Clayton Prósperi lança álbum com participação de Toninho Horta, Marco Lobo e Teco Cardoso
Trabalho reúne nomes do cenário do sul de Minas e nacional, consagrando a trajetória do pianista e compositor trespontano, com formação clássica e influências do rock ao jazz e popular; disco ainda conta com os prestigiados instrumentistas Walmir Gil e Enéias Xavier e com a cantora Sarah Abreu
O compositor e pianista Clayton Prósperi lança no próximo dia 08 de abril, em todas plataformas digitais, o álbum Cativo (Embornal Records). O trabalho tem participações de nomes como Toninho Horta, Marco Lobo, Teco Cardoso e do arranjador Rafael Martini, além de instrumentistas da proeminente cena musical do sul de Minas. A faixa de abertura, “Caminhante“, lançada na forma de single terça-feira (15), já estará disponível para audição.
“Quando você vai gravar seu disco?” Com uma carreira já consolidada e respeitada como instrumentista, gravado por grupos e artistas como Milton Nascimento, essa pergunta passou a ser cada vez mais recorrente para o trespontano. Como bom mineiro, o trabalho foi maturado e construído com calma, envolvendo três anos entre estúdio e finalizações. O difícil momento de pandemia, de fechamento e reclusão, perpassa o título da faixa que deu nome ao disco: Cativo. Mas a palavra também traz o sentido de fascinar, de estimular a contemplação sensível e poética. E essa é uma das marcas do trabalho e da personalidade musical do artista.
“Como quem gira um caleidoscópio, Clayton parece exportar aquelas visões lindas, quase alucinantes, para suas tão impressionantes composições. (Fredera, guitarrista, em texto de apresentação do disco)
“A música de Clayton é delicada, refinada, cativante, mas é sobretudo bonita, muito bonita.” (Pasquale Cipro Neto, professor, em texto de apresentação do disco)
Os temas trazidos ao disco percorrem diferentes momentos da carreira do artista, de canções feitas na juventude até inspirações e parcerias mais recentes. “Selecionei as composições que, acredito, traduzam melhor minha essência”, explica Clayton. De modo geral, as gravações se dividiram entre duas cidades mineiras, cada qual contando com uma formação-base. Em Alfenas ele esteve ao lado do baterista Eduardo Sueitt e do baixista Dedê Bonitto. Já Belo Horizonte, o entrosamento do pianista se deu com o baixista Enéias Xavier e com o baterista Victor Mendes. “Depois vieram todos os complementos de vozes, vocais e instrumentos em cima dessas bases gravadas ao vivo. Isso a meu ver trouxe mais organicidade e calor ao som. E claro, todos os participantes colocaram um pouco de si em suas participações, que só acrescentaram brilho e luminosidade ao processo”, conta.
De forma natural, as faixas acabam por apresentar estas duas cenas musicais por onde Clayton circula: uma a partir da capital mineira, dividindo gravações com instrumentistas de renome nacional, e outra do sul de Minas, berço de uma produtiva e talentosa geração contemporânea. “O momento para a nova música mineira se reabre gloriosamente e me sinto muito feliz e honrado por fazer parte disso”, celebra. Ao longo do álbum, notam-se referências marcantes do artista, do Clube da Esquina e rock a Jobim, de Ivan Lins a Dori Caymmi, de Villa-Lobos a Egberto Gismonti. O compositor, no entanto, bebe nessas fontes para alcançar uma música nova, vibrante, lançando mão de composições e arranjos que abolem fronteiras.
A faixa da abertura, Caminhante (parceria com Talis Júlio), é uma síntese disso. O piano dinâmico e arpejado, com sintetizadores e percussão, culmina em envolvente abertura de vocais (com participação de Tutuca e Talles Prósperi) e solo do guitarrista David Santos. Vinheta da Quietude deixa clara a formação clássica em piano, com direito a violoncelo de Leonardo Castilho. A faixa, de caráter erudito, se funde a Inquietação (letra de Edson Penha), composta especialmente para a participação da cantora Sarah Abreu, amparada pelo violoncelo de Castilho e pelo bandolim de Leonardo Chalana.
Samba em Sete é o retrato do apuro e domínio do instrumental contemporâneo pelo pianista, numa gravação que recebeu a guitarra de Ismael Tiso, percussões de Marco Lobo e vocais da filha Mariana Prósperi. Todas as faixas do álbum têm arranjos de Clayton, com exceção de Cativo, para o qual convidou Rafael Martini, colega dos tempos de graduação em Música na UFMG, conduzindo um sofisticado quarteto de cordas (formado por membros da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais). A refinada balada ainda tem solo do prestigiado trompetista Walmir Gil.
Em Feira da Fé, Clayton convidou o grupo Compasso Lunnar, que integra desde 2017 ao lado de Fernando Marchetti (bateria), Ismael Tiso (guitarra) e Tutuca (baixo). O grupo, que se destaca desde então em festivais e gravações, traz o seu visceral e criativo progressivo mineiro, de caráter autoral. Já De Mar e Drummond revista um tema já premiado de Clayton, com lirismo e poesia que contam com o violão de Maurício Ribeiro.
A faixa Conta tem duas participações de peso: o percussionista Marco Lobo e Toninho Horta. Além da clara admiração pelo guitarrista vencedor do Grammy Latino 2021, Clayton guarda a memória afetiva do período em que o artista morou em Três Pontas e ia tomar café na firma onde o adolescente trabalhava de office boy, já naquela época fã de discos como Terra dos Pássaros – posteriormente eles chegaram a dividir o mesmo palco. “Hora Senhora“, que fecha o disco, exala brasilidade, recebendo a flauta de Teco Cardoso.
Cativo tem identidade visual de Leonora Weissman, a partir de pintura original da artista plástica. As imagens refletem um pouco do próprio álbum: a serenidade de um trabalho maduro e consistente, mas com o frescor de um artista inquieto, de talento e influências múltiplas em sua palheta musical. Nas palavras do guitarrista Fredera, que também assina texto no encarte, “como quem gira um caleidoscópio, Clayton parece exportar aquelas visões lindas, quase alucinantes, para suas tão impressionantes composições. […] Melhora o mundo em que estamos”. Fazer da música algo que contribua para o bem-estar das pessoas é um dos objetivos principais do artista neste seu primeiro álbum solo. Cativo, sem dúvida, cumpre tal objetivo.
Mais sobre Clayton Prósperi
Natural de Três Pontas (MG), Clayton Prósperi tem formação em piano clássico pela Universidade Federal de Minas Gerais. É professor dos conservatórios de Três Pontas e Varginha e já recebeu premiações em inúmeros festivais da canção, tendo sido finalista do prêmio Visa edição Compositores, de 2000. Instrumentista requisitado para gravações de gêneros diversos, do rock ao jazz e MPB, é integrante do grupo Compasso Lunnar e pianista/diretor musical do espetáculo De Coisas que Aprendi com Elis. Em 2011 integrou as gravações e a turnê nacional do álbum “E a gente sonhando”, de Milton Nascimento, tendo sua música “Eu Pescador” (parceria como Haroldo Jr.) gravada junto ao cantor em tal trabalho indicado ao Grammy Latino.
Serviço
Clayton Prósperi – álbum Cativo
Quando:
single Caminhante – lançado terça-feira, 15 de março. Já disponível para audição.
álbum Cativo – 08 de abril
Onde: todas as plataformas digitais
single nas plataformas: https://tratore.ffm.to/caminhante
Mais informações e rede social: https://www.instagram.com/claytonprosperi/
(Por: João Marcos Veiga – 31 98788-4534)