“O País tem pressa”: trespontanos organizam mais um movimento pela saída de Dilma
Neste domingo (13), será realizado o terceiro movimento público de trespontanos pelo impeachment da Presidente Dilma Rousseff. O protesto reforçará o desejo de cidadãos em afastar a petista do Governo. Para o representante dos organizadores, Adriano Novaes, Rousseff provou ser incapaz de administrar o País por colocar os interesses do Partido dos Trabalhadores (PT) em primeiro plano, sendo o tempo todo manipulada pelos aliados. Para os cidadãos que se preparam para novamente ir às ruas, a saída de Dilma é a única maneira de o Brasil retomar a credibilidade, inclusive no exterior, de reestruturar a economia e de voltar a crescer.
O Movimento “Três Pontas pelo Impeachment de Dilma” terá início às 13 horas, na Praça Cônego Victor. Em entrevista exclusiva ao Sintonizeaqui, Adriano Novais conta que a condução coercitiva do ex-Presidente Luis Inácio Lula da Silva reacendeu a esperança de que algo de bom aconteça nos próximos dias. Ele se refere à retomada do processo de impeachment, estagnada na Câmara dos Deputados desde dezembro, e acredita que o povo tem o dever de reforçar a intenção, participando do ato que, antecipa, será passivo e responsável.
Entrevista
Adriano Novais
Integrante do Movimento “Três Pontas pelo Impeachment de Dilma”
Adriano, como será o Movimento Três Pontas pelo Impeachment de Dilma Rousseff desse domingo, dia 13 de março?
O movimento acontecerá na Praça Cônego Victor, no Centro de Três Pontas, às 13 horas. Nessa concentração queremos expor a nossa vontade da saída de Dilma da presidência do Brasil. Temos o direito, como cidadãos, de dizer não a quem achamos não ter competência para comandar o País. Vamos nos manifestar em clima de festa, de forma ordeira, pacífica, responsável. Na Praça contaremos com apoio de carro de som.
Haverá também uma carreata que percorrerá as principais ruas da Cidade. Quem quiser, pode seguir na carreata e quem preferir, pode ficar concentrado na Praça mesmo.
Você mencionou ‘manifestar em clima de festa’? Por quê?
Vamos nos manifestar em clima de festa porque estaremos comemorando o fato das investigações sobre a corrupção no meio político nacional terem chegado até o ex-Presidente Lula. Acreditamos que estamos muito perto de ver na prisão corruptos, inclusive, do alto escalão do Governo.
Quem deve participar?
Todas as pessoas que desejam a imediata mudança no Governo Federal. Se você é uma delas, leve sua família e seus amigos. O nosso movimento é um grito, mas de paz e terá apoio da Polícia Militar. Nós tivemos a confirmação da presença de agricultores do nosso Município e também de vários caminhoneiros. Gostaríamos de convidar também os funcionários dos Correios que, recentemente, protestaram em uma paralisação. Venham, mesmo que sem uniforme. Nossa intenção, desta vez, é agregar outros movimentos ao nosso.
Os manifestantes podem pintar seus rostos, podem levar apitos, levar cartazes. Queremos que nossa indignação seja exposta de todas as formas, desde que, éticas.
O que não deve aparecer no ato?
Bandeiras, camisetas, adesivos ou cores partidárias e ainda nenhum objeto que possa provocar ferimentos. Esse é um movimento de protesto e não temos a intenção de engrandecer partido político algum.
O Movimento é exclusivamente contra Dilma Rousseff, contra o Partido dos Trabalhadores (PT), enfim, qual é o pensamento comum aos organizadores?
