ESPECIAL: Equipe Máster de Natação é superação, é orgulho para o TOC, é empenho na defesa do nome de Três Pontas
O Trespontano Olímpico Clube (TOC) fechou a primeira etapa da VIII Copa Minas Gerais de Natação em 11º lugar no Estado e em 3º no grupo Sul. Ao todo, são 48 escolas de natação inscritas na competição, que se destaca pelo número e pelo nível dos atletas e ainda pela seriedade das provas distribuídas em 11 regionais. Três Pontas, por intermédio dos alunos da Professora Renata Caliari Andrade Rabello, estreou em 27 de fevereiro na cidade de Paraguaçu. Também esteve nas fases de Varginha e Pouso Alegre, disputadas em 20 de março e 30 de abril.
Agora, com a aproximação do inverno, a Copa – que é realizada pela MG Eventos Ltda – dá uma pausa e volta à ativa em setembro. Engana-se, no entanto, quem pensa que serão quatro meses de descanso. Nada disso, pelo menos para a equipe responsável pelo crescimento do TOC na disputa. E, uma dessas turmas, é formada por mulheres com idades que variam de 22 a 57 anos. Elas trabalham o dia inteiro, cuidam da casa, estão sempre presentes na família e ainda arrumam fôlego para mergulharem fundo na modalidade esportiva. Ah, e são também falantes, engraçadas, determinadas.
A primeira da atual turma Máster a pular na piscina para uma prova valendo pontos foi Maria Rosa Guimarães Miari, isso em 2012. Mas quem descreve como é sair da tranquilidade das aulas para defender o nome do Clube é Léa Rita Bandoni Tiso. Ela conta que achou muito difícil. “A gente apavora porque é uma coisa nova, é uma mudança e ainda mais na nossa idade. Cheguei nervosa, tremendo e nadei sem ver o que estava fazendo. Embora tivesse a explicação da Professora, não tinha a prática. Depois a gente vai treinando, começa a disputar até com as próprias colegas; vai escutando mais a ‘tia’ Renata e vai gostando de estar naquele meio”.
O acostumar com o ambiente competitivo não significa completa serenidade. Segundo Maria Rosa, a mais experiente da turma, com cada prova vem o frio na barriga. No entanto, com o passar do tempo, os competidores vão adquirindo maior autoconfiança e aprendem a lidar com a ansiedade. No caso dela e de outras colegas, demonstrar tranquilidade é fundamental. Isso porque precisam acalmar também filhos competidores. “Se a gente perde o controle, passa nervosismo e coisas negativas para eles, então, temos que nos equilibrar para que nossos ‘peixinhos’ tenham certa inteligência emocional na hora de nadar”, registra.
Vencer o medo do desconhecido, superar a insegurança, ultrapassar limites. Tudo isso é motivador, revela a equipe Máster do TOC. Mariane Vieira Mesquita diz que estreou assim, no susto. Na segunda participação, já sentiu a necessidade de encarar alguns fantasmas. “Tentei fazer coisas que não fazia, dar conta de algo que era difícil para mim, ou seja, vi que minha maior concorrente sou eu”.
“Eu sempre detestei competição e quando a ‘tia’ Renata me chamou, eu disse: vou. Aí tive que brigar comigo mesma. Agora, penso: é uma superação minha, eu tenho que me vencer”, complementa Léa.
Renata Scatolino Mesquita Miranda também está na Copa Minas Gerais de Natação. Novata, ela já tem a consciência de que os competidores Máster carregam responsabilidades e a maior delas é representar o Clube, defender o nome da Cidade. “Sabendo disso, a superação fica ainda mais acentuada porque queremos fazer bonito, terminar bem a prova e trazer títulos. Então, reunimos forças e, quando concluímos a nossa meta, é gratificante”.
Da “desconfiança” ao aplauso
Quando decidiram aceitar o convite da Professora Renata Andrade, essas mulheres se depararam com o primeiro obstáculo logo que deixaram a aula na piscina do TOC: contar para a família. E elas caem na risada ao recordar a reação dos maridos, dos filhos, pais, namorado enfim… De cara, todos acharam que era uma brincadeira. A desconfiança tinha motivos. A idade e para algumas, como é o caso de Teresinha Cristina Silva Tempesta, o pouquíssimo tempo frequentando as aulas de natação. Embora ninguém acreditasse verdadeiramente no potencial das Máster, houve o incentivo e elas retribuíram com a presença no pódio. Aí, sim, elas se divertem ao recordar a emoção e surpresa tomando conta da casa delas quando retornaram com suas premiações.
