Dengue: população tem que ajudar a combater o mosquito para evitar surto, alerta Vigilância Ambiental
Neste ano, em Três Pontas, são 17 casos notificados, sendo 3 deles positivos. Manter a baixa incidência de casos na cidade depende de eliminar os criadouros do Aedes
Dados mostram que em janeiro, Três Pontas notificou 17 casos de Dengue, sendo 3 deles positivos. No entanto, para manter a situação sob controle, como está no momento, é preciso combater o vetor, ou seja, o Aedes aegypti, e a população tem que colaborar, entrar com tudo nesta batalha porque o trabalho de campo comprova que, apesar de Três Pontas estar classificada como baixa incidência de casos, conforme o Boletim Epidemiológico do Estado, o município está também em alerta vermelho quanto a presença do mosquito percebida em toda a cidade. Resumindo: até agora há poucos casos, mas muitos mosquitos, portanto é alto o risco de transmissão.
Dividido em duas regiões, tecnicamente chamadas de estratos, Três Pontas apresentou no primeiro Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa) deste ano, alto índice de infestação, 7,1%. No Estrato 01 – formado pelos bairros Botafogo, Califórnia, Centro, Cidade Jardim, Conjunto Cohab Ouro Verde, Eucalipto, João Piedade Campos, Padre Vitor, São José, Santa Edwiges, Santa Margarida, Santa Inês e Vale do Sol – a infestação foi de 3,8%.
Já no Estrato 02, o índice de focos do mosquito transmissor da Dengue foi maior, 11%. A região também supera o número de bairros em relação ao Estrato 01, abrangendo o Antônio de Brito, Ana Rosa, Aristides Vieira, Catumbi, Edite de Brito, Francisco Vieira Campos, Jardim Boa Vista, Jardim Boa Vista 2, Jardim das Acácias e Jardim Eldorado, Jardim das Esmeraldas, Jardim das Oliveiras, Morada Nova, Parque Brasil, Parque Veredas I, Parque Veredas II, Santa Maria, Santa Mônica, Residencial Santa Teresa, Vila Rica e Vista Alegre.
“O que mais chama a atenção é que nos dois estratos os criadouros são praticamente os mesmos. E são criadouros que, em grande parte, não deveriam estar no ambiente porque eles são passíveis de remoção, por exemplo, garrafas plásticas, pneus, latas, baldes, lonas”, destaca a coordenadora da Vigilância Ambiental de Três Pontas, Sebastiana Aparecida da Silva.
A coordenadora, que é bióloga e especialista em Vigilância em Saúde Ambiental, observa ainda que há um descuido também em relação aos criadouros não removíveis. “Piscinas, ralinhos de chão, tambores, tanques, alguns tipos de vasos de plantas deveriam ser tratados e não estão sendo porque temos encontrado larvas do mosquito da Dengue nesses locais”, alerta.
Para Sebastiana, os cidadãos precisam monitorar e colocar em prática ações preventivas dentro de suas casas, quintais, áreas de lazer, terrenos. “As pessoas se preocupam muito com o “veneno”, com o fumacê, que não pode ser feito a todo momento, existem regras do Ministério da Saúde a serem seguidas. A solução está na remoção dos criadouros e no tratamento dos criadouros não removíveis”, pontua.
A prevenção diária
Seguindo o Plano de Contingência, o município realiza no decorrer do ano atividades de controle vetorial, de mobilização social, de educação em saúde. Entre as ações estão as visitas domiciliares realizadas em 06 ciclos bimestrais para tratamento focal (orientação, remoção mecânica e/ou aplicação de larvicida) e tratamento com inseticida residual em pontos estratégicos (por exemplo, cemitério, pátio do Detran, floriculturas, borracharias) feitas pelos Agentes de Combate às Endemias. Além disso, acontecem os mutirões de limpeza que incentivam os moradores a liberarem objetos que armazenam água e facilmente se tornam criadouros do Aedes aegypti.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental, a equipe está muito bem preparada e envolvida no trabalho de combate à Dengue, porém, reforça, é necessário comprometimento por parte dos moradores, dos donos dos imóveis. “Cada um tem que fazer a sua parte. Não deixar criadouro porque a melhor forma de evitar a Dengue é eliminando os criadouros, é não deixando o mosquito nascer. Não tendo proliferação do mosquito, não tem Dengue”.
As ações são criteriosas ainda quando há notificação. Sebastiana explica que o fumacê é realizado assim que um caso suspeito chega à Vigilância Ambiental para cortar imediatamente o possível ciclo de transmissão.
Risco de Epidemia
De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado, Eduardo Prosdocimi, Minas já estava com alto número de notificações e uma curva epidemiológica preocupante no final de 2023, muito acima do esperado. Em janeiro de 2024, o número de casos aumentou expressivamente. O cenário é desafiador tanto no estado quanto no país.
“A gente não pode afirmar se teremos ou não um surto de Dengue em Três Pontas. Na nossa região estão acontecendo muitos casos e a pessoa pode pegar a doença lá fora. Então, tudo depende de controlar o mosquito para que ele não pique uma pessoa infectada e saia transmitindo a doença por aí. Quando eu digo controlar o vetor, falo que esta é uma responsabilidade de todos”, explica Sebastiana.
Cenário Epidemiológico
Minas Gerais registrou 64.724 casos prováveis de Dengue até o dia 29 de janeiro. Desse total, 23.389 casos foram confirmados para a doença. Até o momento, há um óbito confirmado por Dengue no estado e outras 35 mortes estão em investigação.
Em relação à Febre Chikungunya, foram registrados 8.682 casos prováveis da doença, dos quais 6.206 foram confirmados. Até o momento, um óbito foi confirmado por Chikungunya em Minas Gerais e dois estão em investigação.
Quanto ao vírus Zika, até o momento, foram registrados oito casos prováveis e um confirmado. Não há óbitos em investigação por Zika em Minas Gerais.
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