Menino de Três Pontas deixa cabelo crescer por dois anos e doa para ajudar crianças em tratamento contra o câncer
Na noite desta quinta-feira (25), o coordenador do Hospital de Amor em Três Pontas, Maurício Faria Jota e sua esposa Keli receberam a visita de um conterrâneo bastante gentil. Guilherme Cândido Tomé, de 8 anos, fez questão de ir à casa desta família, muito querida na cidade, para entregar um presente. O gesto, além de elegante, materializou o lado humano do menino que, embora tão ‘pequeno’, tem consciência da sua importância na construção de dias melhores.
Há dois anos, Guilherme tomou uma decisão e recebeu apoio total da mãe Juliana, de familiares e amigos. Então, deixou o cabelo crescer. Foi um longo período de cuidados para que os fios se avolumassem fortes e saudáveis e foi ainda um longo período de expectativa. O garoto, que hoje cursa a terceira série na Escola Municipal Cônego Vitor, tinha seis aninhos quando viu na TV crianças com câncer. A reportagem sensibilizou e Guilherme quis ajudar. Enxergou em seus próprios cabelos a oportunidade de amenizar o sofrimento de pacientes do Hospital de Amor, iniciando imediatamente a sua contribuição.
O tempo passou… Na quarta-feira (24), Guilherme foi até o salão do Evandro e saiu de lá com ainda mais certeza de que auxiliará crianças em tratamento. Uma peruca confeccionada com seus cabelos, sabe este trespontano solidário, será instrumento capaz de amenizar a difícil fase: a queda de cabelo é um dos efeitos colaterais da quimioterapia e ele mexe profundamente com a autoestima dos pacientes. A mecha, amarrada em um elástico, vai se transformar no acessório, vai emoldurar o rosto e vai proporcionar bem-estar a alguém. Ter autoconfiança é importante passo para a cura…
“O Guilherme é amoroso com o próximo. Nada é só dele, é de todos. Sou uma mãe com muito orgulho e agradeço a Deus por ele ser esta criança de coração tão bom”, destaca Juliana.
Maurício e Keli receberam o presente que será encaminhado ao Hospital de Amor, em Barretos (SP), destacando que o ato parece simples, mas é, na verdade, diferenciada generosidade. Repetiram por várias vezes o “obrigado”, no entanto, naquele momento quem mais agradeceu, embora com certa timidez, foi o doador.
Dr. Picolé!
Certa vez, Edilson Vitor da Silva (Dimel), levou Juliana para uma consulta médica em Lavras (MG). No percurso, falou com empolgação sobre seu projeto “Doutores Palhaços – Trêspontalhaços Augustos” e a convidou para participar. Atenciosa, ela se ofereceu para costurar para os voluntários. Mas, a determinação da equipe em transformar momentos de angústia, de dor, de apreensão em alegria e esperança foi contagiante e Juliana acabou se tornando a Dra. Remendo.
Guilherme foi logo atrás e entrou para o grupo. Então, participa das visitas à Vila Vicentina. Os idosos residentes na instituição se divertem na companhia do Dr. Picolé e o garoto, além de vivenciar, espalha por onde passa o verdadeiro sentido de amar, de respeitar e de estender mãos ao próximo.
“Meu filho é iluminado. Ser amoroso, ter compaixão é algo dele, mas refinado pela minha família. Sempre trabalhei e tenho minha mãe, meu pai, minha irmã como base, nunca fiz nada sozinha, eles sempre estiveram presentes”, registra Juliana, em tom de reconhecimento.
Acompanharam Guilherme (Dr. Picolé) na entrega dos cabelos ao coordenador do Hospital de Amor, Maurício Jota, a mãe – Juliana (Dra. Remendo), o fundador dos Doutores Palhaços – Dimel (Dr. Mengo) e Bianca (Dra. Nutellinha).
“O Guilherme é um exemplo e suas atitudes vão ao encontro de algo que eu defendo sempre: fazer o bem, sem olhar a quem. Para nós, Trêspontalhaços Augustos, é um orgulho conviver com esse menino inteligente, determinado e atencioso”, finaliza “Dimel”.
(Fotos: cedidas por Dimel/Juliana)