Especial – Graças a Jesus, graças a Padre Victor Delson Mesquita é o “nosso ressuscitado”
Vinte e seis de junho de 1978. A data se tornou inesquecível para Delson Mesquita Campos, à época com 37 anos. Ao chegar de Belo Horizonte, onde foi visitar o pai que se encontrava hospitalizado, ele sentiu uma forte dor de cabeça e logo em seguida começaram os vômitos. A pressão arterial estava alta. Não havia, então, a mínima condição de esperar. O jeito foi recorrer ao Dr. Odilon Theodoro Leite. O atendimento aconteceu, mas por não saber exatamente o que tinha seu paciente e por não existir em Três Pontas um neurologista, o conceituado médico orientou que Delson voltasse à Capital onde os recursos já eram visivelmente mais avançados.
Ele foi acompanhado da esposa, Neusa Maria Ferreira Campos e de dois objetos que representaram esperança, que ajudaram o casal a se fortalecer nos dias que se seguiram – difíceis demais. Na bagagem, uma estola de Padre Victor e um crucifixo emprestado pela Priora do Carmelo São José, Nossa Mãe.
Em Belo Horizonte, a neurologista Marília Mariani Pimenta constatou: Delson havia tido um aneurisma cerebral e precisava ser operado. O procedimento ficou nas mãos de Dr. Guilherme Cabral. Se a tensão era grande, pior ainda quando houve o rompimento e a hemorragia durante a cirurgia que começou pela manhã. A equipe médica se desdobrou diante de uma sequência de surpresas até que o neurocirurgião optou em introduzir uma válvula para drenar o líquido do cérebro. Deu certo, mas o paciente – recorda dona Neusa – entrou em coma.
“Os médicos achavam que ele não iria se recuperar. O Delson voltou a si somente à tarde, por volta das quatro e meia”, conta a esposa. “Rezei muito”, completa. Dona Neusa diz ainda que em momento algum deixou de lado a estola e o crucifixo.
Foram dois meses no Hospital. O paciente para tudo dependia de ajuda até para reaprender a andar. Sem o movimento das pernas lá mesmo iniciou a fisioterapia, tratamento que, posteriormente, foi sequenciado em Três Pontas. De volta ao lar, a melhora foi progressiva e seu Delson, que esteve praticamente morto, foi completamente curado e não apresenta sequelas.
“Foi uma graça que recebemos do nosso Padre Victor”, assegura o casal. Se a devoção já existia, foi fortalecida pelo sofrimento. “Aprendemos a dar mais valor à vida e a termos mais fé porque as coisas acontecem com a gente também e não só com as outras pessoas. Aprendemos que é preciso acreditar e orar que a gente consegue”, ensina dona Neusa, observada pelo marido.
Depois da provação, a relação com a Igreja ficou mais estreita. Seu Delson e a mulher vão com frequência à missa e comungam em agradecimento a Deus por tudo que têm recebido através do Venerável Padre Victor.
Agora eles rezam também pela Serva de Deus Madre Tereza Margarida do Coração de Maria, a Irmã Carmelita que, desde o acontecido, se referia ao senhor Delson como “nosso ressuscitado” e que fez questão de deixar com ele a cruz de Cristo. Nossa Mãe faleceu em 2005.
Já a estola foi devolvida à família que naquele tempo zelava pelo objeto que pertenceu ao Padre, pároco em Três Pontas por 53 anos. Neste 23 de setembro, quando se comemora o 109º Aniversário de Morte do Sacerdote, os devotos e romeiros poderão conhecer outras relíquias do Venerável, reunidas no Memorial que fica na Praça Cônego Victor, no coração da cidade.
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