Outubro Rosa passou, mas atenção para o Câncer de Mama tem que ser permanente, alerta Mastologista
O mês dedicado ao alerta sobre os perigos do câncer de mama ficou para trás e com ele a preocupação com a doença. Nada disso. A vigília deve ser constante e há justificativa. O câncer de mama tem alta incidência, sendo o que mais acomete as mulheres depois do câncer de pele. A taxa de mortalidade também preocupa. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são registrados 54 mil novos casos por ano no Brasil. As mortes chegam a 13 mil, ou seja, uma mulher morre por câncer de mama a cada 20 minutos no País.
Embora considerada um problema de saúde pública mundial, esta realidade pode mudar. Se o diagnóstico for realizado em fases iniciais, os tratamentos levam à cura em 90% dos casos. Daí, a importância de estar atenta, observando possíveis sinais e visitando o médico periodicamente, independente do Outubro Rosa quando há crescimento expressivo na demanda por consultas. O Movimento nasceu nos Estados Unidos na década de 1990 e consagrou-se mundialmente como importante meio de propagar informações e promover a conscientização sobre a importância da detecção precoce da doença.
Em Três Pontas e em algumas outras cidades da região, as mulheres mostram que estão cientes em relação ao câncer de mama. A maioria chega ao consultório do Mastologista, Sílvio César da Silva, com lesões não palpáveis, menores que dois centímetros, ou seja, bem no começo, portanto, sendo a maior parte tratável e curável.
Segundo o Médico, o câncer de mama é uma das doenças das quais mais se tem inovações publicadas mensalmente. “As novidades estão nas técnicas de cirurgia. Já é possível evitar a mutilação, realizar a reconstrução mamária e ainda reparar ou corrigir, na mesma cirurgia, algumas questões que não satisfazem a paciente em termos de tamanho e volume, por exemplo. Há avanços significantes também nas formas de tratamento – na parte laboratorial, quimioterapia, na chegada regular de drogas novas”, completa Dr. Sílvio.
Além das técnicas e da constante evolução dos tratamentos, existem outros aspectos fundamentais para que aconteça maior aceitabilidade do enfrentamento da doença. A desmistificação que cada vez mais leva à discussão sobre o assunto, consequentemente, à maior participação e amparo da família e amigos durante o tratamento e ainda o suporte vindo de equipe multidisciplinar – mastologista, oncologista, radioterapeuta, enfermeiro, psicólogo – são essenciais para encorajar a mulher diagnosticada com câncer de mama.
“Existia um mito, ninguém podia sequer falar a palavra câncer e quando surgia uma conversa usava-se ‘aquela doença’. Hoje existe o diálogo. Tínhamos a mutilação e atualmente em único procedimento é possível resolver a anormalidade e fazer uma cirurgia reparadora, ou seja, a paciente não sai mais mutilada. Tudo isso, contribui para maior aceitação. Sabemos que é um momento difícil, ninguém está preparado, mas é fundamental aceitar e contar com o apoio de todos ao redor”, reforça o Especialista.
Melhor caminho: a prevenção
Segundo o Inca, por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. Controlar o peso corporal e evitar a obesidade, por meio da alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são recomendações básicas para prevenir o câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor.
Dr. Sílvio César reforça que os exames de rotina por imagens (mamografia, ultrassonografia, ressonância e outros) são capazes de diagnosticar lesões menores, muitas vezes não percebidas nas apalpações do autoexame, portanto, importantes para a sobrevida e o tratamento da paciente.
“Normalmente, conseguimos antecipar quatro anos com exames feitos regularmente e, assim, com o rastreamento efetivo, diminuímos em torno de 30% a 50% a mortalidade por câncer de mama”, registra.
Toda mulher, a partir dos 35 anos, deve fazer a mamografia de base e a partir dos 40 anos, anualmente. No entanto, devem redobrar os cuidados, pacientes com casos de câncer de mama ou de ovário na família em especial diagnosticados em parentes de primeiro grau; bilateral (nas duas mamas) ou de mama em homens. Também estão no grupo de alto risco, mulheres submetidas a procedimentos cirúrgicos nos quais tenham sido observadas alterações no exame anatomopatológico, denominadas atipia ou carcinoma in situ.
Finalizando, o Mastologista explica que o aumento da expectativa de vida da população feminina, a conscientização que leva ao maior acesso a consultas com especialistas e a exames de mamografia e até mesmo fatores de risco da modernidade, tais como, ter número menor de filhos, amamentar pouco e estar exposto aos agrotóxicos, às radiações ambientais e infecções viróticas contribuem para a notificação dos casos.
A doença na população masculina
Apenas 1% dos casos de câncer de mama atinge a ala masculina. Em relação às mulheres, devido ao volume, qualquer alteração nos homens é mais fácil de ser palpável e detectada. Assim, eles não precisam se submeter aos exames preventivos de rotina.