UNIFAL-MG produz cabine de Ventilação Não Invasiva para pacientes com Covid-19; primeira estrutura já está em uso na Santa Casa de Alfenas
Os sistemas de Ventilação Não Invasiva (VNI) têm sido uma das opções para o tratamento de pacientes infectados pelo novo Coronavírus. Pensando nisso, a Unifal-MG, por meio do Departamento de Infraestrutura (DI), da Pró-Reitoria de Administração (Proaf), passou a produzir cabines para doação. As primeiras peças foram doadas para a Santa Casa de Alfenas e já estão em utilização. A proposta é produzir, pelo menos, 50 cabines.
O protótipo da cabine, a qual consiste em uma estrutura protetora de formato retangular, coberta por plástico transparente, foi criado pelo Instituto de Tecnologia e Biotecnologia do Amazonas (Instituto Transire), em parceria com o grupo de assistência médica Samel, de Manaus. Segundo José Antônio Ramos, diretor do DI, os objetivos das cabines, que também são conhecidas como “Cápsula Vanessa”, são proteger os profissionais de saúde da contaminação, evitar a intubação e reduzir, se possível, o tempo de internação dos pacientes.
“Ela é muito simples, feita em vinil, com estrutura de PVC, e contém aberturas laterais, de zíper, para que o profissional possa manusear o equipamento sem ter contato com a pessoa infectada. A cabine conta, ainda, com uma exaustão, a qual é feita de um cooler que possui um filtro bacteriológico acoplado, para que o ar seja filtrado e o profissional não seja contaminado”, disse o servidor Técnico-Administrativo José Antônio. A intenção, segundo ele, é confeccionar 50 unidades. “Nós montamos a primeira cabine, e ela já está sendo usada na Santa Casa de Alfenas. Segundo a médica que a recebeu, o resultado ajuda bastante”, completou.
Para a médica e coordenadora da Enfermaria de Covid-19 da Santa Casa de Alfenas, Mayra Cristina Soares Araújo, as cabines têm modificado o prognóstico dos pacientes. “Queremos agradecer a Unifal-MG pela doação desse sistema. Eles dão a oportunidade de os pacientes passarem por essa etapa tão difícil evitando, muitas vezes, a intubação e um desfecho desfavorável. Que essa parceria com a Universidade permaneça”, disse a médica.
Como contou um dos participantes da iniciativa, o professor Eduardo Tonon de Almeida, do Instituto de Química da Unifal-MG, o sistema de filtragem da cabine foi feito com uma impressora 3D. “O filtro é feito com um cooler, ou seja, com aquele ventilador que fica dentro das fontes de computador. Nós pegamos esse ventilador e modelamos, num software de modelagem computacional, peças que se encaixam nele, a fim de inserir o cooler na cabine, uma vez que ainda não existe peça disponível capaz de realizar esse encaixe”, explicou.
O docente comentou ainda que, como é necessário vedar as cabines, o encaixe precisa estar na medida correta. “A estrutura tem que ser vedada para evitar que o ar saia e contamine as pessoas. Assim, o paciente recebe oxigênio, e os profissionais da saúde realizam procedimentos que podem, sem a cabine, gerar contaminações”, completou.
No momento, outras cabines estão em produção e devem ser entregues na próxima semana. A montagem conta com a participação do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) e com os setores da Divisão de Eletrônica, de Serralheria, de Compras e de Transporte. “O esforço em conjunto é a nossa contribuição, do Departamento de Infraestrutura e da Unifal-MG, ao enfrentamento da Covid-19”, finalizou José Antônio.
(Diretoria de Comunicação Social)