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Corpo de Bombeiros de Varginha promove curso de abordagem técnica à tentativa de suicídio

Arlene Brito

Bombeiros e policiais militares, socorristas do Samu, militares do Exército, agentes penitenciários e psicólogos do Sul de Minas compõem a primeira turma no estado a participar, nesta semana, de um curso ministrado pelo 9º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militares (CBMMG) em Varginha e que trata de um assunto bastante delicado: a abordagem técnica à tentativa de suicídio.

Na teoria e prática, os instrutores capacitam os colegas profissionais para lidar com maior segurança e acerto frente a uma situação em que a pessoa deseja atentar contra a própria vida, direcionando a ela um atendimento humanizado. Nas simulações que começaram na tarde desta quarta-feira (12), incluindo altura e com risco de incêndio, o público tenta fazer com que pessoas desistam de cometer autoextermínio. É claro que esses cidadãos em crise estão representados por militares treinados e que neste curso assumem o papel de atores.

O curso foi idealizado pelo capitão Diógenes Martins Munhoz, especialista em atendimento à tentativa de suicídio, que atua há 18 anos no Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Segundo ele, “nenhum ser humano quer morrer, nem mesmo o tentante ao suicídio. Procurar a morte é a última forma que ele achou de pedir socorro e cabe a nós, sociedade como um todo, escutar e ajudar”. Sendo assim, a capacitação que se tornou referência em todo o Brasil enfoca as técnicas utilizadas durante um atendimento, ressaltando sempre o respeito que o profissional de emergência deve ter com a vítima.

O curso no Batalhão dos Bombeiros de Varginha se estende até sexta-feira (14).

Estatística – Minas Gerais: média de três casos por dia

No ano passado, Minas Gerais registrou 1.425 autoextermínios contra 1.245 em 2016, um aumento de 14,4%. Em 2018, ainda conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES), entre 1º de janeiro e 17 de agosto, 595 pessoas tiraram a própria vida no estado, uma média de quase três casos por dia.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, no mundo, mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente, uma a cada 40 segundos, sendo a segunda maior causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos. No Brasil, são cerca de 32 casos por dia, somando 11 mil mortes por ano.

Para especialistas, o ditado “cão que ladra não morde” não deve ser aplicado às pessoas que anunciam o desejo de autoextermínio. Esses especialistas defendem que falar sobre o assunto é uma forma de tratar várias doenças, por exemplo, depressão e esquizofrenia, que na maioria dos casos não cuidados terminam em suicídio. Em 2015, o Ministério da Saúde (MS) criou a campanha “Setembro Amarelo” com o objetivo de fomentar o diálogo sobre o assunto.

 

 

 

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