Governador Romeu Zema visita Três Pontas e entrega respiradores e monitores para o hospital
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, esteve em Três Pontas na tarde desta sexta-feira (7) para entregar cinco respiradores e cinco monitores ao Hospital São Francisco de Assis. Os equipamentos vão ampliar a capacidade de atendimento a pacientes da Covid-19 no município e região. Agora, a Santa Casa conta com 20 leitos de UTI.
Acompanhado do secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, o governador foi recebido na Unidade do Sest Senat “Adriene Barbosa de Faria Andrade”. Na oportunidade, Zema revelou que a solicitação dessa ajuda à Santa Casa, consequentemente à população, foi feita pelo deputado estadual Mário Henrique Caixa. “O deputado representa muito bem o município. Vocês têm um excelente deputado estadual”, enfatizou. Caixa ouviu o elogio “in loco”. Além dele, também prestigiou a visita do governador à Terra de Padre Victor, o deputado federal Diego Andrade – líder da bancada mineira em Brasília. Os dois parlamentares são majoritários em Três Pontas.
Na coletiva de Imprensa, o governador divulgou que desde o início da pandemia, o Governo tem trabalhado sistematicamente para adiar o pico da curva, já que o maior temor era que o sistema de saúde mineiro se tornasse insuficiente para atender à demanda de pacientes com a Covid-19. “Fizemos tudo que estava ao nosso alcance e, com a Graça de Deus, tudo indica que o pior já ficou para trás”, disse Zema. Os primeiros casos da doença no estado foram registrados em março e a vivência do pico está sendo considerada final de julho e nesse início de agosto.
Os constantes investimentos em hospitais de estruturas permanentes serão um legado que as ações de enfrentamento à pandemia deixarão para o Sistema Único do estado, na avaliação do próprio Governo Zema. De fevereiro a julho deste ano, foram abertos 1.655 leitos de UTI em Minas Gerais. Na macrorregião de Três Pontas, a ampliação foi de 280 para 500 unidades. O governador comentou ainda que foram adquiridos 1.047 respiradores, em compra escalonada, e que a maioria já foi distribuída. Acrescentou, entre as ações, o aumento de leitos de enfermaria e o conserto de mais de 300 respiradores que estavam sem uso em todo o estado.
Ao afirmar que Minas Gerais é o estado com menor número de óbitos por Covid-19 no país, o governador atribuiu o resultado, além do trabalho político “bem feito”, ao apoio da população. “Se o Brasil, como um todo, tivesse a mesma taxa de mortalidade de Minas, invés dos quase 100 mil óbitos que estamos contabilizando agora, teriam sido cerca de 30 mil. É uma diferença muito grande. Quando as pessoas colaboram, quando o sistema de saúde está organizado, quando as ações corretas são tomadas – muitas vidas podem ser salvas, e é isso que o nosso governo tem procurado fazer. Continuo contando com o apoio de todos”, convocou.
Depois de enaltecer Três Pontas como terra da fé, da música, do café e do ex-governador de Minas, Aureliano Chaves de Mendonça, o prefeito Marcelo Chaves Garcia informou que o município se encontra em uma situação financeira confortável mesmo diante das crises enfrentadas em decorrência da greve dos caminhoneiros, retenção de recursos por parte do governo mineiro anterior e da pandemia – tudo, disse Marcelo Chaves, “enfrentado nesse mandato histórico para os prefeitos”. A condição de Três Pontas, completou, “se deve a uma gestão enxuta, eficiente e que acredita na força do empreendedorismo”. Marcelo Chaves agradeceu a presença do governador e sobre os aparelhos doados à Santa Casa analisou que eles trazem esperança e tranquilidade para o trespontano.
Os prefeitos de Santana da Vargem e de Boa Esperança – Renato Teodoro da Silva e Hideraldo Henrique Silva, a secretária municipal de Saúde de Três Pontas – Tereza Cristina Rabelo Correa, o presidente da Câmara trespontana – vereador Maycon Machado e o provedor da Santa Casa – Michel Renan Simão Castro se destacaram entre as lideranças que compareceram ao encontro realizado sob o protocolo de enfrentamento ao novo Coronavírus.
