Artes Plásticas e Artesanato são atrativos para turistas e moradores de Três Pontas
Depois de visitar o túmulo de Padre Victor, de assistir à Santa Missa, de acender velas em frente à Herma, de buscar água na Mina – pelo menos 90% dos turistas que aportam em Três Pontas no dia 23 de setembro, data em que se comemora o Aniversário de Morte do Venerável, saem às compras. Os presentes são adquiridos em basicamente três setores. Nas centenas de barracas que se instalam ao longo da Avenida Oswaldo Cruz, no Memorial Padre Victor e também na feira de artesanato montada todos os anos na Praça Cônego Victor, atrás da Matriz D’Ajuda.
Para a data, os artesãos e artistas plásticos da Cidade reforçam o estoque, oferecendo incontáveis lembranças do Anjo Tutelar. Elas aparecem em camisetas, porta-chaves, sabonetes, bandejas e tantos outros objetos decorativos e de utilidade doméstica. Graças às mentes fecundas e mãos habilidosas, Padre Victor segue com os devotos e romeiros propagando – por toda Minas Gerais e outros estados brasileiros – um pouco da história, da cultura do Município, conhecido ainda como a Terra da Música e do Café.
Em maio de 2001, os artesãos e artistas plásticos de Três Pontas se organizaram em uma Associação, visando divulgar e valorizar o artesão e o artesanato e ainda contribuir para o fomento das artes e da cultura. Sorte de quem vive em Três Pontas porque pode ter acesso a tanta criatividade e talento o ano inteiro. No “porão” da Casa da Cultura Alfredo Benassi, em espaço cedido pela Prefeitura através da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Turismo, fica a loja da Arplast. Difícil é escolher o que levar diante dos trabalhos – cada peça, de fato, é única na confecção, na beleza, na expressividade. O ambiente arejado e multicor atrai. Quem chega pela primeira vez se encanta. Até mesmo quem no momento nada quer consumir, costuma passar por lá apenas para apreciar e encher os olhos. A volta e a aquisição são certeiras.
“Estamos caminhando muito bem. Resolvemos algumas pendências, principalmente em termos de documentação e regularizamos a Associação. Agora estamos investindo em divulgação para que mais e mais pessoas saibam da existência da Arplast e da nossa loja”, comenta Adriana Silva Santiago, Presidente da Associação desde o mês de maio.
Hoje, são 25 associados. Cada um tem estilo próprio tão bem definido que se torna identidade, uma espécie de marca registrada. Já os materiais cuidadosamente manuseados são inúmeros. A reciclagem é bastante valorizada e praticada pelos artesãos e artistas plásticos. Vidros, garrafas pet, caixinhas de leite, madeira, retalhos – enfim, nada se perde, mas se transforma em peças com caprichados acabamentos. Alguns trabalhos já foram para Portugal, Venezuela, Bélgica, Colômbia, Alemanha, Japão e Estados Unidos.
Arte e bem-estar
O produto artesanal em geral é útil e tem entre os diferenciais o fato de ser feito manualmente em um processo onde há a transmissão do carinho, do amor do artesão, do artista plástico para a peça, além de ser uma referência da Cidade. Mesmo assim, tradicionalmente tem desvantagens sobre os produtos industrializados no quesito vendas. A diretoria da Arplast afirma que a comercialização é importante para a melhoria da renda dessas pessoas, mas este não é o único motivo das ações de motivação que se tornam prioridades na atual gestão. Adriana Santiago conta que incentivar para que o associado continue fazendo seus trabalhos, mesmo em época de crise econômica, visa também saúde e bem-estar.
“Muitos aqui encontram na arte espaço para preenchimento do tempo, para se sentirem úteis e realizados. No artesanato, na arte plástica as mãos atuam e o emocional, o psicológico são massageados”, ensina a Presidente.
Ainda de acordo com Adriana Santiago, oferecer cursos e valorizar cada produto é uma das formas de ampliar a autoestima do criador. No entanto, esclarece, isso não implica em elevação de preços. Na Arplast, eles são bem acessíveis.
Padre Victor – expectativas crescem em torno da Beatificação
Por vários meses, os associados da Arplast investiram na criação de novas peças ou na ampliação de trabalhos com o tema Padre Victor, já se preparando para as comemorações dos 110 anos de Morte do Venerável e também para o provável aumento de turistas na Cidade após a cerimônia de Beatificação, agendada para 14 de novembro.
Além dos eventos religiosos, neste ano, a Associação esteve presente na Expocafé, considerada a maior feira do agronegócio café do Brasil. A abertura de espaços é indispensável para o fortalecimento da instituição, diz Adriana Santiago. Por isso, um dos objetivos é ampliar a interação com diferentes setores da sociedade, tais como, Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Educação, Associação Comercial. O estreitamento de relações, acredita a Presidente, dará à Associação dos Artesãos e Artistas Plásticos de Três Pontas a oportunidade de retribuir o prestígio vindo da população, por exemplo, por meio de palestras ministradas para a própria comunidade.
Quem foi à Festa do Padre encontrou a arte e artesanato trespontanos na Feira da Praça Cônego Victor. Agora, as belas obras podem ser apreciadas e adquiridas na loja da Arplast que fica na Rua Barão da Boa Esperança, 45, Centro. O telefone é (35) 3265-4817.