Nós só queremos uma coisa: somos a favor que todos sejam investigados e julgados, independente se posição ou oposição. Nós queremos melhoria para o Brasil e queremos que todos aqueles que estiverem cometendo crimes contra a Nação, contra o povo seja punido. Se o Aécio for corrupto que seja julgado e condenado; se o Cunha for corrupto que seja investigado e condenado. O alvo principal é a Dilma porque, na minha opinião, ela não tem capacidade de administrar o País. Isso está provado. Hoje, vemos que a Dilma é uma pessoa manipulada, que atende antes de tudo aos interesses do PT. O que a Dilma tem feito não merece apoio de ninguém.
Vocês de alguma forma reconhecem atos do Governo Federal em favor da população?
Claro. Vemos com bons olhos, por exemplo, o Programa Minha Casa Minha Vida que está dando oportunidade das pessoas adquirirem a casa própria. No entanto, destacamos que o Governo não dá nada a ninguém. Nesse Programa, por exemplo, as famílias pagam. As parcelas são relativamente de baixo valor, é verdade, mas as famílias pagam. Existem outros programas assistenciais, tais como, o Bolsa Família, mas todos bancados pelo dinheiro do povo. Nós pagamos impostos para que eles voltem em forma de benefício para a comunidade. O Governo não dá nada a ninguém.
Até mesmo lideranças da esfera Federal assumem que o Brasil passa por uma crise política e econômica. Vocês já sentiram os reflexos desse mau momento em Três Pontas?
Sim. Eu trabalho na área comercial e vejo a crise chegando à nossa Cidade e também à nossa região. Recentemente, estive em Varginha e fiquei pasmo com a quantidade de lojas fechadas porque os donos estão falidos, quebrados. Além do comércio não estar suportando, já falta emprego. Por outro lado, aumentam os índices de furtos e roubos, cresce a falta de médicos e remédios na rede pública de saúde. O SUS está decadente e o nosso Hospital de Três Pontas, por exemplo, só está em pé porque a Prefeitura ajuda, porque o povo ajuda. Se dependesse só do repasse do SUS, do Governo Federal estaria à míngua. O Governo não tem dinheiro para manter. Está tudo casado… se falta educação, falta também segurança e por aí vai.
Por que dia 13?
No ano passado, no dia 15 de março, fizemos o nosso primeiro protesto contra a Presidente Dilma Rousseff. Desde então, deixamos programado para este dia 13 que é um número que a gente não anda gostando. O movimento pelo impeachment ganhou mais força com a convocação coercitiva do ex-Presidente Lula. Ele foi levado para depor na Polícia Federal. Isso é histórico e é um combustível para a gente que ainda quer acreditar que o Brasil tem jeito, desde que tirados os possíveis corruptos, os possíveis praticantes de crimes contra a Nação, contra o nosso povo. Acreditamos que, após esse fato coercitivo com o Lula, algo de positivo vai acontecer nos próximos dias.
Adriano, como você vê o País caso seja tirada a presidência de Dilma Rousseff?
Hoje, vejo que o Brasil está em queda. O País já foi roubado de todas as formas possíveis. O primeiro passo, acredito, é parar de cair, é cessar esse declínio. Não adianta achar que o País será refeito com esse Governo porque se esse Governo não tem credibilidade dentro do próprio País, imagina fora. A cada rebaixada, a bolsa de valores cai, o dólar sobe, empresas multinacionais não querem investir aqui. Não tem mais jeito. Já deu o que tinha que dar e, infelizmente, deu muito errado.
Com o impeachment, assumirá o Governo o Vice-Presidente, Michel Temer. É a nossa vontade? Não, não é, mas acreditamos que qualquer mudança será mais positiva do que manter a Dilma no Governo. E o próximo presidente, independente de quem for, saberá da imensa responsabilidade, pois virá após um impeachment. Esse novo presidente vai pegar uma crise e vai ter que melhorar de qualquer forma. É nisso que acredito e acho que é essa a esperança da grande maioria. Para parar a decadência, acreditamos na saída de Dilma. A economia sendo novamente estruturada, o Brasil voltará a ter dignidade, voltará a crescer e o povo voltará a viver com dignidade.