Prefeito Paulo Luis agrupa documentos para comprovar que nunca perdeu verbas conforme alegam opositores
Todas as vezes que é acusado de perder verbas conquistadas pelo Deputado Federal Diego Andrade (PSD-MG), o Prefeito de Três Pontas, Paulo Luis Rabello (PPS), responde e sempre explica nunca ter prejudicado o Município com a devolução de recursos.
Sábado (13), o Sintonize aqui publicou reportagem na qual o Professor, João Victor Mendes de Gomes e Mendonça, mencionou que mais de R$ 21 milhões foram perdidos por “incompetência da atual Administração”. Paulo Luis repetiu a defesa, mas, agora, de uma maneira diferente. Reuniu a documentação e apresentou como prova.
“Esta é a última vez que eu falo sobre esse assunto. É preciso colocar ponto final nessa conversa porque o Prefeito não devolveu verba alguma. Contra números e contra fatos não há argumentos, então, a partir de hoje eu não trato mais esse assunto. Esse assunto para mim é a pá de cal, acabou, sepultou. Acho que devemos pensar mais em Três Pontas a ficar aí levantando coisas indevidas”, começou com determinação.
ETE
Sobre os R$ 16 milhões que teriam vindo para a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), Paulo Luis explicou que parte do recurso chegou, sim, a ser disponibilizada. Uma licitação, segundo o Prefeito, também foi concretizada. Isto na gestão anterior à sua, comandada por Luciana Ferreira Mendonça (PR).
Posteriormente, a Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal (CEF), em Poços de Caldas, constatou que havia duplicidade de itens, notificou a empresa vencedora do processo licitatório que não concordou em realizar os devidos ajustes e o prazo para o início da obra venceu. Então, o Ministério das Cidades rescindiu o Termo de Compromisso em 20 de setembro de 2013, ou seja, no primeiro ano da atual Administração.
Ainda a respeito da verba, o Prefeito comentou que Três Pontas foi contemplada no PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), do Governo Federal, por intermédio do então Senador Clésio Andrade e não de Diego Andrade. “A Emenda é de 2011, o contrato foi assinado em 31 de agosto de 2011 e Diego nem era Deputado Federal ainda. Houve uma transferência de prestígio, o que é compreensível já que Diego é sobrinho de Clésio”.
O Prefeito disse ainda que sente grata satisfação em saber que o Deputado Diego Andrade pertence ao mesmo partido político do Ministro das Cidades, Gilberto Kassab porque, deduz, quem sabe o Deputado pode rever com o amigo a questão da verba e, agora sim, disponibilizá-la para o Município.
“Tentaram fazer desta ETE uma Petrobrás, guardado as devidas proporções, uma forma de desviar dinheiro público. Graças a Deus, o Engenheiro da Caixa achou a duplicidade, senão como ficaria essa atual Administração? Quem seria o responsável?”, questionou e em seguida respondeu. “Quem estivesse executando, é claro”.
Praça da Juventude
De posse do Relatório de Andamento do Contrato, assinado em 30 de novembro de 2011, com o objetivo de implantação da Praça da Juventude, Paulo Luis Rabello mostrou que em abril de 2013 a Administração encaminhou ofício à CEF comunicando a incapacidade financeira do Município de executar o projeto naquele momento, tendo em vista o alto valor e acréscimo na contrapartida.
O esclarecimento por parte do Prefeito é o seguinte. Para a primeira etapa das obras seriam disponibilizados R$ 600 mil. A contrapartida do Município seria de R$ 50 mil. Acontece, porém, que a Praça não poderia ser construída no terreno indicado pela administração anterior (Mina do Padre Victor) porque o Município não tinha titularidade do imóvel. Houve, então, a transferência de local, para um terreno nas proximidades do Cemaca, em área menor que o projeto apresentado.
Houve, então, a necessidade de adequação do projeto, o que foi realizado pela Administração já de Paulo Luis, mas a contrapartida saltou para R$ 200 mil.
“Nós, simplesmente, pedimos a suspensão temporária da execução do projeto. Não podíamos tirar R$ 200 mil dos cofres do Município para a contrapartida”, reforçou.
Conservatório
Em defesa do amigo Diego Andrade, o Professor João Victor garante que o Deputado Federal conseguiu quase R$ 2 milhões para a construção da sede do Conservatório Municipal de Música Heitor Villa Lobos, recurso que, aponta, também foi dispensado pelo atual Prefeito.
Paulo Luis mostra que, de fato, houve a Emenda Individual do Deputado Diego Andrade no Orçamento Geral da União. A proposta é datada de 15 de maio de 2012 e pela mesma seriam repassados ao Município R$ 920 mil.
Em dezembro, o Ministério da Cultura informou à Prefeita Luciana Mendonça que o processo seria iniciado, mesmo não havendo recursos orçamentários disponíveis, esclarecendo também que o orçamento poderia ser autorizado a qualquer momento ainda naquele ano. Assim, solicitou ajustes em alguns documentos, dentre eles, em relação à contrapartida. Na proposta do Deputado, o Município não precisaria arcar com a despesa. Mas, pelo Ministério, a contrapartida seria de R$ 80 mil, percentual que atenderia à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
“Os R$ 920 mil não foram empenhados pelo Ministério da Cultura. O Município não apresentou a nova documentação, não deu andamento e isto não foi na minha Administração, portanto, também neste caso não houve devolução de dinheiro por parte do Prefeito Paulo Luis”, garante.
