Hospital de Três Pontas Recebe Novos Impulsos em Busca da Sustentabilidade
Na programação do aniversário de 159 anos de Três Pontas foram incluídos shows com artistas da Cidade e convidados de renome. No ambiente festivo, que se estendeu de 1 a 3 de julho, pessoas ouviram, além de muita música boa, o clamor do Hospital São Francisco de Assis. Então, aderiram à campanha “o Hospital é da nossa conta”, autorizando doação mensal em prol da entidade, cobrada através do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).
A comemoração passou, mas a oportunidade de colaborar para a manutenção da única Santa Casa do Município continua. Os trespontanos que desejarem se juntar à causa devem ir até o Hospital e preencher a ficha. O contribuinte poderá doar por mês R$ 5, R$ 10, R$ 15, R$ 30, R$ 50 ou mais. Posterior alteração da quantia ou a desvinculação da campanha são mudanças que acontecem também sem burocracia, garante o Diretor Executivo, Sílvio Denis Grenfell.
Especialista relaciona deficiências e potencialidades, abrindo novos caminhos para o Hospital de Três Pontas
Em agosto de 2015, o Consultor Sênior em Saúde, Sílvio Grenfell, aportou em Três Pontas e, a pedido da diretoria do Hospital, realizou o Diagnóstico Situacional da entidade que, embora particular, não possui fins lucrativos. Ao longo de 20 dias, percebeu as deficiências, mas também potencialidades.
No trabalho in loco, o Consultor relacionou quais ações organizadoras devem ser feitas para que o Hospital continue prestando atendimento à comunidade e aos pacientes vindos de cidades vizinhas, descartando juntamente com vários problemas de gestão, os comentários de fechamento que colocam a população em alerta com frequência.
Grenfell apontou o caminho, seguiu para novos trabalhos, mas retornou a Três Pontas para guiar a provedoria na sistematização. Assumiu o posto de Diretor Executivo em abril.
“Vejo que não precisamos ficar devendo, que não precisamos deixar de investir, que não podemos ficar paralisados porque existe uma crise. Vejo o contrário. Devemos definir metas, nos aproximarmos de fornecedores e ‘clientes’ e fazer com que haja crescimento. Assim, promovendo o crescimento, quando a crise acabar estaremos lá na frente”, ensina com otimismo.
Chegada de dois neurocirurgiões completa rede de urgência e emergência
Em três meses, algumas conquistas já são observadas. Funcionários e médicos estão com pagamento em dia, dívidas foram negociadas junto aos fornecedores e há abastecimento de materiais, medicamentos e alimentos. “Não existe excesso, mas não falta nada”, completa o Diretor Executivo.
Para ilustrar a determinação em nome do atendimento, Grenfell revela que recentemente um paciente foi tratado com Síndrome de Guillain-Barré. Somente a medicação atingiu a marca de R$ 25 mil. “Ele foi internado pelo SUS, então, o Hospital ganhará pouco; é um baque nas finanças, mas o paciente não foi transferido. Apesar de todas as dificuldades, ficamos com ele aqui e estamos pagando o tratamento”.
A contratação de dois neurocirurgiões é mais um fruto do novo trabalho. A vinda dos profissionais completa a rede de urgência e emergência, que estava desfalcada há bom tempo. Assim, o Hospital de Três Pontas volta a disponibilizar todas as especialidades determinadas pelo Estado.
O Melhor Vai Começar!
As melhorias estão no início, mas segundo o Diretor Executivo, refletem a importância da união participativa de todos os membros da equipe Santa Casa, de lideranças políticas e também da boa vontade do cidadão trespontano.
Além da campanha “o Hospital é da nossa conta”, a reforma de apartamentos está entre as ações iniciadas para que haja o crescimento gradual do faturamento, agora sob orientação especializada.
Na Revisão de Planejamento Estratégico constam, meio a outras metas, conclusão da obra do centro cirúrgico, aumento dos 10 para 20 leitos da UTI, implantação de novos recursos no centro de diagnóstico e melhorias nos leitos de SUS.
“Estamos conversando com as pessoas, com empresários e vemos que há acolhimento ao Hospital e esse Hospital não é meu, não é do prefeito, não é da irmandade. Esse Hospital é filantrópico, portanto, é da comunidade inteira. Assim, todos têm que ser bem atendidos e, claro, todos colaborar. Ninguém pode ficar fora dessa luta diária”, motiva Grenfell.