Sensibilização de doadores é essencial para ajustar Banco de Sangue de Três Pontas
Mensalmente são realizadas cerca de 85 transfusões de sangue na Santa Casa de Três Pontas. Hoje, apenas 60 doadores estão cadastrados na entidade. Não bastasse o pequeno número, nem todos comparecem assiduamente para o ato que salva vidas. Há meses em que apenas 30 pessoas praticam a ação voluntária considerada simples e ao mesmo tempo grandiosa por se tratar de verdadeira prova de caridade.
Se a demanda é maior que a doação, o depósito fica baixo e algumas vezes zerado para determinados tipos sanguíneos. A situação é preocupante e pode se agravar ainda mais. Isto porque se a Santa Casa não ampliar o número de voluntários ativos é possível que aconteça a suspensão do fornecimento das bolsas para reposição do estoque.
“A gente torce para que as pessoas se sensibilizem e nos procurem. Além de pensar nos pacientes que aqui estão dependendo desse sangue para viver é bom analisar que hoje esse possível doador pode estar em situação confortável, mas amanhã pode vir a precisar e não encontrar o seu tipo sanguíneo. Todos nós estamos sujeitos à transfusão”, convoca a técnica em Enfermagem, Luciene Teixeira dos Santos.
O apelo é reforçado pela farmacêutica, Carolina Scalioni Ramos. Ela conta que toda sexta-feira, às 6 horas da manhã, um microonibus ou uma van leva os doadores até o Hemominas de Poços de Caldas. O transporte é de graça, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Já a alimentação é fornecida pela Santa Casa de Três Pontas. “As 13, 14 horas todos já estão de volta. Quem quiser e puder colaborar, por favor, venha falar com o nosso Hospital”.
Mudança do local de coleta aumenta dificuldade
Por determinação da Fundação Hemominas, do Governo de Minas Gerais, o sangue doado por voluntários de Três Pontas é coletado na Unidade de Poços de Caldas desde janeiro. Antes, a coleta era feita em Varginha. A distância de condução pulou de 30 para 184 quilômetros e isso aumentou também a dificuldade em convencer os doadores.
A farmacêutica esclarece que a mudança cumpre a Resolução 1737 de agosto de 2004. Basicamente, a exigência é que o fornecimento de hemo componentes para pacientes do Sistema Único de Saúde seja feito pela Fundação Hemominas que possui convênio com o SUS e não mais por pontos de coleta de sangue particulares, como é o caso do Hemocentro de Varginha e de Alfenas.
“Passaram-se dez anos e muitos não se adequaram. A Fundação insistiu na mudança alertando que o SUS não pagaria mais pelas bolsas fornecidas pelo Hemocentro. Então, designou para nós a Unidade de Poços de Caldas embora haja Unidade também em Pouso Alegre. Sendo assim, não podemos levar os doadores, nem recorrer em caso de urgência de sangue a outros lugares”, completa Carolina Ramos.
Segundo as profissionais de Saúde, este é mais um motivo para que voluntários ajudem a manter o estoque do Banco de Sangue de Três Pontas o mais próximo possível do ideal, considerando a média de demanda mensal. O transporte dos hemo componentes também é feito pela SMS de Três Pontas e não está descartada a eventual falta de veículo para buscar bolsas num caso de emergência.
Vale ressaltar que uma doação salva até quatro vidas.