Eu sou um caso de milagre, relata o trespontano Willian Rosa, atribuindo cura à intercessão do Beato Padre Victor
“Todos esses anos eu presenciei pessoas contando suas histórias, relatando graças recebidas. Desta vez será diferente porque eu participo de uma forma tocada, eu sou um caso de milagre”.
2013 – Aos 18 anos, Willian Rosa iniciou o enfrentamento de um martírio que consumiria sete anos de sua vida. O tormento começou a se manifestar já de forma drástica: dores abdominais fortíssimas, vômitos e sangramentos constantes mudaram – de cara – o curso de uma jovem existência.
No começo, antibióticos. À medida que o tempo passava a escola, o trabalho, o lazer, o social, os sonhos eram gradativamente engolidos por tratamentos médicos, por internações hospitalares, pela vontade desesperadora de desistir. Lidar com tamanho sofrimento físico desestruturou o emocional e Willian precisou de apoio. Psicólogos, psiquiatra, sedativos e antipsicóticos foram incluídos no tratamento.
Quatro anos depois, em janeiro de 2016, houve a descoberta do mal que arruinava a qualidade de vida do jovem trespontano. Diagnosticado com Doença de Chron, o rapaz recebeu a infeliz notícia: era um problema crônico, e foi submetido a altas dosagens de medicamentos específicos na tentativa de controlar os sintomas. Ainda assim, a enfermidade progredia, tornando a busca pelo alívio das dores no Pronto Atendimento Municipal (PAM) cada vez mais comuns.
Outubro de 2018 – O exame de Calprotectina Fecal mostrou que a inflamação estava extremamente elevada. Ao coquetel – com aproximadamente 10 medicamentos – ingerido diariamente foram acrescentados seis comprimidos de determinado fármaco, somando dosagem máxima permitida de 4,800 mg associados a outras quatro drágeas, totalizando 200 mg e mais um remédio indicado para combater a dor. Ainda assim a Doença se mostrava agressiva, de difícil controle. Não bastasse, veio a Hipertensão, e com ela mais um medicamento.
O emagrecimento, a febre, a tosse com escarros de sangue sinalizaram e o teste comprovou: a Tuberculose Latente era mais um obstáculo desafiando as forças de Willian Rosa.
Em novembro do ano passado, o quadro era o seguinte: Doença de Chron, Tuberculose Latente, Gastrite Leve, Síndrome Depressiva, Hipertensão, Intolerância a Glúten e Lactose. E quando o devoto de Padre Victor achou que não havia mais espaço para complicações, no dia 10, sofreu subitamente uma Amaurose Bilateral acompanhada de Cefaleia Pulsátil, náuseas e vômitos. A internação no Hospital São Francisco de Assis, de Três Pontas, foi inevitável. A visão do olho esquerdo foi perdida; a do olho direito voltou, porém, turva. Mais uma indicação: colírio. E mais uma: a “bombinha” com antibióticos para combater crises respiratórias.
Apesar dos esforços médicos – da constante pesquisa por alternativas – a crônica Doença de Chron se apresentava incontrolável e, a cada época, trazia uma complicação. “Foram anos devastadores. Nesse processo de enfermo, eu pedia a Deus que autorizasse Padre Victor realizar um milagre na minha vida, que autorizasse eu ser curado, eu passar aquela fase degradante. Mas, confesso: chegou uma hora em que eu quis desistir de mim”, relembra Willian Rosa.
No início de 2019, além das dores que já se espalhavam por todo o corpo, a diarreia com sangramento se intensificou com registro de até sete vezes ao dia. Em Belo Horizonte, o médico Gastroenterologista receitou Lactobacilos, com o objetivo de recompor a flora intestinal do paciente trespontano. A comunidade conterrânea ajudou e o medicamento foi adquirido, possibilitando mais uma etapa de tratamento para a incurável Doença de Chron.
“Padre Victor me mostrou outra forma… a partir dali algo aconteceu”
“O que sucederia todo aquele processo de dor vivido até ali?”, questionava Willian Rosa com notável desânimo.
Aos 25 anos, apaixonado pelo mundo das misses, dos mister, das passarelas, dos concursos de beleza o rapaz encarou em julho de 2019 a 79ª crise do ano e, voltando do Pronto Atendimento de sua terra natal, foi encorajado pela mãe. Devota fervorosa de Padre Victor, dona Lia Rosa, pressentiu: “tem que ser agora, meu filho não aguenta mais carregar tamanha cruz”.
