Geriatra destaca importância dos trabalhos manuais para a qualidade de vida dos idosos
Tricô, crochê, bordado, confecção de bonecos de pano, pintura em tela ou tecido, arte com cerâmica. Esses e outros trabalhos manuais estimulam o cérebro e a coordenação motora. Assim, previnem ou evitam o agravamento de perdas ou reduções comuns ao envelhecimento.
Quem recomenda as atividades é o cardiologista e geriatra, Luiz Roberto Laurindo Dias. Segundo o médico é comum observar que idosos que aprendem ou voltam a praticar um trabalho manual se tornam mais lúcidos e há neles considerável melhora do raciocínio e da memória – consequências positivas da ativação das células de áreas do cérebro que estão hibernando, que estão passivas.
Além da capacidade cognitiva, a parte motora também é beneficiada. Com o passar do tempo, observa Dr. Luiz Roberto, as pessoas tendem a limitar a motricidade tanto dos membros superiores quanto dos inferiores. O líquido que existe nas articulações também diminui e o resultado é o endurecimento “das juntas”, como se referem os mais antigos. O movimento constante retempera a coordenação motora e o idoso adquire mais segurança. “Até os tremores podem desaparecer, portanto, é importante mexer também as pernas e os pés”, completa.
O idoso que costura, que borda, que pinta se sente útil mesmo quando a ocupação não representa retorno financeiro. Fazer um trabalho manual para filhos e netos promove a socialização – vital para quem já está na melhor idade, na opinião de Dr. Luiz Roberto. A interação, destaca o médico, gera ainda a autoestima, fundamental para o indivíduo lidar com os desafios e objetivos.
Para o geriatra, os benefícios nos âmbitos intelectual, físico e emocional são proporcionados ainda por atividades corriqueiras, tais como, cozinhar, lavar a louça, varrer, pajear, enfim, cuidar da casa e dos familiares. Tanto que, destaca Dr. Luiz Roberto, os idosos que realizam algum tipo de serviço, desde que sadio, em seus lares têm melhor rendimento do que os institucionalizados. Para estes, a Lei proíbe o desempenho de tarefas, consequentemente, há mais perda da memória e eles se tornam mais dependentes.
“Em casa pode, na instituição não pode. É uma dualidade da Lei não vista pela Justiça. À medida que a Lei não permite que os idosos institucionalizados tenham um trabalho doméstico ela deixa de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Nas instituições deveria ter terapia ocupacional relacionada ao trabalho que os idosos conhecem”, conclui o médico.
No Comment