Saúde e bem-estar: Anvisa libera lista de pomadas para cabelos, mas será que esses produtos fazem mal somente para os olhos?
Patrícia Marques, especialista em medicina capilar, alerta sobre a utilização desses produtos
A Anvisa divulgou uma lista com mais de 900 nomes de pomadas que foram liberadas para uso e comercialização após a suspensão total dos produtos por causarem irritação nos olhos e até cegueira temporária. A agência recebeu notificação de mais de mil casos entre dezembro de 2022 e fevereiro deste ano.
Mas e para os cabelos, será que o uso constante desses produtos está recomendado? A médica tricologista Dra. Patrícia Marques, especialista na saúde dos cabelos, explica que eles devem ser usados com moderação. “Quem usa esses produtos para fixar tranças, por exemplo, passa dias com eles na cabeça agindo nos fios. Isso pode prejudicar a saúde dos cabelos tanto quanto outros agentes externos como a escovação e a chapinha, com o agravante de ser um produto químico. As pomadas que causaram problemas nos olhos, por exemplo, tinham a concentração do ceteareth acima de 20%, então é muito importante ficar atento ao que você está usando. O ceteareth é uma substância utilizada para misturar líquidos que normalmente não se misturariam, com uma concentração acima do recomendado, você imagina como isso se torna nocivo para os cabelos também”, diz.
No caso dos homens, que costumam usar as pomadas diariamente para modelar os fios, o ideal são os produtos à base de água. Produtos à base de óleo costumam fixar melhor, mas em compensação, o excesso de óleo vai se acumulando nos cabelos e os efeitos podem ser bem ruins, principalmente para quem já tem o cabelo mais oleoso. Nesse caso, o gel é mais recomendado, sempre sem álcool. Já quem tem os cabelos secos, as pomadas podem até ser boas aliadas na hidratação dos fios, desde que sejam de boa qualidade.
Produto em excesso também pode favorecer a queda dos cabelos, já que acaba obstruindo os poros do couro cabeludo. “Se o couro não respira, o crescimento logo é afetado, os fios vão ressecando e quebram, por isso, a recomendação é usar o mínimo de produto possível e, de preferência, não todos os dias. Dormir com o produto na cabeça é outra coisa bem ruim”, explica a médica especialista em medicina capilar, que cuida desde doenças que afetam o cabelo e o couro cabeludo até a qualidade dos fios.
Dra. Patrícia finaliza dizendo que do mesmo jeito que a gente preza pela qualidade do que come, devemos fazer o mesmo com os produtos que a gente usa. “Consultar o site da Anvisa e ver se a pomada que você utiliza está liberada, neste momento, é bem importante, assim como ficar atento às orientações do rótulo, à data de validade, cheiro, cor e consistência se estão normais. Havia, inicialmente, 2.500 produtos regularizados pela Anvisa, todos foram proibidos e destes, só 930 foram liberados, então, quer dizer, tem muito produto que ainda está impróprio para uso e isso tem que ser verificado”.
Clique AQUI e veja a lista das pomadas que tiveram o uso liberado pela Anvisa.
Sobre a especialista
Dra. Patrícia Marques é graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com especializações em reconstrução de mama e da face no Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, em Barcelona, e no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em NY, EUA. Também é especialista em medicina capilar e referência nacional em frontoplastia e redução de testa. CRM-SP 146410.
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