ET de Varginha: suposta aparição completa 20 anos
Início de tarde. Liliane Silva (16), a irmã dela Valquíria (14) e a amiga Kátia Xavier (22) voltavam para casa quando teriam visto uma criatura estranha encostada na parede de uma oficina, pelo lado de um terreno baldio, no Bairro Jardim Andere. Assustadas, gritaram e o ser marrom, de olhos grandes e avermelhados, com saliências na cabeça de textura oleosa – teria olhado para as meninas, que fugiram desesperadas. Há quem se recorde que o tempo fechou. A tarde se transformou em noite e uma forte chuva caiu sobre a cidade. Instantes depois, viaturas policiais, equipes do corpo de bombeiros e guarnições do Exército teriam corrido até o local onde foi realizada a captura de um alienígena.
Já se passaram duas décadas do suposto aparecimento do ET, em Varginha. As principais testemunhas, Liliane e Valquíria hoje com 36 e 34 anos, respectivamente, são comerciantes. Elas têm uma loja de sucos – que em nada lembra o caso – e não gostam de falar sobre o acontecimento. As irmãs afirmam que se aborrecem com “o assédio dos fanáticos e com as zombarias dos incrédulos”. Kátia está desempregada e garante que não se incomoda em falar sobre o que viu naquele dia, no entanto, se pergunta o que teria visto. À época, pensou que era o demônio. Atualmente, tem estudado sobre ufologia e as abduções são o que mais chama a atenção da moça que também presenciou o fato.
Coincidências?
O mistério aumenta. Um casal que residia na zona rural do município, Oralina Augusta e Eurico Rodrigues, revela ter visto, na madrugada de 20 de janeiro de 1996, um objeto cinza sobrevoando lentamente o pasto, a pouco mais de cinco metros do chão. Conforme os registros da época, feitos por ufólogos e jornalistas de várias partes do Brasil e do mundo, eles descreveram que tal objeto voador se parecia com um submarino e tinha o tamanho de um microônibus, que soltava uma fumaça esbranquiçada, não emitia luzes e nem fazia barulho. Da janela, o casal observou até que “a coisa” sumiu e os animais, as plantas ficam diferentemente agitados.
Amanheceu. Em chamada anônima, alguém teria pedido ao Corpo de Bombeiros de Varginha, a investigação de uma criatura estranha vista em um parque do Jardim Andere. Acreditando ser um animal, as equipes levaram redes e caixas. Horas depois, conforme relato de testemunhas oculares, os bombeiros capturavam o esquisito ser e o chefe do grupo de bombeiros teria feito contato com a base militar, que fica perto do local. O comandante da base, o General Sérgio Coelho Lima, rapidamente teria enviado suas tropas para isolarem o parque. O ser teria sido levado para a Escola de Sargento das Armas (EsSa), em Três Corações.
Além do fato, no dia 21 de abril, a senhora Terezinha Cleft, moradora da cidade, comunica ter visto na grade do zoológico, uma criatura exatamente igual à que foi descrita pelas meninas, porém, usando um capacete dourado. Cinco animais morreram em seguida, misteriosamente.
Não bastasse, o policial da Inteligência Militar mineira, Marco Eli Chereze, foi um dos escalados para a captura do segundo “animal”, aquele que teria sido visto pelas meninas. No momento da prisão, ocorrida à noite, o policial teria tocado na criatura, que, segundo a história, foi levada até um hospital varginhense. No dia seguinte, contam certos ufólogos, Marco começou a apresentar problemas de saúde e morreu, de infecção generalizada, em 15 de fevereiro, ou seja, em menos de um mês do contato direto com o ser alienígena. Há quem garanta que a criatura também faleceu e que o corpo saiu do hospital em um comboio liderado pelo Exército.
Por sua vez, o Exército alega que caminhões das Forças Armadas, com sede em Três Corações, se deslocaram até Varginha para socorrer um casal de anões, meio ao temporal daquela tarde de 20 de janeiro de 1996. Assim, justifica a movimentação de tropas relatada por alguns moradores. A investigação teria sido encerrada em 1997 e nos arquivos do Exército, dizem, não há documentos sobre ufologia.
Segundo Inquérito Policial Militar (IPM), a forte chuva levou o corpo de bombeiros a prestar vários atendimentos na região do Jardim Andere, mas nenhum deles relacionado à apreensão de animal ou criatura estranha. Pelo IPM, as meninas ficaram confusas ao se deparar com um rapaz sujo devido ao próprio temporal. Ele seria conhecido como “Mudinho”, um morador das proximidades do terreno, com possíveis transtornos mentais e que tinha, segundo as afirmações, o costume de ficar agachado – na mesma posição que o suposto extraterrestre estaria quando “avistado” pelas meninas.
Um grupo de ufólogos garante ter depoimentos de militares que participaram da captura de dois elementos extraterrestres, em Varginha. A identidade dos profissionais é mantida em sigilo para evitar punições…
Para Marco Antônio Petit, a discussão ainda não está encerrada. Ele participou como convidado de uma das equipes de ufólogos que investigaram a suposta aparição. Em entrevista ao G1, ele diz que “a coisa foi muito mais séria do que as pessoas ouviram falar ou tomaram conhecimento. Houve inclusive, em certo momento, até a prisão de militares, suspeitos de estarem colaborando com nossas investigações”. Petit defende que naquele 20 de janeiro de 1996, uma nave alienígena caiu em Varginha e que parte dessa tripulação foi recolhida pelas autoridades.
Petit é autor, dentre outros, do livro “Varginha, toda a verdade revelada”. Na obra, ele denuncia como o IPM foi conduzido. As autoridades, descreve, acobertaram fatos sobre o caso para que eles não chegassem ao conhecimento público.
A história existe. Varginha ganhou fama internacional. Na região central da cidade, uma caixa d’água tem a atrativa forma de nave espacial; o ponto de ônibus também. Pelas praças, monumentos mantêm o possível acontecimento em evidência. Os artesãos agradam os turistas com ETs de diferentes tamanhos e até trajando uniformes esportivos. A Prefeitura investe R$ 1,5 milhão na construção do Memorial do ET para onde serão deslocados documentos, reportagens sobre a história. A verba é oriunda do Ministério do Turismo e a obra – que possui dimensões espaciais, futurísticas – deve ser inaugurada até o final do ano.
E a história continua. No dia 3 de janeiro, o Ufólogo, Marco Antônio Petit, abordará o tema “Varginha – 20 anos de acobertamento”, durante conferência no Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas (IPPB), em São Paulo. Após a explanação, haverá debate com os ufólogos Cláudio Iatauro, Maurício Eloy, Marco Aurélio Leal e Rafael Silva Pereira e participação direta também do público.
A HISTÓRIA EXISTE E VOCÊ, ACREDITA OU NÃO QUE OS ETS ESTIVERAM EM VARGINHA?
(Fontes: O Globo/IstoÉ/G1/Morte Súbita/Marco Antônio Petti-rede social)