ABRAÇO de Três Pontas busca parcerias para poder seguir no combate ao uso abusivo de álcool e outras drogas
Constantemente, trespontanos são surpreendidos pela indesejada ação de infratores. No Município, os furtos e os roubos se destacam no mundo da criminalidade. Estabelecimentos comerciais e residências são alvos daqueles que, na maioria dos casos, têm alguma relação com as drogas. Eles levam o que convém à sustentação do vício: carro, moto, bicicleta, celular, computador, TV, roupa, dinheiro. Enquanto alimentam o tráfico, provocam nas vítimas medo e a sensação de impotência. O furto e o roubo são apenas uma das consequências do uso contínuo de drogas.
O vício à maconha, cocaína, craque e outros produtos alucinógenos tem começado cada vez mais cedo e por uma porta aberta por outra droga, porém, aceitável pela sociedade: o álcool. Grupos de especialistas chegam a defender que o combate ao consumo de bebidas alcoólicas deve ser o primeiro passo para evitar todo o contexto gerado pelas drogas ilícitas.
Em junho de 2001, atentos a essa necessidade, voluntários fundaram em Três Pontas a ABRAÇO (Associação Brasileira Comunitária para a Prevenção do Abuso de Drogas). A instituição, sem fins lucrativos, chegou a oferecer atendimento individual e de grupo com equipe multidisciplinar formada por médicos de diferentes áreas, psicólogos, terapeutas ocupacionais. Além dos dependentes, também os familiares recebiam acompanhamento especializado. Todas as ações eram possibilitadas pela comunidade, através de doações.
“Conseguimos – sempre com muito trabalho, com muita dedicação e com muitos obstáculos vencidos – fazer com que centenas de dependentes reencontrassem o caminho da sobriedade e, consequentemente, voltassem a ter paz interior, reestruturassem suas famílias e seus lares, entrassem para o mercado de trabalho, enfim, auxiliamos para que muitos trespontanos reencontrassem a dignidade”, recorda José Lúcio da Silva que recentemente entregou a presidência da entidade não governamental para Ernandes Vitor de Carvalho, mas continua atuando na Educação Preventiva.
A demanda pelo trabalho da ABRAÇO TP ainda existe e é grande; a determinação em devolver a honra a cidadãos consumidos pelas drogas também. No entanto, manter os atendimentos está cada dia mais difícil, sendo a falta de recursos a principal barreira. Segundo José Lúcio, atualmente os dependentes são ajudados por uma psicóloga. É também ela, a responsável pela Psicoterapia em Grupo destinada aos familiares dos usuários de álcool e drogas em tratamento na entidade. Embora o trabalho seja essencial, o ideal seria contar com equipe multidisciplinar – como era antes.
“No mínimo precisamos de mais um profissional psicólogo para que o atendimento deixe de ser semanal (individual) e mensal (em grupo de familiares) e esses contatos passem a acontecer em menor espaço de tempo. Precisamos de um assistente social para visitar e conhecer de perto a realidade de cada família de usuário em tratamento e para tentar resgatar aqueles que têm recaídas. Precisamos de terapeuta ocupacional para reimplantarmos aqui as oficinas de artesanato, marcenaria, informática e várias outras para ocuparmos o tempo ocioso dos usuários em recuperação, caso estejam desempregados. Tudo isso é fundamental para que a gente possa exercer com maior fidelidade o nosso Regimento Interno. Só que para isso, para podermos pagar os profissionais, nós precisamos de recursos financeiros que é a nossa grande dificuldade”, detalha José Lúcio.
As despesas
A psicóloga é cedida à ABRAÇO TP pela Prefeitura Municipal. Desde 2011, a Administração também auxilia com o repasse de subvenção anual no valor de R$ 12 mil, ou seja, R$ 1 mil por mês. Através de carnês, a entidade consegue arrecadar outros R$ 1 mil. De acordo com José Lúcio, com os R$ 2 mil mensais são pagos o aluguel da sede, dois funcionários, água, luz e telefone. Pelos cálculos, nada sobra para novos investimentos e não há meios de acolher mais dependentes.
“A maior parte dos atuais colaboradores é gente que nunca desistiu da ABRAÇO e sabe da importância do tratamento contra o alcoolismo e demais drogas. Antes tínhamos o telemarketing e o carnê e chegamos a contar com R$ 3, 5 mil por mês. Tínhamos dois psicólogos, médicos, assistente social – todos pagos com o recurso gerado pela própria comunidade. Ao longo do tempo, o número de doadores foi caindo e até agora não conseguimos conquistar novos ajudantes”, lamenta.
Em maioria, os usuários da ABRAÇO TP são dependentes de álcool. Em segundo lugar, aparece o craque como a droga mais usada e em terceiro a maconha. Alguns possuem duas e até três dependências associadas. Ainda conforme mostram as fichas da entidade, o uso abusivo do álcool e de outras drogas acontece tanto em famílias menos favorecidas como também na alta classe social, portanto, o problema não está atrelado à renda familiar.
“As drogas lícitas ou não são o mal que assola a nossa sociedade. Os desajustes familiares, os roubos, os assassinatos, a violência contra a mulher, a violência contra crianças – em maioria – estão relacionados ao uso crônico dessas substâncias. Infelizmente, a dependência química nem sempre é vista como deveria ser porque é associada, erroneamente, a vagabundo. Porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já definiu que dependência química é doença e se é doença tem que ser tratada como tal”, alerta José Lúcio.
Educação Preventiva
Desde a sua fundação, há quase 15 anos, a ABRAÇO TP atua também nas áreas de educação e prevenção. Periodicamente, são ministradas palestras para jovens, adolescentes e pais. Os encontros acontecem em escolas, associações de bairros, empresas.
Em 2015, a entidade promoveu quatro eventos educativos-preventivos em empresas e na comunidade. “A melhor forma de tratar a dependência química é prevenindo”, conclui o voluntário.
Como colaborar?
Quem reconhecer a importância da ABRAÇO e quiser se tornar um sócio-contribuinte e, assim, possibilitar o tratamento da dependência pelo álcool e outras drogas pode aderir ao carnê e doar a partir de R$ 5 por mês. É preciso ir até a sede ou telefonar para a entidade e se cadastrar. Posteriormente, o mensageiro devidamente identificado, buscará a contribuição no endereço informado. A ABRAÇO fica na Rua Vicente Celestino, 312 – Centro. O telefone é (35) 3265-7201.
Outra forma de ajudar é por meio de depósito bancário. Os dados são os seguintes: conta corrente 8.200-7, agência 0421-9, Banco do Brasil.
A doação pode ainda ser feita por cartão de crédito, via PAC Seguro, através do sistema on line Doare: https://doare.org/organizacao/194/abraco-tp
Campanhas
Com apoio do atual Presidente, Ernandes Vitor de Carvalho, a ABRAÇO pretende realizar no decorrer de 2016, várias campanhas visando aumentar os recursos financeiros. Uma delas será a confecção de camisetas que serão comercializadas. As empresas que desejarem colaborar já podem entrar em contato com a entidade.
(Página inicial: Ilustrativa Net)