Nível da Represa de Furnas cai e coloca ponte histórica de novo à vista no Pontalete, em Três Pontas
O Lago de Furnas foi um dos atrativos que levaram centenas de foliões até várias cidades do Sul de Minas neste carnaval. E uma das localidades que registraram o movimento foi Pontalete, Distrito de Três Pontas. De barcos, lanchas, pequenos veleiros, casas flutuantes, jet skis os turistas aproveitaram nas águas da Represa. No vilarejo é assim também nos finais de semana comuns, porém ensolarados. A presença dos visitantes valoriza o Distrito despertando, inclusive, maior atenção por parte do Governo Municipal.
E foi durante a alegria do carnaval que o Sintonizeaqui se deparou com um fato preocupante. O cenário está mudando e apresentando provas visíveis aos mais atentos. No Pontalete, a ponte sobre o Rio Verde começa a emergir, sinalizando a queda no nível da Represa. Um grupo de trespontanos chegou a brincar nas vigas e a caminhar na laje da estrutura construída no início dos anos 50 para garantir o acesso das pessoas e o escoamento da produção agrícola até o vizinho município de Elói Mendes e que, dez anos depois, foi engolida pela inundação.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Reservatório de Furnas é o maior da região Sudeste e um dos maiores do País, com capacidade normal de operação em 768 metros acima do nível do mar. Pela medição divulgada ontem (1º), o nível está em 760,54 metros, ou seja, a Represa está com 46,73% do volume de água útil.
Para a Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), o nível 762,00 é considerado um parâmetro, um ideal para a exploração do Lago pelos turistas, empresários e piscicultores. A expectativa é que as chuvas intensas voltem a cair na região até maio, quando termina o verão, para que o Lago suporte bem a estiagem comum no segundo semestre. Mas, um detalhe: para dar mais volume aos rios e elevar o atual nível do Reservatório é fundamental que as chuvas caiam nas cabeceiras.
Histórico
Em 2015, o Pontalete vivenciou um dos maiores reflexos da seca sobre o Lago. Por mais de 10 anos,os moradores e visitantes não se deparavam com o cenário, desolador para a maioria. Apenas os rios Verde e Sapucaí resistiram à quase três anos de estiagem prolongada. As águas da Represa desapareceram cedendo espaço para pastagens e plantações, predominando os milharais. A balsa ficou ancorada em único ponto por meses. A Represa teve média de 24,02% de volume, chegando a alcançar no início daquele ano somente 9,46% do volume útil.
Em 2016, as chuvas intensas ajudaram na recuperação do Reservatório. Em junho, mês de melhor desempenho, o volume útil atingiu 78,36%. A média útil no ano foi de 63,52% do volume útil.