Pacientes da Santa Casa de Três Pontas recebem dose extra de amor, ânimo e amparo através dos Doutores da Alegria
Levar a Palavra de Deus e, através dela, plantar esperança. Levar a paz e, através dela, fortalecer quem está física, psíquica e emocionalmente abalado. Levar alegria e, através dela, arrancar sorrisos em um ambiente onde prevalece a dor. Levar solidariedade e, através dela, mostrar que o sofrimento quando compartilhado pode se tornar um fardo mais leve.
É isto que têm feito os Doutores da Alegria. Há aproximadamente cinco meses, o grupo visita a Santa Casa Hospital São Francisco de Assis, em Três Pontas, toda quarta-feira. Pontualmente às 16h30min lá estão eles. O grupo percorre a Pediatria, os Postos I, II e III, a ala particular, a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e a Maternidade, ou seja, os pacientes de todos os setores e seus acompanhantes têm a oportunidade de, pelo menos por uns instantes, se divertir e deixar de lado os incômodos das doenças, das cirurgias, da desgastante internação hospitalar.
De quarto em quarto, os Doutores da Alegria chegam e pela Bíblia passam a mensagem de conforto. Depois fazem uma Oração e algumas brincadeiras. Tudo bem rápido para não cansar, principalmente o paciente, e para não atrapalhar o atendimento na Santa Casa. Quando há alguma intercorrência, eles são comunicados por enfermeiros chefes e, claro, respeitam a orientação.
A descontração nasce do improviso e está presente também nas roupas, perucas e chapéus, maquiagem e outros recursos usados pela turma, todos integrantes da Igreja Nova Aliança com Deus. “Quando pensamos no projeto, imaginamos que as crianças achariam o máximo, mas para nossa surpresa os adultos ficam muito mais alegres com as nossas palavras, com as brincadeiras e ficam super agradecidos”, observa a voluntária, Ercília de Souza Miranda, a Cila, como é mais conhecida na Cidade. Segundo ela, a reação positiva por parte dos pacientes e acompanhantes é imediata, possível de se notar em sorrisos e no olhar.
Neilor Carvalho Miranda também integra os Doutores da Alegria e sabe perfeitamente como o gesto simples é capaz de promover a autoestima e alívio. Quando submetido a uma intervenção hospitalar em Varginha, município bem próximo a Três Pontas, repentinamente um palhaço adentrou o quarto em que ele estava com a esposa Cila e outro paciente. “Aquele homem foi capaz de mudar o ambiente. Nos sentimos muito bem com aquela presença. Daí veio a ideia de proporcionar esse bem estar aqui em nossa Cidade. Quando melhorei, apresentamos a intenção ao Pastor Teixeira e ele nos apoiou. Fomos até à Santa Casa e também recebemos o apoio da direção”, recorda. Até mesmo a recepção dos funcionários da Santa Casa – que sempre interagem com o grupo – é uma prova de que o caminho está correto.
Em média de seis a oito membros da Igreja realizam a visita semanal. Todos começam pela Pediatria e em seguida cada dupla assume um setor. No máximo em uma hora todo o Hospital já está medicado com a dose extra de amor, carinho, ânimo e amparo.
O trabalho tem fluido, embora os obstáculos sejam uma realidade até para quem dedica parte do tempo a ajudar o outro. No entanto, se depender do casal Cila e Neilor as pedras que aparecerem pelo caminho serão substituídas por persistência. “Deus disse: ‘ide e pregai o Evangelho a toda criatura’. É o mínimo que podemos fazer. Não cobramos nada por isso porque já recebemos a gratificação de ver o quanto nosso trabalho é importante para quem está lá no Hospital. O pessoal da Igreja está empenhado e para o Pastor e para os Irmãos esta obra é um orgulho”, contam.
“Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas”
Os Doutores da Alegria comprovam isso. Eles têm a certeza de que a cada quarta-feira conseguem fazer várias pessoas felizes e se sentem gratificados por isso. “Às vezes a gente chega lá com algum problema, meio triste, mal e sai restaurado, aliviado”, revela Cila.
A turma, por intermédio do casal, agradece a todos que contribuem para o andamento do projeto, em especial à Igreja Nova Aliança com Deus, à diretoria e irmandade da Santa Casa, à Marlene Modas que emprestou e, posteriormente, fez bom preço para que os voluntários adquirissem fantasias; à Samira que conseguiu – em consultórios de seus colegas – jalecos para também serem usados pelo grupo e ainda à Esther, a maquiadora oficial dos Doutores da Alegria, que aos 13 anos mostra entre os dons o de colaborar com o próximo.
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