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Preço do feijão dispara e supera o valor da saca de café

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Alta nos preços inspirou memes na internet (Foto: Ilustrativa Net)

Nas redes sociais ele foi o presente mais indicado para o dia dos namorados comparado a uma joia. Também tem sido oferecido em troca de casas e terrenos. As brincadeiras se referem ao velho e tradicional feijão carioca, mas tratam também de uma triste realidade para o consumidor. Os preços dispararam. Segundo o IBGE, neste ano até maio, o valor do feijão subiu 33,49%. Em 12 meses a alta atingiu 41,62%. Um quilo do produto já é encontrado no comércio de Três Pontas entre R$ 9,50 e R$ 12.

As condições climáticas são o primeiro fator que justificam a alta expressiva, conforme notificam compradores. Em Minas Gerais, maior produtor de primeira safra do feijão carioca do Brasil, o sol e as altas temperaturas atingiram as lavouras em plena florada. No Sul do País, especialmente no Paraná, que é responsável por 24% da colheita nas três safras do feijão, foram as chuvas que comprometeram em grande escala a produção. Por causa do clima, o Estado teve quebra de 14% na primeira safra encerrada em março e de 21% na segunda safra que acaba de ser colhida e que somou 318,2 mil toneladas. Já a terceira safra está sendo plantada, mas ela é insuficiente para reverter a alta de preço. “Vamos ter preços elevados do feijão até agosto”, prevê o Engenheiro Agrônomo do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura do Paraná, Carlos Alberto Salvador. 

Feijão Carioca Carioquinha 1

Segundo o IBGE, neste ano até maio, o preço do feijão subiu 33,49%. Em 12 meses, a alta foi de 41,62%

De acordo com um cerealista de Três Pontas não há estoque, nem mesmo por parte do Governo e a importação não aliviaria a ascensão nos preços. Para se ter ideia do tamanho do problema, ele explica que São Paulo recebe de 30.000 a 40.000 sacas de 60 quilos por semana. Ontem (13), o volume aportado por lá teria sido de apenas 3.000 sacas.

Atualmente, o empresário paga ao produtor em média R$ 530 a saca e até R$ 600 pelo produto de melhor qualidade. O valor já se iguala e até supera a saca de café, principal produto agrícola do Município. O café Arábica Tipo 6 Duro, por exemplo, está sendo vendido na casa dos R$ 500.

“Quem faz estoque com esses valores? Impossível. Mesmo se houvesse feijão para estocagem dificilmente alguém se arriscaria porque uma possível reversão do preço causaria enorme prejuízo”. O cerealista, que prefere não se identificar, trabalha com o produto há oito anos e conta que essa é a primeira vez que lida com tamanha escassez. O armazém, revela o empresário, está praticamente zerado.

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Não há estoque e a previsão é que preços continuem elevados até agosto

Venda futura

A disputa pela pouca produção está acirrada. Há compradores negociando a colheita futura, como eles dizem, “direto na rama, lá na lavoura”. É uma forma de tentar garantir o mínimo para o varejo.

O alimento integra o cardápio do brasileiro e está presente principalmente nas classes menos favorecidas. Uma auditoria feita pela Gfk aponta que cada família consome cerca de 3 quilos de feijão por mês, no entanto, a alta nos preços tem feito muita gente pensar bastante antes de levar o produto para casa.

(Fonte complementar: Centro de Inteligência do Feijão-CIF)

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