Luto

Família TOC e Três Pontas se despedem de “seu” Amado

Todos os dias lá se vão pessoas especiais. E uma delas partiu na tarde de terça-feira (9), serenamente, em casa, como desejava desde que a saúde começou a lhe faltar. Familiares e muitos amigos lamentaram a perda, a separação física, mas com toda certeza se lembrarão de um sorriso farto, da alegria que parece ter sido nele materializada. “Seu” Amado era mesmo querido por todos. Talvez pela felicidade que dele transbordava, contagiando. Talvez pelas palavras certas, ditas no momento exato. Talvez pelo otimismo com que encarava qualquer situação. Talvez ainda pelo desprendimento com que estendia as mãos sempre prontas a ajudar.

Dona Josina e senhor Amado: 75 anos de união

Amado de Paula Vitor nasceu em Santana da Vargem, no dia 2 de outubro de 1926. Viveu por longos e intensos 90 anos, 75 deles ao lado da esposa Josina Maria Conceição.

A lida no campo foi a primeira experiência daquele homem de pele morena e de alto astral diferenciado. Era um Amado amável e firme até mesmo na hora de dar as ordens: tinha imenso orgulho em ser o carreiro a conduzir os bois por tantas bandas; estar à frente do carro exigia habilidades e o jovem as tinha de sobra. A agricultura também provou dos cuidados do trabalhador. Seu Amado foi lavrador por muito tempo.

No TOC, senhor Amado realizava vários trabalhos, sempre com disposição e alegria

Certo dia, decidiu se mudar para Três Pontas e trocou as lavouras por uma fábrica de blocos. Tempos depois, se tornou funcionário do Clube de Campo Catumbi (CCC) e posteriormente do Trespontano Olímpico Clube. No TOC foram aproximadamente 30 anos – até a chegada da aposentadoria – zelando das piscinas, dos jardins, dos sócios, dos colegas de trabalho. “Seu Amado foi realmente único”. “Era alegre, divertido, brincalhão ao extremo”. “Ele só ria e nunca reclamava”. “Era amigo verdadeiro e sempre pronto a colaborar”, contam funcionários tristes pela despedida, mas satisfeitos pela oportunidade da convivência saudável.

O largo sorriso de seu Amado era mesmo o cartão de visitas do Clube. E lá, naquelas dependências no Centro da Cidade, sobram mais do que lembranças de um servidor que executava agradecido as tarefas diárias. Ficaram obras. Foram cerca de três décadas, então, seu Amado acompanhou bem de perto a construção de tantas melhorias encabeçadas por diretorias dinâmicas.

“O senhor Amado viveu muito bem. Somos agradecidos a ele, agradecidos a Deus por nos ter dado a chance de ter esse homem tão alegre e tão amigo ao nosso lado e que nos trouxe à convivência também seus familiares, pessoas muito especiais e que nos tratam tão bem”, registra a Presidente Renata Caliali Andrade Rabello.

“Cuidava do Clube, cuidava dos sócios, cuidava dos colegas de trabalho…” (Na foto, sr. Amado de chapéu)

Amado de Paula Vitor gostava do Clube, gostava de música. Tocava vários instrumentos com predileção pelo violino. Por tempos, abrilhantou com seu dom as missas celebradas na Igreja Nossa Senhora das Graças, no Bairro Catumbi. Seu Amado valorizava a tradição. As Folias de Reis estavam entre suas paixões…

No velório, amigos prestaram a homenagem cantando, tocando, emocionando, amparando os familiares com tamanha demonstração de afeto. Dona Josina estava lá… Também aos 90 anos, se despediu do marido com quem formou uma grande prole: 13 filhos, 28 netos, 36 bisnetos e 5 tataranetos. Ficam ainda 8 genros e 1 nora…

Fica a saudade, fica a gratidão!

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