Clube do Fusca de Três Pontas prestigia 2º Encontro de Carros Antigos do Sul de Minas
Eles moram em diversas cidades do Sul de Minas e têm algo em comum: são apaixonados por carros antigos. E para exibir suas preciosidades, além de trocar informações, interagir e, claro, passar um dia regado à diversão, se reuniram na famosa “Venda do Chico”, um restaurante à margem da Rodovia Fernão Dias, em Três Corações. Estavam tão animados que, sequer, deram confiança para o céu carregado. Que sorte! “Até São Pedro gosta de carros antigos. Nenhuma gota caiu do céu”, registra Marcus Vinícius, de Varginha.
De Três Pontas, amantes do Fusca também saíram cedo da cama no domingo (21) e empolgados pegaram estrada. Foram se juntar a outros proprietários, colecionadores, enfim, a tantos rapazes e moças, a famílias inteiras que – assim como eles – estão ligados ao antigomobilismo por tradição ou hobby.
Gilvan Pereira Lourenço foi um dos primeiros a chegar ao ponto ainda em solo trespontano. Ele e seu “Cafezinho”. Enquanto esperava pelos colegas do Fusca Clube, o Torneiro Ferramenteiro contou que Opala, Maverick, Chevette, Diplomata são alguns modelos que sempre atraíram a sua atenção. No entanto, acabou comprando um Fusca azul. “Comecei a observar o design do meu carro, o formato das peças. Observei que elas foram detalhadamente elaboradas para aguentar as estradas brasileiras, sem asfalto. Percebi que ele foi feito para durar. Então, fui me interessando e gostando cada dia mais do Fusca”, recorda o jovem.
Gilvan revela ainda que desejou investir pesado em teto solar, bancos de couro para que o Fusca azul ficasse bem original. No primeiro momento, trocou o motor. Respondendo com ainda mais potência ao receber um AP 1.6, o Wolkswagen ganhou de vez o coração do dono.
Em dezembro passado, o veículo foi alvo de acidente de trânsito. Atingido por uma moto, o carro passou por socorros urgentes. “Tive que reformar toda a cabine. Eu mesmo fiz todo o serviço”, se orgulha o trespontano. E se orgulha mais ainda quando se lembra de uns pormenores. “Não foi fácil. Pessoas me viam mexendo no Fusca e me perguntavam porque eu estava gastando naquele carro antigo. O que elas não sabiam é que poder trabalhar nele, poder deixar o Fusca do meu jeito e do meu gosto me dava imenso prazer. Então, mudei a cabine, adaptei o radiador. O veículo foi todo projetado para aceitar o novo motor e ainda assim, respeitar os limites de velocidade com estabilidade; passou na vistoria e está ok”, diz o proprietário com satisfação. Agradecido, o dono cita que recebeu ajuda de vários amigos que, diante de tanto empenho, o encorajaram e até emprestaram ferramentas essenciais para o serviço.
Foi também aí que nasceu o “Cafezinho”. Na reforma, o azul cedeu lugar ao marrom que, aos olhos de uma amiga de Gilvan, lembra a cor do produto agrícola mais precioso do Município: o café.
Fundador do Fusca Clube de Três Pontas, Gilvan analisa que o gosto por carros antigos une pessoas especiais. “Para nós, o carro antigo não é um utilitário, é um estilo de vida e as amizades que vão se formando em torno deles tornam a vida muito mais feliz”, conclui.
Justamente nesse clima de companheirismo, de identificação transcorreu o 2º Grande Encontro de Carros Antigos do Sul de Minas. Marcus Vinícius, idealizador, estima que 1.200 pessoas – representantes de praticamente todas as cidades da região e integrantes de diversos clubes – prestigiaram o evento e puderam apreciar mais de 250 carros de várias marcas e modelos. Entre as atrações estiveram também o Mercado de Pulgas, com venda de miniaturas, peças, quadros vintage e antiguidades. Meio a tantos carros antigos teve até lançamento de modernos veículos de marca famosa.
A ideia de Marcus Vinícius (www.gasolinanaveia.com.br) ganhou total apoio e envolvimento dos proprietários do restaurante “Venda do Chico” e da Associação Mineira de Antigomobilismo (AMA).
(Demais fotos: Gilvan Pereira/Clube do Fusca de TP)