Queimada destrói cerca de 100 hectares em área de nascente, em Três Pontas
Um incêndio, com indícios de ter sido criminoso, devastou cerca de 100 hectares na região da Fazenda Pindorama, em Três Pontas. O fogo começou por volta das 18 horas desta quarta-feira (21) e como ventava bastante se alastrou rapidamente pelo morro, onde a vegetação já sofria com a estiagem. As chamas, que puderam ser vistas de longe, destruíram tudo pelo caminho, inclusive árvores que vinham sendo plantadas há um bom tempo para preservação de nascente. No local, brota o Ribeirão Nossa Senhora d’Ajuda, que é uma das fontes de abastecimento da Cidade. O dono da propriedade rural, Marcos de Brito Miari precisou retirar o gado da pastagem às pressas, mas não conseguiu evitar prejuízos na lavoura de café dele e de vizinhos. A Fazenda Pindorama teve mais de 90% de sua área queimada.
Voluntários se reuniram no combate às chamas. O grupo recebeu apoio da Prefeitura Municipal que enviou caminhão pipa e uma patrol. Onde o equipamento conseguiu chegar foram feitas leiras, numa tentativa de evitar que o fogo continuasse tomando proporções.
Durante toda esta quinta-feira (22), voluntários continuavam atuando. As grandes labaredas foram totalmente apagadas há aproximadamente duas horas. Em seguida, eles fizeram o rescaldo.
Atentado à natureza ocorre no Dia da Árvore
Quem conhece ou tem propriedades na região lamentou. Mais ainda ao analisar que o atentado à natureza aconteceu justamente no Dia da Árvore e Dia Internacional da Paz, quando as ações de proteção e solidariedade ao meio ambiente e ao próprio ser humano deveriam ser intensificadas, a exemplo do que fez o Clube da Casa Nova Era.
A convite da empresa, profissionais falaram sobre reciclagem, sobre a importância das árvores para a saúde, para que a água volte em abundância e para o combate, por exemplo, à poluição e ao aquecimento do clima. Durante toda a semana, o Clube da Casa Nova Era distribuiu mais de 150 mudas de ipês e outras árvores nativas para os clientes, motivando as pessoas a mudarem um cenário preocupante: Três Pontas precisa de reflorestamento, de arborização, de revitalização em vários pontos e – jamais – de queimadas, menos ainda propositais.
Respeito na prática
Um dos cidadãos que tomaram frente para o combate ao incêndio foi Sávio Martins (foto ao lado). O Gerente Comercial do Clube da Casa Nova Era comenta com tristeza o ocorrido, destacando que os prejuízos ultrapassam aos donos das terras, afetando toda a população trespontana. “Temos ali uma nascente que vinha sendo cuidada, preservada e todos nós dependemos dela e, claro, de outras fontes que formam as captações do Saae. É triste ver o fogo avançando e destruindo trabalhos de tanto tempo e ver o meio ambiente tão desrespeitado, tão desvalorizado. Todos nós devemos obediência à natureza e ela agora também depende das nossas atitudes para se reerguer”, registrou.
Ontem Sávio Martins entregava mudas na expectativa de ver uma Três Pontas mais verde, mais florida, com mais água, clima ameno, com mais qualidade de vida. Hoje, viu uma grande extensão cinza. Mas, como bom brasileiro, não desiste e afirma que continuará acreditando e colaborando para uma convivência harmônica do homem com a Terra.