A mulher do século XXI e sua inserção no mercado de trabalho
Por: Francine de Oliveira*
Jamais poderíamos imaginar que no século XXI teríamos tantas mulheres ocupando cargos gerenciais e estratégicos dentro das organizações. Na educação, onde as mulheres podem se preparar melhor e podem disputar de igual para igual com os homens em altos cargos executivos, o avanço foi grande.
Segundo pesquisas, em 2008 nos Estados Unidos, 59% de todos os diplomas de bacharel e 61% dos mestrados foram obtidos por mulheres. Em 2009, as melhores universidades americanas como: Harvard, Brown, Penn e Princeton foram presididas por mulheres. Mas a pergunta que não quer calar é: com tantas conquistas e oportunidades, será que elas são felizes?
De acordo com uma pesquisa Social Geral dos Estados Unidos (Centro Nacional de Pesquisas de Opinião da Universidade de Chicago), realizada desde 1972, incluindo homens e mulheres, para identificar qual o nível de felicidade, numa escala de 1 a 3, o resultado foi que o índice de felicidade das mulheres teve um declínio de 2.25 para 2.17, enquanto que a média dos homens subiu de 2.17 para 2.23. A única exceção foi com relação às mulheres negras, que apesar do nível de felicidade não ter caído, ainda aponta que são menos felizes que os homens entrevistados durante a mesma pesquisa.
Outro dado interessante é relativo à questão sobre a felicidade no casamento e sobre finanças. Nesse quesito a resposta é oposta para homens e para mulheres, sendo que o nível de insatisfação é muito maior. Com base nesses dados podemos apontar que nas últimas décadas, as mulheres se tornaram menos felizes que os homens. Dois fatores contribuíram para isso: falta de tempo e o estresse. A falta de tempo para as mulheres casadas é duas vezes maior que a das solteiras. Além disso, a pesquisa revela que as mulheres estão mais propensas à depressão do que os homens.
Em 2012, a Fundação Getúlio Vargas realizou a pesquisa Índice de Felicidade Futura e constatou que esses números tiveram um grande avanço, sendo que as mulheres – ainda com as dificuldades de trabalho integral em casa e fora de casa – estão procurando ser mais felizes com um índice de 8.98 a 8.56 para os homens, totalizando no mundo uma média geral de 6.74 à 6.69. O curioso é que as mulheres empreendedoras se encontram mais felizes pelo fato de ter como organizar sua agenda e ter mais tempo para a família. Outra questão é que elas estão muito mais preocupadas com o bem social do que em ganhar dinheiro. O rígido modelo corporativo não consegue acomodar todas as necessidades das mulheres. Como elas ainda são as principais responsáveis pela criação e pelos cuidados de crianças e idosos na família, a falta de flexibilidade de horários e tempo livre nas organizações dificulta e muito a conciliação entre a vida pessoal e a carreira.
Por tanto, o que nos revela a pesquisa é que nos últimos anos a vida não se tornou mais gratificante para as mulheres e sim mais desgastante. Uma “vida dura” com muitas responsabilidades e jornada tripla das mulheres deixando-as, ora mais felizes e ora menos felizes. As mulheres deste século são as responsáveis por manter a estatística de índice de felicidade feminino cada vez maior. Não devemos deixar que estas estatísticas continuem nesse patamar. É hora de mudar! Parabéns mulher, pelo dia Internacional das Mulheres!
*Francine de Oliveira, Jornalista, Coach, Professora, Palestrante. Possui MBA Executivo Internacional em Gestão Empresarial pela FGV em Tampa na Flórida/EUA. Docente da Fundação Getúlio Vargas nos cursos de MBA e Pós Graduação. Executiva do Grupo Conexão. Diretora e fundadora do Instituto Francine Oliveira Desenvolvimento Profissional.
(Fotos: Ilustrativa Net)