Julho sem férias: profissionais indicam brincadeiras em casa para reduzir ansiedade de jovens e crianças
Julho é o mês marcado pelas férias escolares, período em que as crianças e adolescentes aproveitam para se divertir, brincar com os amigos e relaxar após meses estudando. Pelo menos era assim até a chegada da pandemia da Covid-19. Porém, neste ano, com as regras de isolamento social, a rotina de estudos e o calendário escolar foram mais um desafio. Com um cronograma de aulas online e um novo formato de ensino, a ansiedade e também a dificuldade de manter a concentração no conteúdo ficam maiores com o passar dos meses.
De acordo com a psicóloga Denise Sozzi, a alta demanda de atividades, somada ao novo formato de aulas, exige novas habilidades e um controle emocional maior por parte de crianças e jovens, o que pode desencadear o aumento do estresse. “Temos notado que nossos jovens têm dificuldade de manter a rotina de antes da pandemia. Com todas as atividades feitas em casa e todos dividindo os mesmos ambientes e, às vezes, os mesmos eletrônicos, mais ansiedade e desgaste podem ser gerados, por isso, é necessário mais organização da família”, diz a psicóloga.
Para ajudar na concentração e também nas emoções durante esse período, a orientação do coordenador pedagógico do Instituto Futebol de Rua, Eber Dartora, é a inclusão de atividades educativas, porém dinâmicas e lúdicas na rotina, aliando o aprendizado ao lazer e descanso da mente. “Temos orientado as famílias e as crianças a tomarem medidas simples, mas muito eficazes nesse momento, como reservar um tempo para estudo, preferencialmente na parte da manhã, mas jamais esquecer de possibilitar momentos para brincar e se divertir. São essas atitudes simples que contribuem significativamente no processo de aprendizado e na garantia da saúde emocional das crianças e adolescentes”, explica.
O Instituto Futebol de Rua, que atende jovens e crianças em situação de vulnerabilidade social em todo o Brasil, preparou uma cartilha com diversas atividades para serem realizadas em casa durante o isolamento social, aliando habilidades educativas à descontração. Futebol de pedrinhas, amarelinha maluca e pebolim na caixa estão entre as opções de jogos e brinquedos que podem ser confeccionados com materiais recicláveis e na companhia dos familiares.
Para a assistente social Karine Lima, a cartilha “oferece possibilidades de interação entre a família de forma leve e possível em isolamento social. São materiais simples e de fácil acesso, que podem gerar momentos de diversão e relaxamento”.
A participação e o apoio dos pais também são essenciais nesse processo para que as crianças se sintam mais motivadas com as atividades escolares e diminuam o índice de estresse e ansiedade. “O controle emocional da criança começa com o controle emocional dos pais. Essa é uma excelente forma de ajudar seus filhos, manter a calma com eles e com as intercorrências da vida. Algumas coisas não temos controle porque não dependem de nós. Outra forma de ajudar os jovens é na conversa com a escola para ver a melhor forma de entregar o material escolar”, aponta a psicóloga Denise.
A cartilha também oferece dicas de atividades pedagógicas que podem ser trabalhadas com as crianças para contribuir com a formação humana: cultura da paz, gênero, cuidados de trânsito, educação financeira, combate ao racismo e reforço de valores como honestidade, amor próprio, responsabilidade, empatia e tolerância às diferenças.
O material completo com as atividades e brincadeiras para estimular a criatividade e diversão das crianças durante as férias em casa está disponível no site https://www.futebolderua.org/cartilha-de-atividades.
Sobre o Instituto Futebol de Rua
Criado em 2006, o Instituto Futebol de Rua é uma organização sem fins lucrativos que utiliza o esporte, a educação e a cultura como ferramentas para o desenvolvimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Presente em 12 estados, 22 cidades e com mais de dois mil beneficiários, o Instituto conta com metodologia exclusiva que alia aulas de formação humana ao futebol de rua.
(Fonte: Central Press)