Grupo organiza manifestação contra aumento de salário dos agentes políticos de TP

Segunda-feira (31), às 18h30min, no Plenário Presidente Tancredo de Almeida Neves da Câmara Municipal de Três Pontas. Está combinada uma manifestação contra o aumento dos subsídios dos agentes políticos do Município para o próximo mandato, votado na sessão ordinária no início desta semana. Um grupo de cidadãos não concorda e, por redes sociais, convoca todos os trespontanos que também são contrários para mostrar aos Legisladores que a sociedade não está disposta a aceitar a revisão, ainda mais passando por uma crise política e econômica nacional, cujas previsões são desanimadoras.

De acordo com o Projeto de Lei 036, de 11 de agosto, os eleitos em 2016 receberão R$ 17.000,00 (prefeito), R$ 8.500,00 (vice-prefeito) e R$ 5.450,00 (vereador). O Projeto estipula ainda o salário dos secretários municipais em R$ 5.250,00. Os valores serão válidos para o quadriênio 2017/2020.

Durante a discussão do Projeto de Lei, na segunda-feira (24), o Presidente da Câmara, Luis Carlos da Silva (PPS), afirmou que o aumento constitui, na verdade, uma adequação mínima. No caso dos vereadores, exemplificou, será de aproximadamente R$ 70. Completou afirmando que a alteração ficará abaixo do previsto pela base de cálculo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e que o Orçamento do Município comporta a alteração nos subsídios. 

Na opinião do Presidente “Luizinho”, pagar bem os agentes políticos é uma forma de evitar a corrupção.  Outro detalhe, registrou, o vereador que trabalha gasta além do salário pago pelos cidadãos. Isto porque, esclareceu, em Três Pontas não há recursos extras para os parlamentares.

Os manifestantes aproveitam a deixa e garantem que, de agora em diante, ficarão ainda mais atentos às ações de cada um dos 15 componentes do Legislativo Municipal, além do Executivo. “Para colocar o Brasil nos trilhos do progresso, temos mesmo que começar a organizar pela nossa casa, então, vamos acompanhar mais de perto as lideranças e ver se de fato honram seus salários e os votos recebidos fazendo bem para Três Pontas”, é a conclamação geral.  

O Projeto foi aprovado por 10 votos a 4. Foram a favor, os Vereadores Geraldo Messias Cabral, Valéria Evangelista Oliveira, Paulo Vitor da Silva, Joy Alberto de Souza, Edson Vitor Nascimento (Piu), Alessandra Vitar Sudério Penha, Francisco de Paula Vitor Cougo, Vitor Bárbara, Antônio Carlos de Lima (Antônio do Lázaro) e Itamar Antônio Diniz. Também a Assessoria Jurídica da Câmara emitiu parecer favorável. 

Contra, votaram Francisco Fabiano Diniz Junior (Popó), José Henrique Portugal, Sérgio Eugênio Silva e Francisco Botrel Azarias (Chico Botrel).

O Presidente, Luis Carlos, votaria apenas se houvesse empate.

Contra a maré

Exatamente na segunda-feira (24), enquanto os vereadores de Três Pontas aprovaram o aumento, o povo de Perdões – também no Sul de Minas – celebrou a vitória. Os cidadãos conseguiram reduzir os subsídios do prefeito, vice-prefeito, vereadores e secretários. 

Conforme noticiou o Jornal de Lavras, no caso do prefeito, o salário foi reduzido de R$ 15.868,98 para R$ 13.900,00; o salário do vice-prefeito passa de R$ 6.681,65 para R$ 4.400,00 e dos secretários de R$ 5.846,04 para R$ 5.261,40, todos em valores brutos.

Os políticos de Perdões receberão os novos salários a partir do próximo mandato, quando começa a valer a lei da redução imposta pelo povo. O movimento que ganhou as ruas foi iniciado nas redes sociais com a denominação “Por uma Perdões Melhor”.

A imprensa sul-mineira publicou, no mesmo dia, que um movimento para reduzir salários de vereadores teve início também na cidade de Poços de Caldas. Na estância turística, o projeto de iniciativa popular propõe a redução de 50% nos vencimentos que, atualmente, giram em torno de R$ 7,8 mil. A proposta está na fase de coleta de assinaturas.

Vereadora aprova o aumento e participa de grupo de manifestantes

Em rede social, no grupo “Baixar o Salário dos Vereadores de Três Pontas”, um membro chama a atenção. A Vereadora, Alessandra Sudério, aprovou o Projeto de Lei e, ainda assim, passou a fazer parte do grupo que organiza o protesto.

Outro Legislador que até o momento integra a turma é Sérgio Silva, neste caso compreensível, já que na sessão ordinária ele votou contra o aumento.