E foram, amparados por um amigo da família, até a Mina do Parque Multiuso, popularmente conhecida como Mina do Padre Victor. “Willian, você vai tomar um gole da água destas três bicas e vai deixar aqui a sua doença. Willian, você vai abraçar aquela árvore e vai deixar aqui a sua doença”, determinou confiante na intercessão do Beato.
Obediente, Willian cumpriu a missão. “Eu bebi daquela água. Naquele momento, senti um vento tão impetuoso que me arrepio ao lembrar. Foi um vento que percorreu meu corpo inteiro. Creio que a partir dali algo aconteceu. Eu quis largar tudo, mas Padre Victor me mostrou outra forma”.
Naquele mesmo 3 de julho, dona Lia Rosa deixou Willian em casa e se dirigiu ao túmulo de Padre Victor, no interior da Matriz de Nossa Senhora d’Ajuda. A Deus suplicou: “meu filho não tem forças. Deixa o Padre Victor visitá-lo e dar cura a ele”.
Dias depois, em 8 de julho, Willian Rosa foi submetido a mais uma Colonoscopia e aguardava apreensivo o resultado das biópsias…
“Em meio ao quadro clínico de anos de uma doença devastadora que sucedeu danos físicos e emocionais, o Dr. Aloysio, Dr. Fernando Pizzaglio e outros médicos, dentre eles Dr. Luiz Roberto, ficaram surpresos com o resultado. A Colonoscopia constou NORMALIDADE TOTAL e sem presença alguma de doença, inclusive a de Chron, no organismo”, relata Willian em documento oficial.
O processo medicamentoso está suspenso. Willian Rosa está sendo monitorado para verificação se a quantidade de medicação tomada não afetou algum órgão. “Sobre a oração de muitas pessoas e a atitude de minha mãe de ter me levado em uma das piores crises que tive da Doença para beber água da Mina do Padre Victor, digo que ela fez um pedido em particular elevado ao Beato e tenho a certeza de que fui tocado pelo poder da fé e, assim, um milagre em minha vida aconteceu porque um exame mostrar normalidade total de tudo o que vivi anos, meses, dias antes num agravamento e difícil controle das doenças diagnosticadas e estar curado só pode ter sido por intervenção divina”.
18 de setembro de 2019: nesta quarta-feira, após 47 dias do diagnóstico de cura, Willian Rosa garante estar muito bem. Até o momento não teve dores, diarreia, sangramento, vômitos, enfim, assegura estar vivendo normalmente.
Testemunho de Fé
Testemunhar aos conterrâneos, aos romeiros, aos peregrinos que visitam Três Pontas durante as comemorações do Aniversário de Morte de Padre Victor que elevando orações ao Beato é possível alcançar a cura; no diálogo, em gestos concretos mostrar que Deus permite ao Beato Padre Victor transformar vidas é algo que Willian Rosa tem feito nestes dias de preparação para a grande Festa que acontecerá na próxima segunda-feira, 23 de setembro.
“A Doença de Chron não tem cura e a minha foi curada. Quero, de agora em diante, ter a vida que sempre desejei: voltar aos estudos, ter um trabalho. Enfim, quero ter a vida que sempre pedi a Deus e que Ele autorizou Padre Victor me dar”, diz Willian, com renovada esperança.
Esta história foi registrada na Associação Padre Victor de Três Pontas, devidamente documentada, e pode contribuir no Processo de Canonização de Padre Victor. Após a Beatificação, em 14 de novembro de 2015, é preciso a comprovação de um segundo milagre atribuído à intercessão do Beato para que ele seja elevado aos altares da Igreja Católica, como primeiro Santo Negro do Brasil.
“Fico feliz em saber que meu caso pode colaborar para a Canonização. Tenho uma forte ligação com Padre Victor e sou imensamente agradecido. A cada novo dia, mais eu creio que devemos confiar em Deus porque Ele deixa o nosso Beato agir”.
Em homenagem ao seu Anjo Tutelar, Willian Rosa caminhará ao lado da mãe, dona Lia, que há mais de 40 anos percorre o trecho Santana da Vargem-Três Pontas no dia do Aniversário de Morte do Beato Padre Victor. Na expressiva caminhada as orações e o sacrifício intensificarão o sentimento de gratidão… Para Willian a estrada agora levará a novos e fecundos tempos!