Após a coletiva, a comitiva seguiu para a “estrada do foguetinho”, onde o governador vistoriou as obras consideradas “uma grande conquista para a população trespontana“.
Veja alguns pontos abordados por jornalistas.
Participação dos prefeitos mineiros no enfrentamento à Covid-19 / Plano Minas Consciente
Romeu Zema: a participação dos prefeitos tem sido importantíssima desde o início da pandemia. Diferente de outros estados que adotaram uma decisão centralizada, em Minas nós descentralizamos as decisões. No primeiro momento, realmente, no dia 20 de março, nós solicitamos o isolamento, estávamos lidando com um inimigo invisível, imprevisível, desconhecido. Mas depois vimos rapidamente que não faria sentido tratar igualmente um estado com 853 municípios, sendo que em alguns já haviam casos, em alguns dezenas de casos e óbitos – e boa parte sem nenhum caso ou óbito. Os prefeitos, muito mais do que eu, conhecem os seus municípios. Tenho certeza que o prefeito Marcelo é muito mais capaz de decidir sobre assuntos aqui de Três Pontas que eu, então, nada mais lógico do que deixar a decisão para os prefeitos. O Ministério Público e o Poder Judiciário não ficaram muito confortáveis com essa situação de descentralização porque não confiam tanto numa gestão municipal e optaram por obrigar os prefeitos a aderirem ao Minas Consciente, mas já estava planejado um aprimoramento nos critérios e hoje, mesmo com o Minas Consciente sendo impositivo, os municípios têm opção, ficou um plano flexível. O município não necessariamente está como a macrorregião dele, ele tem a microrregião e ele, caso tenha menos de 30 mil habitantes, ainda tem a questão de ser visto como um caso excepcional.
Carlos Eduardo Amaral: para nós é muito importante esse momento da mudança da versão do Minas Consciente. A primeira versão tinha um objetivo muito claro, que era efetivamente frear o risco de explosão de casos da Covid em Minas Gerais. À medida que nós começamos a ver que a tendência era de não ter mais a explosão, embora houvesse até um nível grande de casos, começamos a reestudar o que fazer com o Minas Consciente no momento em que nós atingíssemos o pico ou o platô. Esse estudo perdurou meses, inclusive fizemos uma consulta pública que teve a maior participação da sociedade desde quando iniciaram-se as consultas públicas, e isso para nós foi muito importante. Hoje, temos o objetivo de efetivamente sinalizar como se fosse uma banda: de um lado temos as limitações das macrorregiões, do outro as limitações das microrregiões e as prefeituras podem variar dentro dessa banda, trazendo muito do que nós fizemos, já que elas têm os critérios todos, os estudos da Secretaria Estadual de Saúde. Entendemos que, com isso, vamos conseguir dar uma individualidade adequada para cada realidade municipal. Entendemos que, no momento, aconteceu a parada da subida de casos, ainda não estamos na descida. Por outro lado, como a tendência de conviver com a epidemia, com a Covid é longa, vamos precisar ter isso sim: uma modulação em que, em alguns momentos precisamos ficar mais restritivos, em outros menos. Isso vai acontecer, mas vinculado aos municípios e não simplesmente uma visão de todo o estado.
Ocupação de leitos
Carlos Eduardo Amaral: o que nós vemos nas macrorregiões é que existe uma tendência de equilíbrio de ocupação. A gente tem flutuações, mas não há nenhuma região no estado com tendência de aumento da ocupação. De uma forma geral, hoje estamos com uma ocupação abaixo de 70% e isso significa que, de cada 10 leitos de UTI, três estão livres, ou seja, temos uma capacidade grande de atendimento. Mesmo tendo leitos, estamos com muito cuidado porque quando se perde o controle, a Covid estoura.
Volta às aulas
Romeu Zema: ainda não há data prevista. No momento adequado, com antecedência, avisaremos, mas precisamos fazer esse retorno baseados em medidas seguras.