Médico e político de Pará de Minas (MG) deixa um legado muito importante em prol das pessoas com deficiência, com forte atuação no Movimento APAEano

O ex-deputado Eduardo Barbosa (MG) morreu na madrugada desta quarta-feira (23), aos 64 anos, em Brasília. Ele exerceu sete mandatos na Câmara dos Deputados (de 1995 a 2023), também foi ouvidor-geral da Casa e vice-líder do PSDB por vários anos.

Eduardo Barbosa foi autor do projeto que deu origem à lei que criou uma renda básica emergencial de R$ 600 aos trabalhadores informais, autônomos e sem renda fixa, durante a crise provocada pela pandemia da Covid-19 (PL 9236/17); e do projeto que originou a lei que obriga o País a garantir educação e aprendizagem ao longo da vida a jovens e adultos que estão fora da idade escolar e às pessoas que têm necessidades especiais (PL 5374/16).

A notícia da morte do médico e político mineiro, nascido em Pará de Minas, foi recebida com tristeza na Apae de Três Pontas. A superintendente da Instituição, Maria Rozilda Gama Reis, comenta que Eduardo Barbosa deixa importante legado para o movimento apaeano. Como deputado, destacou a superintendente, ele promoveu políticas inclusivas, e como ser humano “foi um mestre na arte de ensinar respeito e igualdade”. 

Rozilda Gama conta que por onde passava, incluindo a Apae trespontana onde esteve diversas vezes, Eduardo Barbosa ensinava a tratar as pessoas com deficiência intelectual de forma normal, a tratar o outro como ele deve ser tratado. “De forma diferenciada, em palavras e atitudes, ele nos fez entender que podemos e devemos, através de diversas ações, possibilitar ao outro aquilo que possibilitamos para as pessoas que mais amamos, que são os nossos filhos: as melhores condições, sempre”, recorda.

Neste sentido, explica que Dr. Eduardo destinou inúmeras emendas parlamentares que garantiram a inclusão, que deram aos usuários, alunos, aos assistidos da Apae oportunidades, vivências – simples para alguns, impossíveis para a grande maioria dessas pessoas – por exemplo, se hospedar em um hotel de ponta.  E, afirma Rozilda Gama, isso aconteceu durante eventos da Federação Nacional das Apaes – realizados em Poços de Caldas, em Belo Horizonte e outras localidades. “Se tiveram acesso a coisas antes inviáveis é porque houve possibilidades”, analisa.

Para Rozilda Gama, Dr. Eduardo Barbosa via as pessoas com deficiência intelectual e suas famílias como seres de luz. “Tenho certeza de que ao olhar para essas pessoas, ele enxergava sabedoria, plenitude, esperança – transformando tudo isso em projetos de leis a favor dessa gente. Dr. Eduardo foi o maior legislador que atuou em prol dessas pessoas, era admirado no segmento e morreu lutando pela causa da pessoa com deficiência”, registra.

A atual superintendente da Apae comenta que conheceu o médico há 33 anos no movimento apaeano e que, de imediato, aprendeu com ele sobre o sabor da vitória. Revela que já sabia que a batalha pelas pessoas com deficiência intelectual é grande, e pode perceber, depois, que a conquista é maravilhosa. Acrescenta: “ver o sorriso desses meninos em uma olimpíada, em um festival é realmente incrível. É inclusão, são portas abertas, são realizações, é a igualdade em prática”.

Lamentando a morte do ex-deputado, Rozilda Gama destaca que ficam reconhecimento e a gratidão. “O movimento apaeano está com uma lacuna aberta, está de luto por uma perda tão profunda deste nosso maior mestre. Fica o meu, o nosso agradecimento por tudo que ele fez, por tudo o que ele viveu e tudo o que ele viveu foi em função do movimento apaeano. A gente pode dizer: este homem fez, este homem foi realmente um homem de Deus”.   

Repercussão

Ontem, logo após a confirmação do falecimento, o PSDB publicou uma nota lamentando a morte do deputado: “Sentimos profundamente a morte de Eduardo Barbosa, que foi deputado federal pelo PSDB, por Minas Gerais, durante sete mandatos. Fez um trabalho belíssimo, digno de todo reconhecimento.”

Outros políticos lamentaram o falecimento nas redes sociais. Majoritário em Três Pontas, o deputado federal, Diego Andrade (PSD/MG) descreveu: “É com imenso pesar que recebi a notícia do falecimento do ex-deputado federal Eduardo Barbosa. Tive a honra de trabalhar com Eduardo e ser seu colega na Câmara dos Deputados, onde ele defendeu ininterruptamente os interesses das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes), entre outras pautas de relevância para nossa Minas Gerais. Eduardo, inclusive, presidiu a Federação das Apaes. Os meus mais sinceros sentimentos aos amigos e familiares por esta perda irreparável”.

“[Eduardo Barbosa] foi nossa referência na defesa dos mais vulneráveis e em todas as políticas sociais produzidas nas últimas décadas. Vai fazer muita falta na luta por justiça social e por um Brasil mais humano e melhor para todos!”, tuitou o deputado Osmar Terra (MDB-RS).

“Com muita tristeza recebi a notícia do falecimento do deputado Eduardo Barbosa, grande defensor das Apaes, ótimo secretário de estado, um grande amigo que se vai”, disse o ex-deputado Eduardo Azeredo (MG), colega de partido de Barbosa.

Os deputados Daniel Trzeciak (PSDB-RS) e Rosângela Moro (União-SP) também lembraram, nas redes sociais, o trabalho de Eduardo Barbosa em prol das Apaes.

“Hoje perdi um amigo e parceiro na luta pela educação”, lamentou a ex-deputada e atual senadora Professora Dorinha Seabra Rezende (União-TO). “Grande referência na defesa dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil”, reforçou o deputado André Figueiredo (PDT-CE).

A Federação PSDB/Cidadania também divulgou nota: “Recebemos, com profunda consternação, a notícia do falecimento do nosso amigo Eduardo Barbosa nesta madrugada. Homem público dedicado e um ser humano de excepcional valor, dedicou sua vida à busca pela inclusão social”.

A Federação lembrou ainda que, em dezembro do ano passado, Eduardo Barbosa recebeu a medalha Mérito Legislativo da Câmara dos Deputados, que condecora autoridades, personalidades, instituições, programas ou movimentos que tenham prestado serviços relevantes ao Poder Legislativo ou ao Brasil.

(Fonte: Agência Câmara de Notícias)

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