Provedor da Santa Casa de TP tranquiliza população sobre possível escassez de medicamentos
O provedor da Santa Casa de Três Pontas, Michel Renan Simão Castro, gravou um áudio na tarde desta quinta-feira (1º) para tranquilizar a comunidade. Ele informou que não há total escassez de medicamentos no Hospital São Francisco de Assis. De acordo com o provedor, o abastecimento assegura o atendimento aos pacientes pelos próximos dias.
“A falta de medicamentos vem ocorrendo e não é um problema da nossa Santa Casa, ocorre em todos os hospitais devido ao crescimento do número de pacientes, hoje, nos estabelecimentos hospitalares”, comentou, acrescentando que toda a equipe está atenta e já atuando frente ao aumento da demanda.
A iniciativa de falar aos trespontanos foi tomada depois que uma pessoa divulgou em grupos de WhatsApp que a cidade passaria a contabilizar várias mortes a partir de hoje (1º). Os óbitos, atribuiu na “fake news”, ocorreriam justamente por falta de medicamentos no Hospital da cidade. O indivíduo anuncia ainda que a Santa Casa passará a priorizar quem receberá o atendimento, indicando que os jovens ganharão a preferência. Firme na mentira, a pessoa comenta também que a Prefeitura tenta, mas não está conseguindo comprar os tais remédios.
“Se nós tivéssemos o desabastecimento, eu – juntamente com nossos médicos, juntamente com o prefeito, com a secretária de Saúde, Tereza Cristina – teríamos ido à rede social porque nós temos uma responsabilidade para com a população de trazer todos os fatos reais, tudo da maneira transparente. Tudo que nós trouxemos até hoje foi para trazer um certo acalento, um certo conforto para a população. Não podemos deixar que pessoas irresponsáveis venham em rede social dizer que a partir de hoje teremos quatro óbitos, cinco óbitos. Isto não está nas nossas mãos, está nas mãos de Deus. Não é realidade. Precisamos manter a calma”, disse.
Michel Renan pontuou que diretoria, equipe médica e Executivo Municipal estão sempre dispostos a prestar esclarecimentos, a informar a real situação da Santa Casa, afinal, justificou, não são irresponsáveis a ponto de no futuro terem que “responder por mortes para a população tão generosa para com a Santa Casa. Não seríamos insanos de esconder algo”.
O provedor concluiu com otimismo. “Temos certeza que nos próximos dias esta onda deve diminuir, deve diminuir a pressão hospitalar de ocupação e nós vamos poder, lá na frente, falar que a nossa união fez com que nós vencêssemos essa pandemia”.
Aumento de casos e alteração no perfil de pacientes exigem novas estratégias de enfrentamento à Covid-19 em Três Pontas
Também hoje (1º) durante reunião de trabalho foi informado pela secretária Municipal de Saúde de Três Pontas, Tereza Cristina Rabello Corrêa, que o Hospital São Francisco de Assis está com leitos de UTI 100% ocupados. Então, a secretária pediu que a comunidade use o sistema de Saúde da cidade somente quando realmente necessário, deixando – inclusive o Pronto Atendimento (PAM) – livre para suporte aos casos de Covid-19.
Dr. Lucas Erbst explicou que nos últimos dias houve uma mudança na demanda, com aumento de número de casos e agravamentos de pacientes mais jovens. Assim, o tempo de internação se estende e carrega o sistema, esclareceu o diretor clínico do PAM. Diante da nova realidade, o atendimento na tenda Covid-19 (em frente ao PAM) foi reestruturado e ampliado, anunciou.
O médico alerta que a disseminação da doença tem acontecido de forma rápida e, para ele, Três Pontas está no momento mais crítico desde o início da pandemia. Dr. Lucas relembrou a necessidade das pessoas praticarem as medidas preventivas.
Já Dr. Geovanne valorizou o dinamismo com que o Hospital lida com as exigências diárias da Covid-19, incluindo o monitoramento de recursos. Comentou que as novas estratégias conseguem o atendimento primário, mas frisou que o remanejamento no caso de internações está mais difícil. “A gente precisa frear o avanço da pandemia na cidade para podermos absorver a demanda, para conseguirmos dar um suporte a casos que se agravem até que a vaga de UTI aconteça”.
“O grande diferencial em Três Pontas tem sido a união”, começou Dr. Eduardo. Ele contou que tão logo percebeu-se a alteração no quadro da doença na cidade, Santa Casa e Prefeitura nortearam para um novo suporte ao atendimento primário, ou seja, para que se mantenha o melhor atendimento aos pacientes – também da síndrome gripal – dentro do município. “Nós temos limites físicos e humanos, mas temos lutado diuturnamente para atender a todos da melhor maneira possível. Até agora estamos conseguindo, apesar do desgaste (…) Não vamos medir esforços para manter o atendimento em Três Pontas em alto nível”.
O provedor, Michel Renan, confirmou a dificuldade em receber novos pacientes e disse que a colaboração da população é fundamental. “Caso a contaminação esteja crescente as nossas estruturas não serão suficientes. Vamos continuar com responsabilidade contribuindo para o bem da nossa comunidade”, convocou.
Na oportunidade, o prefeito Marcelo Chaves Garcia contou que ontem (31) foi realizada uma reunião com a participação de prefeitos da microrregião de Saúde e lideranças da Santa Casa para traçar estratégias que gerem ampliação do atendimento.