Cultura lança documentário sobre Três Pontas protagonizado por Paulo Costa Campos
Produção audiovisual se torna precioso bem histórico e cultural, agregando valor ao patrimônio do município
Preparado para comemorar o Dia Nacional do Patrimônio Histórico, nesta quarta-feira (17), um evento provocou misto de emoções no público que, embora pequeno, se mostrou interessado na proteção e comprometido com a preservação dos bens históricos e culturais do município. Pela manhã, o grupo se reuniu no Centro Cultural “Milton Nascimento” e assistiu ao lançamento do Documentário “Pelas palavras de um filho apaixonado por Três Pontas” protagonizado pelo professor e pesquisador Paulo Costa Campos. Também acompanhou as reflexões do presidente da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), Jefferson da Fonseca Coutinho. O visitante falou sobre “Arte, memória e patrimônio: bens maiores para a vida”.
A boa prosa começou com o tradicional cafezinho acompanhado por algumas delícias da culinária mineira, tais como o pão de queijo. No entorno da mesa, autoridades, familiares e amigos de Paulo Costa e demais convidados conversaram descontraidamente até que a abertura oficial do encontro atraísse todas as atenções para o palco e trouxesse à tona lembranças que mexeram com a alma da maioria dos trespontanos ali reunidos.
Na leitura da biografia, no pronunciamento de Andréa Reis da Costa Campos, do presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico – Ederson Gustavo Cesário Malaquias e dos integrantes da Usina Audiovisual (Milton Lima, Paula e Lucas) seguindo pelas falas dos secretários municipais de Cultura – Alex Tiso e de Desenvolvimento Econômico – Melissa Chaves e ainda do prefeito Marcelo Chaves Garcia foram destacadas a riqueza cultural, a capacidade rara de um homem – Paulo Costa Campos – que tanto fez pela educação, pela preparação de jovens, por seus familiares e ainda encontrou tempo para se preocupar com Três Pontas, conforme mencionou o prefeito, contribuindo de maneira ímpar para a história do município.
Sim, a história pesquisada a fundo, documentada e contada pelo professor Paulo Costa Campos – então com 96 anos – nas gravações que superaram a resistência, o medo, o distanciamento trazidos pela pandemia Covid-19. O “Surgimento de Três Pontas”, revelando a atual famosa serra como referência para os tropeiros e a abundância de água como atrativo à colonização, foi narrado com tamanha lucidez, riqueza de detalhes e conhecimento incomparáveis, talvez insuperáveis por uma longa geração. A exibição do Capítulo 1 do Documentário só fez ampliar o sentimento de prazer, de alegria em todos que tiveram a oportunidade de conviver com Paulo Costa, falecido em 21 de fevereiro de 2022 aos 97 anos. Até mesmo o convidado vindo de Ouro Preto fez observações positivas em relação ao trabalho: “o patrimônio é isto: é gente, é vivência”. Serão ao todo nove capítulos, liberados um a um semanalmente pelas mídias sociais da Prefeitura de Três Pontas.
O documentário assinado pela Usina Audiovisual é uma realização da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Turismo (Secult), Prefeitura de Três Pontas, Conselho do Patrimônio Cultural de Três Pontas, Conselho Municipal de Turismo (Contur) e Região Encantos de Minas.
No caminho certo: Administração humanizada
As inúmeras dificuldades que muitas vezes desmotivam quem trabalha com a cultura no Brasil, especialmente aqueles que atuam no Poder Público, também foram expostas na abertura do I Seminário de Educação e Preservação Patrimonial. No entanto, Três Pontas apresenta um diferencial que impulsiona à continuidade, conforme apontaram as lideranças: equipe disposta a plantar a semente incorporada a uma Administração que tem visão, ideias e ações mais humanas.
Nesse sentido, ganhou destaque a maneira de ser e de conduzir do prefeito Marcelo Chaves: com serenidade, simplicidade; um prefeito que ouve antes de agir e que age integrando, visando sempre a promoção do bem-comum, inclusive quando se trata do setor cultural.
“O patrimônio tem que ser vivido e encontros como este podem mudar a vida de todo mundo. Na cultura está também a saúde, segurança, infraestrutura e o patrimônio precisa de sujeitos mais atentos às coisas do coração, mais responsáveis em relação às coisas públicas (…) O patrimônio só faz sentido quando há comprometimento com a memória, quando há compreensão mais clara da nossa travessia: que sentido faz viver se não puder ser compartilhado?”, registrou o presidente da Faop, Jefferson Coutinho.
Dando sequência ao I Seminário de Educação e Preservação Patrimonial nesta quinta-feira (18) e sexta-feira (19) acontece a Oficina de Educação Patrimonial e Introdução à Preservação de Bens Imóveis, ministrada pela professora Luana Marina Santos. A Oficina é realizada das 9 às 17 horas, no Centro Cultural “Milton Nascimento”. Já no sábado (20) acontecerão Visita Técnica e Aula Prática, das 9 às 12 horas.
O evento é destinado a todas as pessoas que queiram conhecer mais sobre o Patrimônio Histórico Municipal, suas especificidades e como preservá-lo.