes a cooperados da Cocatrel. O projeto tem como objetivo gerar créditos de carbono e certificação de boas práticas agrícolas, ampliando a renda dos cafeicultores da região de Minas Gerais, com um prazo estimado de implementação de dez anos e é desenvolvido em parceria com o Departamento de Gestão de Risco do Ministério da Agricultura, o Conselho Nacional do Café (CNC) e a consultoria internacional ProNatura.
Recentemente foi assinado um termo de compromisso com a ProNatura, que agora dará início aos estudos de viabilidade técnica e financeira na região de atuação da Cooperativa. A certificação dos créditos de carbono ficará a cargo do Rabobank, através de sua subsidiária Acorn, conforme carta de intenções firmada em setembro deste ano. Além disso, grandes empresas compradoras de café já se comprometeram a pagar prêmios pelos produtos certificados, gerando um retorno financeiro tanto para os produtores quanto para os investidores envolvidos.
Estudos preliminares indicam que cada hectare de café tem o potencial de capturar até cinco toneladas de carbono, o que pode resultar em um pagamento anual de até US$ 150 por hectare aos produtores pela comercialização dos créditos de carbono gerados. A preservação de matas nativas e nascentes, bem como a capacidade das próprias plantas de café de contribuírem para a descarbonização, serão fatores considerados na compensação. As práticas regenerativas promovidas pelo projeto incluem a implementação de agroflorestas, o cultivo consorciado de diferentes culturas junto ao café, o uso de adubação verde e plantas de cobertura.
“O objetivo é que, até o final de 2025, já tenhamos um impacto significativo na questão dos créditos de carbono, e que, até meados de 2026, os produtores já percebam os benefícios das práticas regenerativas. A maior parte dos impactos financeiros deverá ocorrer entre o terceiro e o décimo ano do projeto”, afirma José Rozinei da Silva, CEO da ProNatura.
A meta do projeto é envolver pelo menos 60% dos seus associados, que poderão se beneficiar dos aportes financeiros para transformar suas lavouras de forma sustentável. O custo médio estimado para a implementação dessas práticas é de US$ 3 mil por hectare, o que justifica o potencial inicial de investimento de US$ 200 milhões.
“Hoje, o produtor já realiza práticas sustentáveis, como a preservação de matas e nascentes, mas ainda não percebe o retorno financeiro dessas ações. Com esse projeto, esperamos mostrar que preservar e investir nos recursos naturais da fazenda pode gerar uma renda extra significativa”, destaca Thamiris Miranda, coordenadora do Departamento de Sustentabilidade da Cocatrel.
A expectativa é que os recursos adicionais gerados pelo projeto também sejam reinvestidos na produção, permitindo que os cafeicultores invistam em apólices de seguro rural e em outras melhorias que fortalecem a sustentabilidade do setor.
(Ascom Cocatrel)
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