Pedalar é encantador, motiva esportista de Três Pontas que começou a dar “aulas de bicicleta” ao ficar sem trabalho no início da pandemia
“A bicicleta trouxe muita coisa positiva para a minha vida e senti que eu tinha a missão de passar isso para as pessoas. Confesso que no início fiquei incomodada de cobrar, mas foi necessário. Você pode ter certeza de que, mais do que receber, eu tenho um prazer enorme em apresentar o mundo da atividade física, seja o da “bike”, da natação, enfim, de qualquer esporte porque acho que todas as pessoas deveriam ter o privilégio que a gente tem de levar uma vida saudável”.
A declaração vem de Renata Caliari Andrade Rabello, a professora de natação e sócia-proprietária da Academia JR, que passou a ser conhecida também como “instrutora, personal de pedal”. As atividades que ela atua profissionalmente foram umas das primeiras suspensas quando a Covid-19 chegou ao estado de Minas Gerais. “Tia” Renata fechou, por determinação dos protocolos sanitários, as portas que levam às piscinas e aos equipamentos do seu espaço fitness – mas, dinâmica que é, viu no amor que sente por outra modalidade, a oportunidade de seguir trabalhando durante a pandemia. Lembrou-se das várias pessoas que sempre recorriam a ela, pedindo orientações quando compravam suas bicicletas e até para “dar uma voltinha em sua companhia”, então, pensou: “por que não dar aulas?”. Vieram a ideia, o momento oportuno e vieram os alunos.
“Deu super certo. Tenho trabalhado os meses todos da pandemia ministrando aulas para muitas mulheres. Nos nossos pedais, passo dicas de como usar a ‘bike’, as marchas, falo bastante sobre postura. Mas, o que eu mais gosto é de transmitir para as turmas o amor que sinto pelo esporte e de contar tudo que a ‘bike’ me traz de bom: amizades, a chance de conhecer tantos lugares”, destaca.
Aos poucos, a esportista volta à rotina de professora de natação e de empreendedora do mercado fitness e o tempo vai ficando mais limitado. Ainda assim, Renata mantém um grupo de alunas, inclusive crianças, além de desfrutar, pelo menos duas vezes na semana, da companhia de ex-integrantes das turmas de “bikers” em que atuou como personal.
“Acho fantástica a ideia de proporcionar tudo isso, muitas pessoas relatam que, não fossem minhas aulas, não teriam começado a pedalar”, conta com a certeza do dever cumprido.
Independência
Quando colocou em prática o projeto, Renata traçou algumas metas principais: despertar para a importância da prática esportiva como aliada à saúde, este bem que, aconselha, deve ser sempre preservado; compartilhar conhecimentos e vivências a respeito do ciclismo e preparar pessoas para que elas pedalem em segurança.
“É muito interessante e este é o objetivo: as alunas aprendem, desmamam das aulas e se enturmam nos grupos de ‘bikers’ que temos em Três Pontas. Fico muito feliz quando encontro nas trilhas as meninas pedalando com alegria. É gratificante”, enfatiza.
Tia Renata, como é carinhosamente tratada, segue firme, determinada a continuar dando aulas de bicicleta enquanto tiver saúde e coragem, até porque, comenta, pedalar é um esporte ao ar livre, excelente contra o estresse do dia a dia e que, como toda atividade física, só resulta em benefícios físicos e mentais. Mas, ela tem um aviso: a ‘bike’ é também encantadora. “O melhor é não pedalar porque a gente vai gostando, gostando, gostando e não tem volta”, fala a verdade em tom de brincadeira.
“A atividade física é tudo de bom. Com raras exceções, quem pratica esporte está passando bem por esta pandemia, muitos até assintomáticos. Seja pedal, natação, corrida, caminhada ou qualquer outra modalidade, o esporte – assim como a hidratação e a alimentação saudável, tem que estar presente na vida de todos”, motiva.
Dia Nacional
Na quinta-feira (19) foi comemorado o Dia Nacional do Ciclista. “A você que pedala e acredita que a bicicleta pode mudar sua vida como mudou a minha, parabéns”, finaliza a personal.