Bebê encontrado morto em córrego de TP é batizado e recebe o nome de Emanuel
Iniciativa do Cônego Douglas traz um pouco de alívio à história criminosa que chocou a cidade
Na tarde do último domingo (3), o corpo de um menino recém-nascido foi sepultado no Cemitério de Três Pontas. A criança, sem nome e sem referência familiar, foi enterrada como indigente, mais uma situação marcante na triste história do pequeno. O bebê foi encontrado pela manhã, morto, flutuando na correnteza de um córrego na zona urbana do município. O fato comoveu a cidade, a região e se tornou lamentável notícia para todo o estado. Uma dor que cresce a cada revelação feita pela Polícia Civil. A investigação confirma o bebê sendo arremessado na água, dentro de um saco plástico, pela própria mãe que na segunda-feira (4), ao ser descoberta e interceptada, confessou o crime.
Já na terça-feira (5), quando a comunidade católica trespontana refletia sobre a Terceira Dor de Maria, a “Perda de Jesus no Templo” (*), uma notícia trouxe um pouco de alívio a quem se sensibilizou com a passagem desse menino que pesou 1,7 quilo e que, tudo indica, teve apenas alguns segundos de vida – antes de ser descartado pela genitora. Ele foi batizado e ganhou o nome profético de Emanuel, citado em Mateus 1:23, e que em hebraico significa “Deus-conosco”.
A iniciativa foi do pároco da Paróquia Nossa Senhora d’Ajuda, Cônego José Douglas Baroni. “Não sei se esta família é católica, mas eu batizei essa criança no desejo de padre. Dei o nome de Emanuel. Rezei e batizei com as lágrimas do meu coração essa criança que já está sepultada. Que essa criança inocente possa, como Santos Inocentes, nos aproximar cada vez mais de Jesus”, registrou, consolando trespontanos que acompanhavam a celebração das 19 horas na Matriz d’Ajuda e pelo Facebook da Paróquia.
Cônego Douglas comentou o caso alertando, inclusive, sobre o crime de aborto. Disse que está profundamente entristecido. Com sábias palavras, motivou a valorização da vida, a conversão e convocou à oração. Então, destacou que Três Pontas tem um Beato, candidato a Santo da Igreja Católica, cujos exemplos devem ser seguidos. “Na oração de Padre Victor nós rezamos que ele é amigo dos pobres e das crianças. Padre Victor foi um grande educador, acolhia profundamente as crianças. Não podemos deixar nossas crianças ao relento, não podemos permitir que mais crianças sejam abortadas, não podemos permitir que crianças morram de fome, fiquem sem escola, sem dignidade, sem o respeito, sem as suas famílias”, defendeu com firmeza e serenidade.
O pároco lembrou ainda que existem instituições que abrigam crianças, também as recém-nascidas: “tantos ambientes que poderiam acolher esse pequeno menino… É algo que nos entristece… Rezemos cada vez mais” – registrou, orientando no sentido de que o homicídio, o infanticídio, o aborto podem (e precisam) ser evitados mesmo que a gravidez seja indesejada.
(*) Setenário das Dores de Maria: orações e reflexões sobre passagens da vida de Maria com seu filho Jesus, na Semana das Dores, que antecede a Semana Santa.