Homenagem de Banda Sueca à FEB inspira reflexão sobre o que o brasileiro faz para honrar a Pátria
Por André Rosa/Arlene Brito
A devoção à pátria é item obrigatório para qualquer cidadão, seja do Brasil ou do mundo, mas muitas vezes os reconhecimentos àqueles que vestem com honra esta farda vêm de fora do país. E o caso da Banda sueca de Heavy Metal, Sabaton, que em seu sétimo álbum, homenageia a Força Expedicionária Brasileira com as músicas “Heroes” e “Smoking Snakes” (Cobras Fumantes), símbolo da FEB.
“Enquanto no nosso próprio país os heróis são esquecidos ou tratados como bandidos, nada melhor que uma homenagem vinda de tão longe para nos emocionar”. É este o começo de um texto que está rolando pelas redes sociais. Também outras palavras que antecedem a divulgação do videoclipe valorizam os soldados que inspiraram os metaleiros, consequentemente, seus colegas de profissão que, ao longo do tempo, deram e ainda doam sangue pela segurança das terras e do povo brasileiro.
O reconhecimento ao amor e à dedicação, seguida da valorização da história dos integrantes da FEB serve de inspiração, se tornam exemplo e motivação para toda uma sociedade perdida entre tantos desgostos, afundada na descrença, sem ânimo para lutar.
Uma sociedade hoje que se encontra com parte de seus valores invertidos, em que ser honesto em muitas situações, não querer se aproveitar ou se beneficiar de algo, é sinônimo de ser bobo ou idiota. Uma sociedade que vive e respira essa cultura superficial que é calcada em artes voláteis e passageiras, desde a moda que se veste, até a música que se ouve. Talvez isso possa explicar parte da “marolinha”, que hoje já se transformou em tsunami, de coisas negativas que acontecem no nosso país. Um verdadeiro mar de lama.
Enquanto no decorrer da história se observou décadas produtivas que contribuíram com quantidade e qualidade para a cultura mundial, como foram os anos 70, 80 e início de 90, após a virada de século, houve uma mudança radical. A produtividade continua cada vez rápida, graças ao advento tecnológico, à globalização virtual promovida pela internet. Mas a qualidade se perdeu no tempo e deixou clara uma situação: continua imperando o capitalismo selvagem, ou seja, mantem-se hoje em destaque nas mídias os que investem mais dinheiro e permitem mais lucros aos que detêm os meios de comunicação de massa. E nem sempre esses investidores produzem trabalhos de qualidade.
E assim continua a caminhar a humanidade, rumo ao incerto. Preocupada em viver apenas o hoje, aquele momento superficial, curto e único, e se esquecendo de pensar, aprender e valorizar o passado, e de se preparar com bases sólidas para o futuro que virá. Como cobrar de um jovem que seja questionador perante temas que podem mudar seu futuro como a questão política, econômica e social de nosso país, se ele sequer muitas vezes sabe o que isso representa?
Antigamente a própria cultura instigava as pessoas a ter um comportamento diferente perante os fatos. Como por exemplo, várias letras inteligentes de músicas que na época da ditadura traziam mensagens de protesto nas entrelinhas e mexiam com o ego da população para que esta se levantasse e lutasse por algo que valesse a pena. E hoje, como fica essa situação da maior parte desse povo diante de letras de música que exploram apenas temas banais, que de certa forma massageiam o ego de quem as ouve e incentivam estas a mexer o corpo, se levantar do lugar onde estão, mas apenas para dançar? Pensar, refletir e questionar fica para outra ocasião. Que país é esse?
Veja o texto completo e o vídeo que está movimentando redes sociais
Estamos na Segunda Guerra Mundial, mais precisamente na Itália Fascista de Mussolini. Eu quero que vocês imaginem três soldados, destacados e perdidos de seu pelotão. Sozinhos em terreno inimigo. Eles estão vendo os alemães, uma tropa inteira à sua frente, homens, armas, tanques e carros cobrem a linha do horizonte. A única ordem que vem dos alemães é: Lassen Ihre Waffen (baixem suas armas), uma das poucas frases que os 3 soldados conhecem em alemão.
Eles não se abatem.
Imaginem agora que eles procuram cobertura, carregam e engatilham suas armas, ignorando completamente o pedido de rendição dos alemães. Então, começam a atirar, e os nazistas atiram de volta, a batalha começa. Três bravos soldados contra um pelotão alemão completo.
Quero que tentem imaginar a fumaça que cobre o campo, a sensação de desespero e dúvida, de que o inimigo pode sair de repente de qualquer local. Imaginem o cheiro de pólvora no ar, como aquele cheiro das bombinhas das crianças, mas em um grau tão concentrado que faz sangrar a garganta e secar os olhos.
Tentem imaginar as balas passando por suas cabeças, o som ensurdecedor das granadas e bombas que explodem a poucos metros dos três.
Eles, os três soldados, disparam e lançam bombas nos inimigos até ficarem completamente sem munições, então, começam a atirar pedras até que seus braços não podem mais aguentar o esforço e a fadiga.
Então, as tropas inimigas os cercam, um deles cai morto com um buraco de bala no peito, o outro leva um tiro no olho e morre instantaneamente. Os alemães estão chegando e restou apenas um deles, mas ele não desanima, continua lutando até o último suspiro. Saca sua faca e a arremessa no inimigo mais próximo, a faca crava no peito do soldado nazista e ele cai sem vida. Então, como a noite que chega, o último soldado, o último dos três amigos, cai morto no fundo da trincheira, vítima de um tanque alemão.
Agora quero que vocês os imaginem brasileiros, pois eles eram.
Imaginem que os nazistas ficam tão impressionados com a garra e a coragem dos três soldados, que decidem enterrá-los ali mesmo, com honra e respeito, no campo de batalha.
Em suas cruzes foram esculpidos os dizeres: “Drei Brasilianischen Helden” (três heróis brasileiros). Eram eles: Arlindo Lúcio da Silva, Geraldo Baeta da Cruz e Geraldo Rodrigues de Souza, e faziam parte dos soldados brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Eles compunham as Cobras Fumantes!