Estudo e pesquisa se transformam em prática na Feira de Ciências da Escola Jacy Gazola, em Três Pontas
A Escola Estadual Prefeito Jacy Junqueira Gazola, um dos mais tradicionais estabelecimentos de ensino de Três Pontas, registrou um movimento diferente na manhã e tarde desta sexta-feira (2). As salas de aula se transformaram em laboratórios e os alunos receberam os próprios colegas e visitantes com simpatia, desprendimento e com informações precisas. A confiança com que propagaram os mais diversos temas comprovou que houve empenho, estudo e muita pesquisa, consequentemente, ampliação do conhecimento nas áreas da física, química, ciências, biologia e até matemática.
Ao todo 64 trabalhos compuseram a Feira de Ciências 2015. À frente das investigações estavam estudantes do 9º ano do ensino fundamental e 1º, 2º e 3º anos do ensino médio. Pressão atmosférica, eclipse lunar, energia eólica, ecossistema, arte moderna, fotografia, DNA humano, a tecnologia em favor da qualidade de vida apresentada na mão biônica e no braço robótico são apenas alguns assuntos abordados no evento. A maioria das equipes deu conta do recado completamente sozinha e outras mais precisaram de pequenos auxílios de profissionais, por exemplo, soldadores para colocar as ideias em prática.
Aberta à comunidade, a Feira promove uma série de ganhos. “Além de aprendizagem, ela traz grande interação dos alunos e também da equipe pedagógica. É muito gratificante ver o entusiasmo e a alegria dos alunos em participar”, comenta a Professora de Ciências, Maria Cristina Nascimento Oliveira.
Tão logo acontece a escolha do tema, geralmente no início do ano letivo, os assuntos começam a ser explorados. Os estudantes têm total liberdade para escolherem a experiência, porém, são direcionados conforme a aptidão individual. Para a Professora de Ciências e Biologia, Sabrina de Oliveira Goes Mesquita, a tomada de decisões desperta autonomia e responsabilidade. Outro benefício é o ensinamento sobre o trabalho em grupo que exige envolvimento, diálogo, respeito à opinião alheia.
“A Feira é capaz até mesmo de desinibir. Existem alunos muito tímidos e eles estão se saindo muito bem e até se destacando nas apresentações”, complementa a Professora de Biologia e Ciências, Gláucia Regina Fernandes Corrêa.
As opções são testadas para que no dia da Feira tudo transcorra dentro da mais perfeita ordem, até mesmo porque uma comissão avalia cada trabalho nos quesitos criatividade, organização e apresentação, elegendo os ganhadores das medalhas de ouro, prata e bronze. A revelação dos vencedores e entrega da premiação vão acontecer na próxima semana. “Esta é também uma forma de estimular a participação”, completa Cristina.
Muitas crianças foram até a Escola Jacy Gazola para ver de perto o que estava acontecendo por lá. As professoras perceberam que os pequenos se encantaram com tanta novidade e concluem que a visita desperta o interesse pela iniciação científica. Espelho ainda para os alunos que estão em séries não contempladas e que, portanto, observam para também fazer bonito quando chegar a vez deles. A Feira pode ainda influenciar na escolha profissional dos alunos responsáveis pelo sucesso do evento.
O outro lado
Bastava aproximação para um estudante dar as boas-vindas e começar logo a explicação. O Sintonizeaqui ouviu muitas. Uma delas veio de Criziele de Paula Brito, 17 anos, do 3º ano do ensino médio (na foto abaixo, à direita). Ao lado de outros cinco colegas, a jovem deixou muita gente surpresa com o Canhão de Ar. Depois de ensinar a funcionalidade – que, aliás, divertiu inclusive a Professora Cristina – ela revelou que a equipe teve apenas dois meses para achar a experiência. “Foi trabalhoso, difícil, mas a gente está gostando muito de participar da Feira. O resultado está dentro do que a gente esperava mesmo, tá muito legal”, registrou.
E você já enxergou a própria voz? Este foi mais um experimento, de Física, que chamou a atenção. A turma, do 9º ano, usou caneta lazer, lata, um pequeno pedaço de espelho, cano de PVC, bexiga, fita adesiva e um fundo preto para surpreender quem nunca tinha visto os desenhos dos sons formados conforme intensidade e altura das ondas vocais.
Nas bancas, os alunos – além de compartilhar conhecimento – gentilmente distribuíram brindes tais como balas e chocolates – em mais uma doce recepção.