“Eu tive a maior força da minha filha mais nova. A Lívia foi comigo, tirou fotos, filmou. Depois disso, entrou também para a competição. Estamos incentivando a prática do esporte”, se orgulha Maria Rosa, propagando que, além de corajosas elas são exemplo para quem faz parte da vida de cada uma das nadadoras.
Em movimento constante
A cada etapa, aumenta o grau de dificuldade em relação às técnicas. O grupo conta que Renata Andrade gradativamente exige mais. Isso significa que estão em constante aprendizado. Na etapa de Pouso Alegre, por exemplo, todas fizeram a virada olímpica, algo que até então não estava na rotina das atletas e que foi incluída nas metas de aperfeiçoamento.
Cheia de expectativas, de olho em boas classificações a equipe segue treinando, firme. Em nome da turma, Maria Rosa agradece à Professora. “Ela acredita muito na gente e sempre incentiva, joga a gente sempre para cima, nos convence a participar em mais de uma prova, em mais de um estilo. Tudo que a gente faz na piscina para a Renata é positivo e isso, para nós, é muito bom. Não fossem tamanho apoio e confiança, já tínhamos desistido e, talvez, nunca tentado”.
“A ‘tia’ Renata é sempre muito séria, mas acaba se divertindo com a gente. Ela nos abraça, beija logo que saímos da piscina quase mortas. Ela é fantástica, uma grande amiga”, conclui Teresinha.
Aos olhos da “tia” Renata
Há pouco mais de dois anos, a Professora de Natação Renata Andrade, que também preside o TOC, abriu horário para algumas mamães e vovós aprenderem a nadar. O desempenho das adultas surpreendeu. Renata não teve dúvidas: começou a dar oportunidades para aquelas que apresentavam melhor técnica. Quem foi gostou e deu início ao treino específico.
A positividade da equipe tem sido um atrativo. Segundo a Professora, já tem outras trespontanas querendo integrar a turma. “A natação é um esporte que exige muito, principalmente da parte respiratória, então, tem que treinar porque a responsabilidade de cada um, inclusive minha, é enorme”.
Ver as meninas na água significa vitória para “tia” Renata. Ela explica que sente uma emoção diferente quanto às Máster em relação ao time infanto-juvenil. E esclarece: “tenho aqui amigas de uma vida inteira, colegas, mães que participam juntamente com os filhos e logo virão os netos da Léa. É muito legal. A cada prova, os meus alunos aprendem, crescem tecnicamente, rendem na piscina e eu preciso também evoluir junto com eles”.
A Professora revela estar muito feliz com a Máster e que as integrantes só querem uma coisa: melhorar e melhorar. “A evolução delas e das crianças é nítida. Estou realizada”.
Além de Maria Rosa, Mariane, Teresinha, Léa e Renata Scatolino integram a equipe Máster do TOC Jeyneffer Souza Ferreira Domigos, Ana Carolina Figueiredo Teixeira, Tânia Mara Florêncio, Clarissa Miranda de Oliveira Moreira e Leonora Abreu Figueiredo Leite.
Quanto aos homens, “Beto Legal e Xandão” sempre que podem, disputam a Copa pelo TOC. A Professora explica que o Clube está de portas abertas para novos integrantes.
Fase Pouso Alegre
Na fase de Pouso Alegre, última da primeira etapa da Copa Minas Gerais de Natação 2016, o TOC obteve 11 medalhas de ouro, 15 de prata e 13 de bronze. No revezamento foram 2 ouro, 1 prata e 1 bronze.
Somente a equipe Máster feminina compareceu com sete atletas e conquistou 6 ouro, 7 prata e 2 bronze. Elas ficaram super alegres, mas o grau de satisfação não se compara ao de saber que – ao sair para uma prova – passam um dia diferente, se divertem, ampliam amizades, trocam motivação – tudo em um ambiente completamente respeitoso. Mais ainda, se enchem de orgulho quando vão acompanhadas da família e de amigas que, aos poucos, trocam o sedentarismo por uma vida saudável.