Dia de folga na Prefeitura gera questionamentos políticos por parte do Presidente da Associação Comercial
Em 28 de outubro foi comemorado o Dia do Servidor Público. Como presente, o Prefeito Paulo Luis Rabello (PPS) liberou a equipe na sexta-feira passada (31) e muita gente que precisou dos serviços, por exemplo, na Secretaria Municipal de Saúde e nos setores que funcionam na sede do Executivo, perderam tempo. Isto porque o fechamento naquele dia não foi comunicado à população.
As reclamações chegaram ao conhecimento do Presidente da Associação Comercial e Agroindustrial de Três Pontas, Michel Renan Simão Castro (foto), inclusive, um empresário que se deslocou de Lambari (MG) teria ido até a Acai em busca de informações sobre o não funcionamento na determinada data.
“Não estou aqui para criticar, mas situações como esta são inaceitáveis porque quem perde, quem sai prejudicado é a população. O Poder Público tem que entender que está a nosso serviço. Se não divulgou, no mínimo, houve falta de organização ou mais uma demonstração de atropelo, de truculência”, se manifesta Michel Renan. Ele esclareceu que não é contra o dia de folga, mas contra a falta de comunicação do fechamento à comunidade.
Segundo o Presidente, a Acai poderia ter auxiliado os comerciantes, os empresários e outros segmentos usuários dos serviços públicos municipais, se tivesse sido avisada. “Estamos abertos a tudo que for para colaborar com a população”, afirma.
No encontro com jornalistas da Cidade, na tarde de segunda-feira (3), quando surgiu este assunto ficou bem claro que outras atitudes do Prefeito Paulo Luis desagradam ao cidadão, ao eleitor, ao empresário e ao líder de classe, Michel Renan. Ele disse abertamente à Imprensa que nas Eleições de 2012 imaginou que sentiria orgulho da atual Administração, na qual depositou esperança e voto, conforme ele mesmo revelou. No entanto, combateu, “é uma decepção extrema ver como está sendo conduzido… não estou dizendo que estão sendo feitas coisas erradas, mas alguém que está a serviço de um povo precisa saber ouvir e respeitar”.
Garantindo que não possui problemas pessoais com Paulo Luis, Michel fala que todas as vezes que inicia uma discussão, um questionamento, uma cobrança em relação ao Governo Municipal é no sentido de colaborar para que possa ser encontrado o melhor caminho. Ele afirma que se não estiver apto a “brigar ou ajudar”, se cala.
Eleições 2016: vem aí uma “terceira via”
Parece que as próximas Eleições Municipais estão ainda longe, mas as articulações para a disputa pela cadeira do Executivo já começaram. Michel Renan anuncia que surgirá uma terceira via, se referindo a um nome que será por ele apoiado para concorrer com os indicados por Paulo Luis e pelo ex-senador Clésio Andrade.
Bateu várias vezes na tecla que não será ele o candidato, mas não descartou a intenção de concorrer em pleito futuro. Questionado sobre o porquê de não se candidatar em 2016, justificou que seus negócios precisam, primeiro, “caminhar sozinhos” e, como deverá concorrer à reeleição na Acai neste final de ano, prevê planos audaciosos que darão sequência à intenção de transformar a Associação em uma das maiores empresas trespontanas. Quer, então, cumprir essas metas antes de adentrar pela política.
Até lá, afirma, quer continuar colaborando de maneira limpa e ponderada, portanto, já pensa em promover, juntamente com a diretoria e associados da Acai, um debate com os candidatos como fizeram nas Eleições Municipais de 2012. “As pessoas estão preocupadas com o futuro político e vimos isso agora nas Eleições Gerais. O povo quer ideias, conhecer os planos de governo e as acusações, panfletagens têm que ser banidas; se não forem é porque quem está na política deveria não estar”.
Além do apoio a um nome para concorrer a prefeito, a Acai precisa, segundo o atual Presidente, eleger pelo menos um vereador para que as demandas do comércio e do meio empresarial sejam devidamente trabalhadas na Casa Legislativa e para que esse representante também colabore para a concretização natural da desejada reforma política.
“O próximo representante do Executivo não pode ser um político, tem que saber negociar e ter capacidade administrativa ou não teremos êxito por quatro anos. Quem tem perfil político que seja vereador”.
Política: a arte de negociar
Ainda na opinião do empresário, outro ponto que precisa ser eliminado na política trespontana é a oposição após o pleito. Este foi um dos pedidos mais exaltados pelo Presidente da Acai na Eleição Municipal passada. No entanto, analisa, está ainda mais acirrada neste mandato, trazendo prejuízos para a população.
Michel Renan cita, como exemplo de perda sofrida pela comunidade, a devolução da verba conquistada junto ao Governo Federal pela Administração Luciana Mendonça para a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). “Antes de devolver, o Prefeito tinha que ter sentado à mesa e tentado resolver. Essa falta de diálogo é um absurdo. Quando temos um líder referência que é ouvido e respeitado pelos seus pares isso não ocorre. Política é a arte da negociação e se permitirmos essa crescente situação acirrada não vamos ver resultados. Se as pessoas de bem não se posicionarem, sempre existirão vermes para atrapalhar”.
O empresário teceu elogios a Clésio Andrade, destacando inúmeras benfeitorias trazidas pelo ex-senador para Três Pontas. E mais uma vez alfinetou ao opinar que os ocupantes de cargos políticos são obrigados a cumprir suas obrigações e ter humildade “porque ser autoridade no Município deixou de ser autoridade com letra maiúscula já que antes de ser autoridade é um servidor público a nosso serviço”.
Antes de encerrar a conversa, se posicionou contrário à desculpa usada por governantes para o não cumprimento de ações. “Não existem grandes impedimentos e limitações. Existem regras e elas são claras. A demora demonstra incapacidade, falta de convicção do que está fazendo. Precisamos de datas e de um Poder Público eficiente que cumpra a parte dele”, finalizou.
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