Pesquisa: projeto desenvolvido na Unifal-MG usa IA para aprimorar a abordagem no atendimento odontológico infantil

Em fase de testes, estratégia busca auxiliar profissionais na identificação de emoções e reações comportamentais de crianças durante tratamento

Heloisa de Sousa Gomes Rodrigues, egressa do curso de Odontologia e professora visitante da Faculdade de Odontologia da Unifal-MG, está liderando uma pesquisa inovadora intitulada “Inteligência Artificial no Gerenciamento do Comportamento Infantil durante o Tratamento Odontológico: Ensaio Clínico Randomizado”. O projeto, já premiado em eventos científicos, é desenvolvido em parceria com o professor Gabriel Pessanha, diretor do Centro de Inteligência Artificial, Mercados e Análises (CIA) da Unifal-MG Varginha, e busca revolucionar a abordagem no atendimento odontológico infantil.

Coleta dos dados da pesquisa foi realizada na Clínica de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da UNIFAL-MG. (Foto: Arquivo/Heloisa Rodrigues)
Coleta dos dados da pesquisa foi realizada na Clínica de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Unifal-MG (Foto: Arquivo/Heloisa Rodrigues)

Iniciada em abril de 2021 e com previsão de conclusão em 2025, a pesquisa propõe a criação de um protótipo de Inteligência Artificial (IA) para auxiliar os profissionais da área no diagnóstico das emoções das crianças durante o atendimento odontológico. O estudo faz parte do pós-doutorado em andamento de Heloisa Rodrigues, que está sendo realizado sob a supervisão da professora Daniela Coelho de Lima, da Faculdade de Odontologia da Unifal-MG.

Pesquisa: projeto desenvolvido na Unifal-MG usa IA para aprimorar a abordagem no atendimento odontológico infantil
Pacientes que participaram da coleta dos dados da pesquisa (Foto: Arquivo/Heloísa Rodrigues)

“O projeto de pesquisa abrange vários objetivos, porém, podemos dizer que o objetivo primordial é ajudar os pacientes infantis a lidarem com tantas emoções que o atendimento odontológico causam nelas e nas suas famílias”, explica a pesquisadora. Segundo ela, o estudo contribui para que profissionais e acadêmicos graduandos em Odontologia possam aprender estratégias adequadas a serem utilizadas no atendimento às crianças.

A equipe é composta por mais dois cirurgiões-dentistas, vinculados à Residência Multiprofissional em Saúde da Família, duas pós-graduandas de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas (PPGCO) e cinco acadêmicos do curso de Odontologia, contemplados com bolsas de Iniciação Científica por agências de fomento. Além da colaboração da professora Daniela Lima, os professores Leandro Araújo Fernandes e Daniela Silva Barroso de Oliveira também integram o grupo.

Conforme a pesquisadora, cada fase do projeto está sendo executada em um local com as estruturas necessárias para a realização. “A coleta dos dados foi realizada na Clínica de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Unifal-MG e a fase de teste do protótipo está sendo elaborada”, diz, informando que o projeto de pesquisa foi contemplado com apoio financeiro da Fapemig.

Pesquisa: projeto desenvolvido na Unifal-MG usa IA para aprimorar a abordagem no atendimento odontológico infantil
Heloisa de Sousa Gomes Rodrigues – pós-doutoranda e professora visitante da Faculdade de Odontologia (Foto: Arquivo Pessoal)

A pós-doutoranda colabora como docente nas disciplinas de Saúde Coletiva I, II, Psicologia Aplicada à Odontologia e Clínica Odontopediátrica I e II da graduação, bem como nas atividades do Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas (PPGCO) da Universidade. Ao comentar o interesse pelo tema da pesquisa, a professora afirma que sempre quis trabalhar com crianças. “Algo que sempre me intrigou no ambiente odontológico era o comportamento infantil. Então, minha busca incansável para entender as emoções e o comportamento infantil e levar o que há de melhor para os pacientes infantis no atendimento odontológico começou desde que me graduei aqui na Unifal-MG”, relata.

Segundo ela, foi durante a graduação que despertou seu interesse pelas crianças, pela docência e também pela pesquisa. “Agora, anos depois, eu me retorno à Instituição como aluna de pós-doutorado e continuo a buscar, por meio de pesquisas e deste projeto, o melhor para que os profissionais possam aplicar na prática clínica e então ajudar tantas crianças”, compartilha, destacando a importância de contar com docentes e discentes na equipe para o desenvolvimento das atividades do projeto.

Gabriel Pessanha (à esquerda)  professor e diretor do Centro de Inteligência Artificial, Mercados e Análises (CIA) da Unifal-MG Varginha junto a integrantes do grupo de pesquisa (Foto: Arquivo/Heloisa Rodrigues)

“O desenvolvimento científico das universidades deve estar atrelado à evolução mundial, por isso, ter a oportunidade de trabalhar com as emoções humanas, de um lado, e com a Inteligência Artificial, do outro, é algo que me faz refletir sobre a importância de usarmos as evoluções tecnológicas no ensino, na pesquisa e na extensão, e entender como podemos usar isso a nosso favor e não temer que a atividade humana será substituída”, argumenta.

Como supervisora do pós-doutorado de Heloisa Rodrigues, a professora Daniela Lima enfatiza a oportunidade de trabalho conjunto com pesquisadores visitantes, o que para ela é essencial para produção e desenvolvimento científico. “Trabalhar junto à professora Heloisa durante o período de professora visitante, nessa Instituição, foi muito bom e uma experiência ímpar, pois muitos foram os frutos de sua permanência durante o seu período de contrato pela Unifal-MG atuando no ensino, na pesquisa e na extensão”, descreve.

De acordo com a supervisora, especificamente na pesquisa, a parceria possibilitou atuar amplamente com a geração de diversos produtos científicos. “Com o andamento das pesquisas foram surgindo novos questionamentos que se estenderam para o desenvolvimento do seu trabalho de pós-doutorado na UNIFAL-MG. É por isso que considero essa parceria entre docentes da Unifal-MG e professores que ingressam temporariamente, a princípio, de extrema importância para que possamos estreitar laços de um trabalho sólido, com comprometimento e de ajuda mútua para a produção e desenvolvimento de nossa Universidade”, ressaltou.

Docentes e discentes que integram a equipe do projeto de pesquisa (Fotos: Arquivo/Heloisa Rodrigues)

A pesquisa foi reconhecida em eventos científicos de renome, com premiações em 2023, incluindo o 1º lugar na 40ª Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO), duas premiações no 12º Congresso Odontológico de Araraquara (FOAr-Unesp), e três premiações no 42º Congresso Universitário Brasileiro de Odontologia (Cubo).


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