Hospital de Três Pontas (III): promotor defende transparência para atrair ajuda
Arlene Brito
“Infelizmente o estado de Minas Gerais não vem cumprindo com seus compromissos, não está repassando os valores que deveria mês a mês à Santa Casa. Imagine que, já deficitária com os repasses, como fica a situação da Santa Casa sem esses repasses. Obrigações vencem dia a dia, mês a mês e não há recursos para cumprir todas elas”, começou o promotor de Justiça e Defesa da Saúde da Comarca de Três Pontas, Dr. Artur Forster Giovannini para em seguida anunciar mais um fato preocupante. Ele disse ter sido informado pelo provedor do Hospital, Michel Renan Simão Castro, que nesta próxima terça-feira (6) o fornecimento de gás medicinal poderá ser suspenso. O motivo: a empresa não recebe há oito anos e notificou extrajudicialmente que, caso não ocorra um acordo vantajoso, irá interromper a entrega. A dívida é de R$ 700 mil. Ao usar a tribuna da Câmara Municipal, Dr. Artur enfatizou que, como esta, outras contas estão vencendo – salários, produtos essenciais aos cuidados médicos, manutenção – e a Santa Casa não tem como pagar.
Destacando que “o custo é alto, mas que o valor da vida é inestimável”, o promotor lembrou que será uma perda muito grande se a Santa Casa de Três Pontas fechar, se for rebaixada de nível 2 para nível 3. “Vai desestabilizar a microrregião, boa parte dos procedimentos deixará de existir, então, boa parte dos pacientes terá que ser reencaminhada para o hospital mais próximo, provavelmente Varginha, e a gente já prevê que pacientes de toda essa nossa região, que podem ser atendidos aqui, vão ficar sem vagas. Se perdermos essa condição, pessoas vão morrer”, registrou o representante do Ministério Público.
Esclarecer, mostrar às autoridades políticas e à sociedade os valores e a origem dos débitos. Depois, discutir números e administrar conjuntamente. Este é um caminho, analisa Dr. Artur. O promotor entende que a partir do momento em que as pessoas compreenderem e acreditarem na realidade vão se mobilizar. “Não adianta simplesmente pedir novos recursos sem mostrar que há viabilidade, honestidade e competência dentro da direção da Santa Casa, que há empenho e desejo que a Santa Casa se mantenha”.
Para finalizar, Dr. Artur acentuou que a revisão das subvenções repassadas ao Hospital pelos municípios nele atendidos é indispensável e de igual importância, orientou, é que essas cidades façam gestões junto ao Governo de Minas Gerais e junto ao Ministério da Saúde.
A reunião foi convocada pelo presidente da Câmara, Luis Carlos da Silva e realizada na noite de quinta-feira (1º), na sede do Poder Legislativo de Três Pontas. Após abrir o encontro, Luis Carlos se retirou justificando que havia se submetido a uma cirurgia. Permaneceram no Plenário os vereadores Marlene Rosa de Lima Oliveira, Donizetti Benício Baldansi, Maycon Douglas Vitor Machado, Sérgio Eugênio Silva, Erik dos Reis Roberto, Luiz Flávio Floriano e Roberto Donizetti Cardoso. Não compareceram Antônio Carlos de Lima, Francisco Fabiano Diniz Junior e Geraldo José Prado.
Também presentes estavam representantes das cidades de Santana da Vargem, Coqueiral, Ilicínea e Boa Esperança.