UPA
Quanto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para a qual o Deputado teria conseguido mais de R$ 1 milhão, o Prefeito informa inviabilidade. De acordo com Paulo Luis existem problemas que estão sendo sanados atualmente na folha de pagamento dos funcionários do PAM (Pronto Atendimento Municipal) herdados da administração anterior à dele.
“Problemas que vieram para nós por inconsequência e incapacidade. Eles não tiveram capacidade de fazer porque se tivessem capacidade – como o Professor diz que têm – eles teriam feito. Por que não executaram todos esses projetos à época, se eles tinham todo o prestígio político? Eles construíram a sede da Atremar de uma forma impossível, em um imóvel trocado. Eles construíram a frente da Atremar invertida e nós tivemos que ajustar. Esta é a capacidade das pessoas que passaram por aqui”, desabafa Paulo Luis.
O Prefeito fez questão ainda de frisar que nenhum dos projetos que necessitaram revisões e ajustes e que não atenderam às exigências, inclusive da CEF, foi idealizado em seu mandato. Ele continua, opinando que esses pseudocríticos não sabem sequer administrar suas casas porque vivem na barra, à custa de político.
“A Administração passada devolveu duas verbas alocadas para o Centro de Eventos por incompetência e agora vem falar de incompetência minha? Que cunho moral tem essa pessoa para falar de incompetência? Ele é competente para fazer o quê?”, questionou.
Paulo Luis finalizou o assunto “devolução de verbas” destacando que todo cidadão pode consultar as emendas dos deputados através do Portal da Câmara dos Deputados ou ainda via Superintendência da CEF. É pela instituição financeira que passam todos os recursos oriundos da União e é ela também a responsável pelo acompanhamento e fiscalização do cumprimento de contratos assinados pelo Governo Federal e municípios.
Emenda Única
Além da Emenda para construção da sede do Conservatório – que não vingou – apenas uma Emenda tem a iniciativa do Deputado Diego Andrade, conforme o Prefeito fala ter conhecimento. A Proposta de Convênio com o Ministério da Saúde é de R$ 716 mil para aquisição de aparelhos e equipamentos para a Santa Casa de Três Pontas, dentre os relacionados estão aparelho para anestesia, bisturi elétrico, foco cirúrgico de teto e ventilador pulmonar.
Esse recurso ainda não foi repassado ao Hospital, como explicou o próprio Deputado em visita à Cidade no dia 8 de junho, por falta da Certidão Negativa de Débitos (CND).
De novo, Paulo Luis esclareceu que não é o gestor da Santa Casa, instituição administrada por uma irmandade, mas que – como Gestor do Município e conhecedor da importância do Hospital para o povo, tem se desdobrado para quitar os débitos do Hospital junto ao Governo Federal para a liberação da CND, essencial para o repasse de verbas da União.
Aproveitou para informar que a Administração Municipal está colaborando, e muito, para sanar alguns problemas da instituição filantrópica. Em uma semana, anunciou o Prefeito, os esforços conjuntos levaram à quitação de débitos com todos os médicos e funcionários da Santa Casa.
Memória – “Nunca vomitei no prato que eu comi como certas pessoas fazem e alegam ou querem que eu faça também”
Em suas citações, João Victor Mendes, comentou que Paulo Luis “continua ruim de memória”. Logicamente, o Prefeito não gostou da fala e retribuiu garantindo que se lembra com clareza do passado e que não traria assuntos à tona por um simples motivo. “Nunca vomitei no prato que eu comi como certas pessoas fazem e alegam ou querem que eu faça também. Isso eu não faço e esse Professor sabe muito bem disso. Eu não vou declinar o que eu sei porque não quero prejudicar pessoas, muito menos a imagem dele e de pessoas que são caras por mim”.
Paulo Luis reafirmou que as portas do Gabinete estão abertas a todo parlamentar que queira ajudar o Município. Disse novamente que todos os deputados que tiveram fotos em Três Pontas com apoio dele e de seus correligionários estão auxiliando a Cidade através de verbas alocadas no Orçamento da União e do Estado de Minas Gerais. Citou, então, Domingos Sávio (PSDB-MG) e Carlos Melles (DEM-MG) entre os deputados federais que conseguiram verbas para o Hospital São Francisco de Assis já empenhadas, aguardando liberação.
“O Diego Andrade deve muito a Três Pontas. Acredito que qualquer deputado que tenha 16 mil votos em uma cidade de Minas, do País faz das tripas corações para ajudar essa cidade, independente de qual seja o prefeito, por isso, acredito que ele também fará por nosso Município”.
Finalizando, o Prefeito falou que o Deputado é do povo e não precisa de blindagem como fazem seus assessores. “Deixem ele vir conversar com a gente, tomar um café aqui como fazem os outros parlamentares até mesmo porque o próprio Diego Andrade disse que têm pessoas muito capazes aqui dentro”, encerrou.