15 de março – Trespontanos saem em defesa de um Brasil mais ético
Brasil, Brasil, Brasil. O grito foi de uma torcida que se concentrou na tarde deste domingo (15) na Praça Cônego Victor, Centro de Três Pontas. Sem querer ser apenas expectadores dos atos que mobilizaram a sociedade de Norte a Sul do País, estes cidadãos do interior também foram para a rua demonstrar insatisfação em relação ao Governo Petista. Vestidos com as cores da Bandeira Nacional, de caras pintadas, empunhando faixas e cartazes, apitando, soltando palavras de ordem, todos eles – de todas as idades – enviaram vibrações para que a Presidente Dilma Rousseff coloque a mão na consciência e comece a governar tendo como meta real o desenvolvimento do País e o bem estar de toda a Nação. O grupo protestou contra a corrupção, contra o aumento de taxas e juros e outras medidas recentemente anunciadas que colocam em risco o poder econômico de empresas e cidadãos. Em alguns momentos, trespontanos demonstraram o forte desejo que a Presidente e demais petistas que compõem a cúpula do Governo Federal “caiam fora”.
De acordo com a Polícia Militar, aproximadamente 600 pessoas aderiram aos chamados pelas redes sociais. O ato durou cerca de uma hora. Da Praça, os manifestantes subiram pela Rua Dona Izabel, praças “da Fonte e da Prefeitura”, desceram a Rua Nossa Senhora D’Ajuda, Frei Caneca e seguiram pela Avenida Oswaldo Cruz até o Sambódromo Professor Jaime Abreu onde fizeram uma pequena parada. Depois, retornaram ao local da concentração. Ali, em frente à Matriz D’Ajuda, permaneceram por mais alguns minutos antes de se dispersarem confiantes de que cumpriram o dever de brasileiro nessa luta nacional por uma política mais ética.
Cafeicultores e empresários estavam no protesto que foi acompanhado pela Polícia Militar e pela Guarda Civil Municipal (GCM). Não houve incidentes e a manifestação transcorreu pacífica, dentro da mais perfeita ordem.
Em todo o País, movimentação foi significativa
O Governo Federal não esperava que o movimento nacional pela “libertação do Brasil” ocorrida durante todo este domingo (15) alcançasse tamanha adesão. Os números foram expressivos. Como disse a Jornalista, Renata Lo Prete (Globo News), “errado estará quem tentar diminuir isso que aconteceu porque não vai entender o recado e as providências que precisam ser tomadas”.
À noite, o Planalto – por intermédio dos Ministros da Justiça e da Secretaria Geral da Presidência, José Eduardo Cardozo e Miguel Rossetto – respondeu à indignação do povo, através de pronunciamento e coletiva. Durante os discursos, mais manifestações. Em várias cidades de diferentes Estados houve “panelaço” e moradores piscaram luzes de suas casas como forma de nova adesão.
O Ministro José Eduardo abriu a fala afirmando que o Governo acata todas as manifestações legais e ordeiras, mencionadas como um direito assegurado pela Democracia. Disse também que a Presidente está disposta ao diálogo, até mesmo com partidos da oposição. Além desta, outras antigas promessas foram citadas. Sobre o combate rigoroso à corrupção, os Ministros garantiram que já está em vigor desde o primeiro mandato de Rousseff, mas não citaram o envolvimento do PT em vários escândalos, já denunciados.
Em momento algum, os escalados pela Presidente Dilma reconheceram que o Governo está fragilizado. Também argumentaram que o Impeachment é infundado e fere a Democracia e ainda defenderam o fim do financiamento empresarial de campanhas eleitorais.
Outra informação é que nos próximos dias, a Presidente irá lançar um pacote de medidas com prioridade ao combate à corrupção. “O tema já foi prometido após as manifestações de junho de 2013 e reforçado na campanha de 2014”.
Vale destacar que anunciar medidas pouco ou nada resolverá a situação do País. É preciso que sejam implementadas.
Quanto à oposição, a expectativa é que ela seja ampliada para que, com maior fôlego, possa pedir mais investigações e dar a resposta que a sociedade almeja.
Presidente fala sobre humildade e faz autocrítica
No dia seguinte às manifestações, a Presidente Dilma Rousseff se reuniu com Ministros e falou, repetindo várias vezes em seu discurso, que terá a humildade de dialogar.
Os protestos de ontem (15) foram assunto após a cerimônia de sanção do novo texto do Código de Processo Civil, no Palácio do Planalto, em Brasília. Presa política durante a Ditadura Militar, Dilma declarou.
“Ontem, quando eu vi centenas e milhares de cidadãos se manifestando, não pude deixar de pensar que valeu a pena lutar pela liberdade, valeu a pena lutar pela Democracia. Este País está mais forte que nunca”.
Em uma autocrítica considerada rara, a Presidente admitiu que pode ter acontecido um erro de dosagem na condução da economia no primeiro mandato, quando foi realizada a desoneração tributária de empresas e outros setores da economia. Ela também assumiu que o Governo errou ao deixar todo o serviço de matrícula do Fies a cargo das instituições de ensino superior particulares. A quem pediu o Impeachment ou a sua renúncia, respondeu que “desestabilizar o País hoje poderia gerar instabilidade no futuro em relação a outras forças políticas”.
As medidas do pacote contra a corrupção voltaram a ser tema na fala da Presidente, assim como, a reforma política e o ajuste fiscal para recuperar a economia. Dilma afirmou, no entanto, que “o País quebrar” é algo sem chance de acontecer.
A favor e contra
Na sexta-feira (13), também houve manifestação Brasil a fora, convocadas principalmente pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). O objetivo foi a defesa do Governo, da Petrobrás, da reforma política e dos direitos dos trabalhadores.
Comparados, os atos de ontem foram bem mais expressivos, principalmente em número de participantes e quanto à repercussão mundial. A estimativa é que 2 milhões de brasileiros, 1 milhão deles reunidos somente na Avenida Paulista em São Paulo, participaram dos protestos do dia 15 de março, considerados um marco na história da Democracia Nacional que comemorava seus 30 anos.
Novo movimento começa a ser organizado
Um novo movimento nacional começa a ser planejado e deverá acontecer no dia 12 de abril. A intenção é reforçar o pedido de Impeachment, conforme explica Adriano Novais, um dos organizadores do Movimento “Impeachment Já!”, de Três Pontas.
“Pedir reforma política é a mesma coisa que dar um cheque em branco nas mãos do Governo, é isso que eles querem, alterar a Constituição e implantar a Ditadura Petista. O negócio é Impeachment mesmo, o PT não merece essa confiança”, defende o Gestor de Negócios.